“Quero o meu bife”. Nos anais da pandemia, ficará certamente célebre este recente “grito de revolta” do virologista Pedro Simas, à porta do mítico Snob, clamando, e reclamando, pelo seu direito a entrar no restaurante para, enfim, deglutir uma refeição.
O caricato deste episódio de Simas é que o impediram de entrar para comer o “seu” bife não por um imperativo da Ciência – por ele eventualmente constituir, mesmo que por hipótese académica, um perigo para outrem –, mas por uma questão administrativa. O virologista tinha tomado a terceira dose da vacina, mas ficou paradoxalmente em pé de igualdade durante duas semanas – enquanto o papel, sempre um papel, não fosse actualizado – como aqueles que tinham optado por não tomar qualquer dose. O “seu” bife acabou assim comido por alguém que tinha uma dose a menos, ou seja, por quem tivesse tomado duas doses.
Faltou, portanto, a Pedro Simas um papel, que a máquina administrativa determinou servir como instrumento fundamental para controlo da pandemia; e a Política di-lo agora que sempre por mor da Ciência, exarada por “peritos” e por “especialistas”.
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” andaram, como Pedro Simas, a fazer publicidade enganosa a lente de contactos;
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” são como Filipe Froes, avençados da indústria farmacêutica;
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” são como Raquel Duarte, “enterrada” no Partido Socialista até ao tutano;
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” são como Carlos Antunes, um engenheiro geográfico que andava a modelar correntes marítimas e se viu investido em modelador-mor de nunca acertadas previsões epidemiológicas;
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” são como os membros da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19, que escondem os seus pareceres e, afinal, se vai ver e baseiam as suas recomendações numa mão-cheia de nada que levariam seus alunos universitários a chumbarem com orelhas de burro;
Mesmo quando esses “peritos” e “especialistas” são como todos aqueles que peroraram alarvidades e recusaram debater e bateram palmas ou assobiaram para o ar perante as perseguições ferozes de inquisidores-mores como o senhor urologista Miguel Guimarães, ou o opróbrio da imprensa mainstream a todos aqueles
que, como eu, defenderam o reforço do SNS para as outras doenças, “abandonadas” pelos decisores políticos;
que, como eu, ponderaram, desde muito cedo, ser a covid-19 uma doença sazonal, e que deveria ser abordada como tal;
que, como eu, criticaram o alarmismo que afugentou pessoas dos hospitais, por vezes os únicos sítios onde podiam ser salvas;
que, como eu, alertaram para a manipulação de dados pela DGS; que denunciaram o obscurantismo das autoridades no acesso a informação credível;
que, como eu, tiveram de aguentar todos os dissabores e ofensas apenas por desejar transparência, informação e debate, mesmo se, eventualmente, para sair “derrotados” num confronto de ideias, limpo e com base em informação.
Tudo o que se fez durante a pandemia foi executado por políticos, mas sempre com a bênção de supostos “peritos” e “especialistas”. Sempre em nome da sacrossanta Ciência, fizeram os segundos o trabalho sujo dos primeiros, de eliminar vozes dissonantes, sempre com a colaborante imprensa mainstream e seus sacerdotes-jornalistas.
Ora, a Ciência não é sacrossanta, nem o conhecimento científico é estático. Muito menos dogmática. Se artificialmente presa, deixa de ser Ciência. Em tempos de antanho, quando o poder – administrativo e/ou religioso – a quis estacar, vivemos tempos de trevas, de que são exemplo a Idade Média ou os períodos de controlo da Inquisição, sobretudo nos países católicos.
O Iluminismo veio emancipar de novo a Ciência, concedeu-lhe a liberdade para ser palco de estimulantes debates, “proibindo-a” apenas de ser dogmática. A Ciência não derrota uma tese pelo dogmatismo, mas sim pelo confronto de ideias, pelo escrúpulo, pela confirmação, pela abertura do espaço para qualquer um poder ousar estar certo em minoria, ou pela humildade de um “gigante” em aceitar a hipótese de se estar completamente errado mesmo se até em maioria.
Porém, e essa foi a mais triste e trágica consequência da pandemia, a Ciência tornou-se dogmática, inflexível, arrogante, impositiva, punitiva. Ou melhor, muitos cientistas tornaram-na. E por um simples motivo: venderam a “alma” aos políticos; e imbuídos desse “canto da sereia” do poder político não quiseram depois admitir aquilo que a Ciência deve mostrar: dinamismo, e prontidão em se corrigir.
O caso dos certificados digitais – os tais que impediram Simas de comer o “seu” bife – constitui, porventura, o paradigma do uso e abuso da Ciência pelos políticos, com a reprovável cumplicidade e conluio dos tais “peritos” e “especialistas”.
Recordemos sua história dos certificados digitais, e como agora a Ciência – com os seus “peritos” e “especialistas” – estão a contribuir para um retrocesso civilizacional, para um período de discriminação, para um assalto às democracias mesmo em países onde há muito está consolidada.
O certificado digital foi uma “invenção” da União Europeia, em meados do ano passado, para que o controlo das fronteiras, e sobretudo das viagens aéreas, se fizesse de uma forma mais fluída. A ideia aparentava sensata à luz da Ciência da época, mas também, de forma paradoxal, censurável à luz da Ciência da época.
Por um lado, pensava-se então – e sobretudo a Ciência feita pelas farmacêuticas e das entidades reguladoras dos diversos países – que as vacinas contra a covid-19 não só constituíam uma protecção muito relevante contra as formas graves da doença (falava-se em valores muito próximos de 100%) como também reduziam enormemente (acima dos 90%) a possibilidade de se ser infectado. E, nessa linha de raciocínio, fazia todo o sentido, do ponto de vista político, a adopção de uma medida para melhorar a fluidez burocrática entre fronteiras.
Ou seja, nesse pressuposto, o certificado digital parecia ser um melhor instrumento de controlo da pandemia do que, por exemplo, os testes PCR, uma vez que, podendo estes ser realizados até 48 horas antes, nada garantia que uma pessoa com resultado negativo no momento do teste não estivesse susceptível de infectar no momento do embarque.
Havia, contudo, um problema na implementação dos certificados digitais (dos vacinados), e que continua a existir: a Ciência não conseguiu até agora dar resposta às incertezas de longo prazo de uma vacina tão recente. Não há resposta científica para o longo prazo, ponto final. E não havendo, e sabendo-se, pela Ciência, que as vacinas contra a covid-19 têm diferentes níveis de benefício-risco-incerteza em função da idade, do sexo e da região, não seria eticamente prudente impor vacinas e certificados. Atenção que a prudência ética salva vida.
Por isso, colocar a exigência de vacinação contra a covid-19 ao nível, por exemplo, da vacina contra a febre amarela, exigível em viagens para certos países africanos e sul-americanos, não tem qualquer sentido científico: o risco desta segunda doença é maior e mais generalizada; e essa vacina já tem quase 85 anos, mais do que suficiente para mostrar um bom perfil de segurança.
Aliás, assumir que a vacina contra a covid-19 é segura porque existem outras vacinas seguras, ou apelar para acreditarmos na Ciência porque os cientistas integram um grupo de pessoas que já fizeram maravilhas pela Humanidade, é algo anticientífico.
Por mais baixa que seja a agora a probabilidade de se errar em Ciência, é exactamente para manter residuais esses riscos que se devem manter padrões elevados de segurança e precaução. Por isso, mais precaução sobretudo em comunidades onde o risco da doença nem sequer é relevante.
Na verdade, até vista na perspectiva da Ciência em relação à pandemia, foi exactamente por bons motivos científicos – por não serem seguros ou comprovadamente eficazes – que se abandonou ensaios clínicos de terapêuticas para a covid-19 como o uso de cloroquina e hidrocloroquina, mas também de muitos outros fármacos, como pamrevlumab, losmapimod, naproxeno, ruxolitinibe, acalabrutinib e rivaroxabana, apenas para citar alguns que se podem observar numa excelente base de dados na norte-americana National Library of Medicine.
Antes de serem abandonados, todos estes fármacos descartados por diversas razões; e o último, um fármaco da Bayer, o estudo que mostrou ser ineficaz até foi financiado pela Fundação Melinda e Bill Gates. Significa isto que, mesmo tendo passado as três fases de testes, as actuais vacinas contra a covid-19 ainda não estão com certificação absoluta de segurança a longo prazo.
Podem-me dizer que não haverá azar. E eu fico sempre a recordar-me de um acidente em 1999 na Petrogal de Matosinhos, com uma monobóia oceânica: a operação, só se faria uma vez, e a probabilidade de correr mal era de uma em um milhão. Correu mal, e morreu uma pessoa na praia de Leça da Palmeira. Por esse e outros motivos, não se mete uma petrolífera no meio de uma cidade por mais segura que possa parecer; e pelo mesmo motivo, a prudência (mesmo perante uma incerteza pouco provável), não se deveria assim vacinar crianças, adolescentes e jovens adultos saudáveis contra a covid-19.
Ora, mas voltando ao tema dos certificados digitais. Com o tempo, mesmo em tempo de pandemia, a Ciência evoluiu, obteve-se conhecimento científico sobre o vírus e sobre as vacinas. Mais e melhor. Não foram boas notícias. Afinal, mostrou que as vacinas não cumpriam uma das premissas essenciais da utilidade dos certificados digitais como “arma” de controlo da pandemia: não concediam uma significativa protecção contra a infecção, mesmo confirmando-se uma redução (um pouco menos significativa e mais curta no tempo do que também previsto) do risco de doença grave e morte, tendo em conta também as variantes.
Ora, perante o conhecimento dinâmico da Ciência, o que fizeram os “peritos” e os “especialistas”?
Calaram-se ou arranjaram jogos de cintura para manter o agrado dos políticos e dos jornalistas que bajulavam as suas sapiências. Deixaram de ser cientistas para serem meros políticos. Enfim, serviram os Governos dos países democráticos (ou outros não precisavam já disso) para abusarem até do objecto inicial dos certificados digitais, aplicando-os para práticas de discriminação e de segregação.
O objectivo tornou-se claro: além de beneficiar as farmacêuticas, forçavam e coagiam os cidadãos a tomarem as vacinas. No limite, quanto mais se se vacinasse, se se vacinasse tudo, deixava de existir até um “grupo de controlo” (os não-vacinados). Ora, sem grupo de controlo não há Ciência que possa comprovar um efeito epidemiológico.
O certificado digital – ou a obrigatoriedade de vacinação para o exercício de determinadas profissões ou acesso a certos locais – também representou uma janela de oportunidade para, de uma forma impensável numa democracia em funcionamento normal, aumentar o controlo da contestação e de movimentos sociais.
O caso do Freedom Convoy, em que o Governo canadiano de Justin Trudeau coloca agora entraves aos donativos de mais de cem mil doadores, acenando com o fantasma do risco de terrorismo e lavagem de dinheiro, mostra-nos uma perigosa involução das democracias ocidentais. A China não faz pior.
[E que se pode esperar em Portugal? Que António Costa possa, de repente, suspender os donativos ao PÁGINA UM para o estrangular e terminar assim com críticas?]
E note-se, aspecto fulcral, que o certificado digital continua sem sequer deter qualquer base científica, porquanto a sua validação sempre dependeu não de um qualquer diagnóstico (por exemplo, o valor de um teste serológico), mas sim de um prazo meramente administrativo. Primeiro foi de seis meses; agora passou para nove meses, não se conhecendo, porém, estudos científicos que lhe dêem respaldo.
[Como aqui já referi, tendo eu perdido a validade do meu certificado digital de recuperado no início de Dezembro do ano passado – que nunca usei –, o resultado de um teste serológico (anticorpos IgG) deu 427 BAU/ml, mas mesmo que assim desejasse usá-lo, não mo concederiam].
Durante cerca de um ano, o certificado digital serviu assim como elogiado “prémio” para quem se vacinava, e como feroz “castigo” para quem tomava a decisão de não aceitar vacinar-se, por razões aceitáveis ou estapafúrdias – dentro de um contexto de direitos e liberdades que eram aceites numa comunidade democrática antes da pandemia.
Os certificados digitais, à luz da verdadeira Ciência, serviram, portanto, sobretudo, para criar dois grupos de pessoas, e dificilmente esquecerei quem apoiou activamente, ou através do silêncio, a aplicação deste modelo segregacionista. Até porque a pandemia, mais o seu certificado digital, foi um veículo de abuso de autoridade – proibir liberdades e direitos por um direito de opção, consagrado em lei e na Constituição –, e mesmo de impensáveis abusos nas relações sociais.
Um empregado de bar ou de restaurante sentia-se ufano ao “exigir” a apresentação de um certificado digital a um seu cliente frequente ou fortuito, e investido desse inusitado poder até os escorraçaria de bom grado, esquecendo os seus prejuízos, ou ignorando que papel zelosamente requerido nada significa quanto ao risco de ser infectado, e menos ainda quanto ao risco de ficar gravemente doente se estiver vacinado.
[Acredito sempre que as pessoas que se vacinam acreditam que a vacina basta para as proteger, de contrário paradoxalmente não acreditam na protecção dada pelas vacinas].
Esta semana, em que caiu a necessidade de apresentar um certificado digital em Portugal para aceder a certos locais, mantém-se, porém, a segregação e os seus riscos. Os “peritos” e os “especialistas” ao serviço dos Governos – e que renegaram a Ciência, apesar de a apregoarem em cada frase – continuam a escudar decisões antidemocráticas de políticas, fazendo de conta que os certificados digitais garantem coisa alguma.
Por exemplo, defender que são essenciais para proteger idosos em lares não é Ciência. Quem visita lares e hospitais com certificado digital pode infectar, tal como aqueles sem certificado digital poderão. Defender que são essenciais como uma arma de controlo da pandemia – e daí a Comissão von der Leyen estar interessada em prolongar a sua vigência por mais um ano – constitui sobretudo um atentado à democracia, nada têm de Ciência.
Por tudo isto, a aprovação de mais um ano de certificado digital pela Comissão Europeia – que nem sequer é um órgão democrático, mas sim eleito por uma clique de políticos, muitos dos quais nem sequer vimos ao vivo no nosso país, e que nem a nossa língua falam [e isto não é ser nem nacionalista, nem patriótico e muito menos xenófobo] – constituirá não apenas a manutenção de uma discriminação de vantagens fúteis do ponto de vista da Saúde Pública, como também o reforço de uma espada cada vez mais próxima da nuca da democracia europeia.
Servirá um renovado certificado digital europeu – e a sua manutenção para uso doméstico – para agravar (ainda mais numa fase claramente endémica de uma doença sazonal com um perfil bem conhecido) uma discriminação de direitos, uma forma também de se identificarem cidadãos hipoteticamente “subversivos”, ou com capacidade de pensarem (mesmo que mal) pela sua cabeça, e não em “manada” com os demais.
Mas, para mim, o grande perigo advém de estas políticas serem suportadas por zelosos “peritos” e “especialistas” que, invocando a Ciência, a cospem, e que com os seus vómitos ajudarão a destruir a democracia em prol dos seus interesses comezinhos e mesquinhos.
Se estes e outros não quiserem ser cúmplices de um crime, não gritem apenas “Quero o meu bife”, quando um acto administrativo parvo não os deixar entrar num restaurante. Gritem antes comigo: “Quero a minha democracia!”, e depois podemos todos ir comer um bife. Ou uma salada.
Desde Dezembro passado, só vou a restaurantes que, sujeitando-se a multas, não me pedem certificado digital. São poucos. Podia optar por um certificado falso – até fiz um com o nome e data de nascimento de Marcelo Rebelo de Sousa, talvez passasse – ou pedir um “emprestado”, mas não entro em esquemas de falsificação.
Tive direito a um certificado digital, durante cerca de seis meses do ano passado, que nunca usei, depois de sobreviver a uma infecção por covid-19, a uma infecção bacteriana hospitalar e a uma grosseira negligência de um médico que permitiu que o fio-guia de um cateter andasse enrodilhado entre ventrículos do coração durante cinco dias, e cuja identidade a senhora Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho, circunstancial presidente do Conselho de Administração Central do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (certamente pela sua competência, e não pelos esponsais com o eurodeputado socialista de quem ganhou o último apelido), não me quer revelar. Não sofro de “long covid”, estragando as estimativas do Doutor Filipe Froes de que 10% dos infectados padecem de tal maleita.
Nunca usei nem usarei, porque a minha recusa é por imperativos de Cidadania e de Ciência.
Vamos primeiro à Cidadania, até porque manteria a recusa mesmo que tivesse optado por me ter vacinado. E fá-lo-ia se não fosse pelas razões que mais adiante indico sobre a Ciência.
Já lá vou.
Nenhum cidadão decente, em pleno século XXI democrático, deveria poder aceitar sequer um certificado, digital ou analógico, com o objectivo de separar, só por si, um dos demais.
Por vezes, há quem invoque, perante a institucionalização e aceitação quase generalizada do certificado, a perseguição perpetrada pelo nazismo aos judeus, que se iniciou também através de um documento segregacionista.
Não sigo essa linha por duas razões: primeiro, avocar o nazismo tem como consequência que um debate sobre discriminação descarrila vertiginosamente para o Reductio ad Hitlerum; segundo, Hitler não inventou nada. E agora também não se está a inventar nada, mesmo se Hitler e as atrocidades em nome da sua loucura não tivessem jamais existido, como existiram.
Na verdade, não precisamos em Portugal de viajar para a Alemanha Nazi, nem para a América com o seu one-drop rule, a infame regra de uma gota, que discriminava pessoas por descenderem de negros, mesmo que fossem tetravós.
Basta recuarmos nos nossos tempos, neste mesmo território onde estamos. Durante séculos e séculos, tivemos muito dignos “inquisidores apostólicos contra a herética pravidade e apostasia” que averiguavam, judicialmente, se alguém era “legítimo e inteiro Cristão velho, e de limpo sangue, e geração”. E até ao início do século XIX português chegou-se a afastar de cargos ou confrarias aqueles que apresentassem ascendência judaica, moura ou gentia, até ao 4º grau.
Ademais, no caso do certificado digital, estamos perante uma segregação sem sequer uma lógica ou sentido jurídico e legal: quem se vacina cumpre a lei; quem toma a decisão de não aceitar a vacina também cumpre a lei, porquanto a vacina não é obrigatória, é voluntária. Sabemos que quem incumpre as normas legais ou os códigos penais está sujeito ao pagamento de uma coima ou condenado a ser “segregado” pela sociedade, sendo-lhe retirado direitos e liberdades.
Porém, não é isso que sucede com a vacina contra a covid-19. No caso de uma vacina, ainda mais com uma tecnologia recente, estamos ao mesmo nível de uma lei que permite que se ande em qualquer dos lados dos passeios de uma avenida.
Seria ridículo permitir tal liberalidade – a escolha do passeio – e depois segregar quem tivesse a “ousadia” de escolher o lado esquerdo, não permitindo que entrasse em restaurantes ou visitasse um museu, apenas porque o Governo “achava” que era melhor para a comunidade que andasse pelo lado direito.
Despachados os princípios de Cidadania, só por si suficientes, passemos para a Ciência.
Como escritor de romances do género histórico, nas minhas deambulações pela Biblioteca Nacional amiúde me ia rindo e sorrindo durante a leitura de documentos coevos sobre usos “médicos” de antanho, suportados pela Ciência da época. Recordo, aliás, que durante a Peste Negra, no século XIV, se usaram fogueiras nas ruas e até salvas de artilharia ou música, pois julgava-se que as vibrações afastariam o ar corrupto. E até as célebres máscaras de “médicos” com bico de corvo nem sequer tinham o objectivo de “filtrar” o ar – pensava-se então que a doença se devia a miasmas e não a uma bactéria transmitida por pulgas –, tendo apenas um simbolismo místico.
Enfim, mas também deve ter sido por simbolismo místico que as autoridades multaram trabalhadores por comerem sandes dentro do carro em plena pandemia, ou uma reformada por ir ao café comer um bolo de arroz e a meia de leite, ou um jovem por comer gomas junto a uma máquina de vending.
E também deve ter sido por simbolismo místico que a Autoridade de Saúde Nacional é uma senhora, burocrata desde sempre, com conhecimentos de Medicina adquiridos por neurónios de paradeiro agora desconhecido, e somente usados na década de 70 do último século do milénio passado, que alardemente nem sabe utilizar um computador e com sérias dificuldades em aceitar aceder aos meus pedidos de documentos ao abrigo de uma lei da transparência da Administração Pública. By the way, na próxima quarta-feira, a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) debruçar-se-á em mais quatro pareceres sobre recusas da DGS.
É esta senhora, rodeada de “especialistas” – desde um doutorado em migrações de carapaus até a um (re)conhecido pneumologista-mercenário ao serviço das farmacêuticas –, que tem ditado as regras sanitárias em tempos de pandemia, invocando a Ciência, que deveria ter, como as de Deus através de Moisés, umas tábuas onde um dos Mandamentos fosse: “Não faças mau uso do nome do Senhor, tua Ciência, porque Ele não deixará sem castigo os que fizerem mau uso do seu nome.”
Na verdade, sobre Ciência em Tempos de Pandemia, já vimos de tudo. Já vimos o esplendor da Ciência nas máscaras que, primeiro, davam uma falsa sensação de segurança, até às declarações de um presidente da República que jurava vir a ser o “último moicano” a deixá-las, apesar de já o termos visto na semana passada a cantar o Grândola Vila Morena de (desavergonhada) face destapada na companhia de Emmanuel Macron.
Já vimos a maravilhosa Ciência nas garantias de que os lockdowns eram fundamentais, e por isso mesmo tivemos o “milagre” português como uma evidência na Primavera de 2020, para depois termos o desastre em Janeiro de 2021, “apenas” porque nem todos seguiram o conselho de Rui Portugal, subdirector-geral da Saúde, de oferecerem compotas no Natal em “vistas rápidas no quintal de uns e de outros, ou no patamar do prédio”.
Já vimos também a fantástica Ciência na garantia da eficácia das vacinas, primeiro, para toda e qualquer idade em quase 100%, para depois ir descendo, descendo, descendo, até que daqui a nada, para dar protecção, se tem (exageremos!) que dar tantas picas como as doses de insulina necessárias num diabético.
Já vimos a extraordinária Ciência nas juras de uma vacina que era também muito eficiente na redução da capacidade de se ser infectado e de infectar, e daí que íamos ter de vacinar tudo e um par de botas, para criar imunidade de grupo, mas que em pouco já não era possível, e depois ainda assistimos ao maior aumento de casos com uma variante que, afinal, se disseminou mais facilmente entre os vacinados. Tudo a Ciência, maleável, justificou.
Vamos ser claros. Não sou absolutamente nada contra vacinas – ou mais correctamente, no caso específico das destinadas contra a covid-19, o fármaco injectável –, que, em determinadas circunstâncias e para determinados grupos, pode e será uma ferramenta preventiva de doença grave e morte.
Nem sou absolutamente nada contra – muito pelo contrário – à investigação e busca de terapêuticas contra a covid-19 ou contra qualquer outra doença. Seria um absurdo, sobretudo para quem conhece História.
Já sou, e muito, e sobretudo por conhecer História, e a História da Ciência, contra o obscurantismo, a falta de transparência, a burocrática mesquinhez, e a sobranceria.
Em finais de Dezembro do ano passado, e princípio de Janeiro deste ano, através do PÁGINA UM, tomei a iniciativa de patrocinar um conjunto de testes serológicos para verificar os níveis de seropositividade à covid-19 em sete pessoas, das quais cinco com infecção anterior (com níveis diferentes de gravidade), e apenas duas vacinadas (uma das quais com infecção prévia).
Darei detalhes em breve sobre as outras situações – embora não revelando identidades –, mas no meu caso, como podem confirmar, seis meses após ter sido declarado “negativo” (curado), o valor para as imunoglobinas G IgG) no meu sangue era de 427,00 BAU/ml, muito acima do valor a partir do qual se considera positivo (33,8 BAU/ml).
Bem sei que “a evidência científica actual ainda não nos permite afirmar que um título elevado de anticorpos IgG anti SARS-CoV-2 é garante de imunidade efetiva ou duradoura”, conforme avisa o boletim do laboratório Germano de Sousa, mas a Ciência, se estivesse a ser usada nestes tempos, dir-me-ia que este meu valor deveria valer mais do que um qualquer papelucho, um qualquer certificado de vacinação.
Um médico decente, baseando-se na Ciência, nunca diria que eu deveria vacinar-me com estes níveis. Excepto, talvez, um que também sugerisse que o Michael Phelps, pelo sim, pelo não, deveria usar uma bóia quando se lançasse a uma piscina. Ou aqueloutro que recomendasse protector solar factor 50 a um senegalês para, enfim, precaver algum carcinoma.
Para a Ciência, os diagnósticos pessoais são essenciais para uma decisão, e na atribuição e caducidade dos certificados digitais nunca nada houve de científico. Nada.
Exigir a vacinação – e com isso obter-se um salvo-conduto através de um certificado digital – com base num prazo administrativo é anti-científico (excepto para as Ciências Políticas que estudam os estados ditatoriais), porque nem sequer assente em qualquer estudo científico conhecido. E mesmo que assim fosse, nunca deveria ser uma opção generalizável.
Não é, por exemplo, por ser saber que a hipercolesterolemia está associada a ataques cardíacos a partir de uma determinada idade que se vai colocar toda a gente em dieta ou a tomar comprimidos contra o colesterol a partir de uma determinada idade; se calhar a sugestão (não imposição) por uma dieta ou por uma determinada terapêutica depende de um diagnóstico prévio. Digo eu, que não sou médico, mas uso neurónios.
Por insistentes quatro vezes, contactei a Direcção-Geral da Saúde para que me esclarecesse sobre a existência de estudos serológicos, questionando as razões científicas para exigirem que me vacinasse se quisesse entrar num restaurante. Não responderam sequer.
Foi um engano, um equívoco meu: na Direcção-Geral da Saúde não se faz nem se usa Ciência; “cozinham-se” argumentos, temperados por “especialistas”, que justificam uma deriva autoritária.
Aos 52 anos, não posso ir a um restaurante por causa de um papel. E ainda me acusam de negacionista. Isto não é Ciência. Isto não é Democracia.
Quando se defende que o jornalismo deve ser isento – e, talvez, me tenham já lido a usar este adjectivo nesse contexto –, deveria esclarecer que a isenção significa uma demonstração de imparcialidade, ser justo, ser neutro. Ora, a neutralidade, a justiça e a imparcialidade são excelentes características de um jornalismo credível, mas não representa indiferença aos factos, à sua eventual manipulação, à verdade e à mentira.
O jornalista deve partir, para qualquer notícia, imbuído de um espírito de isenção – ou seja, sem ideias pré-concebidas, sem intenção de criar enviesamentos, sem predisposição de orientar os leitores para uma linha previamente definida.
A partir do conhecimento que for adquirindo, daquilo que for observando e analisando, então deverá partir para a fase seguinte: tomar uma posição isenta, mas já não na exclusiva acepção de neutro, sem tomar uma posição. Pelo contrário.
PÁGINA UM deixa, a partir de hoje, de querer recerber donativos a partir da plataforma de crowdfunding do GoFundMe
Deve ser a isenção interpretada como sendo independência de carácter. Ou seja, depois da sua análise, um jornalista se quiser então ser justo, não pode ser completamente neutro; não pode ser imparcial, tem de tomar partido.
Um jornalista é, na verdade, um árbitro dos acontecimentos. Espera-se que um árbitro seja neutro, mas também justo e imparcial; porém, se ele, analisando um lance, vir que um jogador da casa dá uma canelada no adversário quando este se dirigia isolado em boa posição para o golo, e não marcar falta nem expulsar o caceteiro, estará então a cometer uma injustiça, uma batotice. Mesmo se receber os elogios do clube da casa pela sua “prestação”.
Ora, foi como antigo jornalista – assistente pasmado dos maiores atropelos à isenção, no sentido de independência de carácter, durante a pandemia – que decidi, depois de uma profunda análise, recuperar a carteira profissional e enveredar pelo projecto do PÁGINA UM.
Também foi por observar a realidade do Freedom Convoy – analisando dezenas de notícias, vendo vídeos, alguns ao vivo, e pesquisando pelas redes sociais –, que me foi possível fazer uma cobertura isenta sobre este movimento popular,praticamente ignorado pela nossa imprensa mainstream, a mesma que ignora qualquer outra manifestação em se conteste a gestão da pandemia.
E, nesta cobertura, não pode ninguém acusar-me de falta de isenção, porquanto coloquei sempre a opinião de todas as partes, mesmo quando me pareciam absurdas. A acusação feita pelo primeiro-ministro canadiano contra os manifestantes e os organizadores do GoFundMe, à luz de todos os acontecimentos que se podem visualizar – e agora é possível ver tudo – , são completamente inverosímeis e absurdas.
Trudeau até de transfobia os acusou; até de “roubarem comida a sem-abrigos”. Entrámos no mundo do surreal. O governo canadiano, com tantos meios, nunca conseguiu mais do que simples palavras acusatórias. Nem uma foto, nem um vídeo, nada. Apenas palavras acusatórias e vexatórias.
Não apenas palavras. Também actos. Assustados ou não com a mobilização por força de apoios financeiros de monta através da plataforma do GoFundMed, as autoridades políticas canadianas trataram de diabolizar ainda mais os manifestantes, acusando-os por receberem financiamentos de obscuros interesses estrangeiros e de serem promotores de extremismo. O objectivo era simples: fechar a “torneira” da angariação de fundos através do GoFundMe. Impedir uma manifestação de ter poder, de não vacilar.
Trudeau chamou aos manifestantes do Freedom Convoy de “pequena minoria marginal” (smal fringe minority”
Justin Trudeau ganhou este round. Durante esta madrugada, o GoFundMe veio suspender em definitivo a campanha do Freedom Convoy, e já não distribuirá nove dos 10 milhões de dólares canadianos (6,3 dos 7,0 milhões de euros) ao organizadores do GoFundMe, alegando que as “autoridades” lhes demonstraram que a campanha visava a “promoção da violência e do assédio”, o que viola os termos do serviço.
O GoFundMe concedeu assim um presente ao Governo canadiano – não apenas secando a fonte de financiamento do Freedom Convoy como dando-lhes um estatuto de promotores de violência e assédio, que o Governo de Trudeau não desaproveitará ao longo dos próximos dias – e, em simultâneo, deu uma terrível facada na democracia, na liberdade de manifestação e de intervenção, que são sagradas numa democracia, independentemente de serem desejadas ou convenientes para as autoridades.
O GoFundMe cedeu à pressão de um Governo,
O GoFundMe cedeu à manipulação de informação.
E isso é intolerável.
Como se sabe, o PÁGINA UM recorreu a várias formas de financiamento, para garantir o seu arranque inicial, o seu crescimento e a sua sustentabilidade financeira. O PÁGINA UM sabia que, pela sua postura e filosofia, traria inimizades e críticas, porventura muitas dos círculos do poder.
Mas nunca o PÁGINA UM colocou a hipótese de que, um dia, pudessem seguir queixas para este tipo de plataformas, como a do GoFundMe, e ver-se envolvido numa eventual acusação de promoção de violência e de assédio, de estar a receber dinheiro de fontes anónimas e eventualmente associadas a extremismos. Note-se que os apoios são apenas permitidos por cartão de crédito, e a possibilidade de anonimato do doador é apenas para terceiros; não para os angariadores.
Mightycause,a nova plataforma para apoiar pontuaknente o PÁGINA UM
Por esse motivo, pelo comportamento do GoFundMe, o PÁGINA UM não poderia continuar a manter nesta plataforma uma campanha de angariação de fundos.
Não terá essa decisão qualquer efeito para o GoFundMe. É uma decisão simbólica, de protesto, porque a democracia não é assim que se constrói. O montante angariado pelo PÁGINA UM na plataforma do GoFundMe foi apenas de 13.884 euros, através de 356 donativos. O GoFundMe, e entidades associadas, ficaram com cerca de 10% em comissões e encargos de transacção.
Assim, a partir de hoje, se desejar financiar pontualmente o PÁGINA UM, então pedia que optassem pela campanha agora em curso no Mightycause, AQUI.
As Autoridades de Saúde – englobemos aqui a Direcção-Geral da Saúde (DGS), administrações hospitalares e institutos públicos deste sector, entre os quais o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), o Infarmed e o Instituto de Medicina Legal – que nos garantem agora que a trágica morte do pequeno Rodrigo nada teve a ver com a vacina contra a covid-19, são as mesmas que nos asseguraram que uma bebé prematura, nascida no início do ano passado no Hospital Garcia de Orta, com uma hemorragia intraventricular de grau 4, afinal teve como causa de óbito as infecções por SARS-CoV-2, à conta de um simples teste positivo.
Que se saiba, as tais Autoridades de Saúde não se mostraram então tão zelosas em autópsias detalhadas para confirmar se a morte foi por covid-19 ou, enfim, por uma hemorragia intraventricular de grau 4. Não sou médico, mas nem é preciso ser especialista para desconfiar. Mas, neste caso, não interessou averiguar. Nem sobre esta morte, nem sobre a de um outro bebé com menos de 1 anos, nem de outra de uma criança de 4 anos, também com graves comorbilidades, nem a de uma jovem de 19 anos que sofria de síndrome de Dravet. Nesta última situação, a DGS até veio a correr informar que a jovem não estava vacinada. Agora, com o pequeno Rodrigo saiu-se com escrúpulos, e nada avançou, a não ser negar que não foi a vacina. Há escrúpulos convenientes.
Enfim, estas são as Autoridades de Saúde que temos e tivemos durante a pandemia.
São as mesmas Autoridades de Saúde que colocaram pelo menos 40 doentes terminais de SIDA nas estatísticas das vítimas da pandemia, somente porque testaram positivo quando hospitalizados por diversas maleitas da doença causada pelo VIH, independentemente da gravidade da covid-19 que possam ter desenvolvido antes do desfecho fatal.
São as mesmas Autoridades de Saúde que não tiveram pejo de incluir uma mulher de 41 anos com queimaduras de terceiro grau em toda a cabeça, e acharam bem que lhe tenham metido uma zaragatoa pelas narinas para lhe retirar um exsudado, de modo a colocá-la como vítima da covid-19.
São as mesmíssimas Autoridades de Saúde que consideraram como morte-covid um suicídio pela janela do Hospital de Vila Nova de Gaia, ou quedas da cama que causaram fracturas cranianas ou do pescoço, ou um sem-número de ataques cardíacos fulminantes, ou AVC, ou cancros terminais, ou falências renais, ou… a lista é infindável.
O PÁGINA UM tem revelado tudo isto, e muitos mais, provocando apenas um ensurdecedor silêncio de (quase) todos, incluindo de toda a imprensa mainstream.
São as mesmas Autoridades de Saúde que meteram como doentes-covid, algumas em cuidados intensivos, crianças inicialmente internadas por outras causas – até com cancros, benza-nos Deus! –, e que, em muitos casos, até só deram positivo ao SARS-CoV-2 porque foram contaminadas no próprio hospital.
São as mesmas Autoridades de Saúde que, elencando-se aqui somente duas das maiores bizarrices, incluíram como doentes-covid um homem de 59 anos que foi mordido por um cão no dia 17 de Abril do ano passado e ficou internado um dia no Centro Hospitalar do Baixo Vouga, ou uma rapariga de 16 anos que se deslocou ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa após uma queda de cavalo no dia 12 de Dezembro de 2020.
E isto para não ser demasiado exaustivo.
São as mesmíssimas Autoridades de Saúde que demoraram mais de seis meses a satisfazerem um pedido de acesso a documentos clínicos a um internado-covid – que também apanhou uma infeccção nosocomial e teve “direito” a andar com um fio-guia a passear no coração durante cinco dias –, e isto depois de um parecer da Comissão de Acesso a Documentos Administrativos (CADA), e mais um artigo de opinião sobre obscurantismo de uma administração hospitalar; e que, mesmo assim, enviam mais de 300 páginas impressas, mas sem, hélas, identificar sequer o médico que cometeu um grosseiro acto de negligência, e sem sequer informar quais as consequências e responsabilidades internas de tal procedimento. [Nota: trata-se de uma experiência pessoal, mas representativa do obscurantismo intencional das administrações politizadas dos hospitais]
São as mesmas Autoridades de Saúde que recusam liminarmente todo e qualquer acesso a base de dados e a responder a toda e qualquer pedido de esclarecimento sobre a pandemia. [Nota: no próximo dia 17, a CADA decidirá, em princípio, através de parecer, quatro queixas do PÁGINA UM contra a DGS]
São as mesmas Autoridades de Saúde que apagaram informação, antes disponibilizada, como os dados diários dos óbitos por acidentes rodoviários e de trabalho e por suicídio constantes do SICO; com os dados da Plataforma da Mortalidade; e com os relatórios da Task Force de Ciências Comportamentais. [Nota: Depois do editorial do PÁGINA UM de 14 de Janeiro passado, entretanto a DGS fez reaparecer os ditos relatórios no seu site]
São as mesmas Autoridades de Saúde que defendem, como no caso concreto do presidente do Infarmed no contexto de um pedido do PÁGINA UM para acesso ao Portal de Notificações de Reações Adversas (Portal RAM), que não se deve disponibilizar dados “sensíveis” – presume-se que sensíveis politicamente – porque se corre “o risco de poderem ser analisados por não-especialistas”, e por assim terem “um elevado potencial para criar um alarme totalmente desnecessário e infundado”. [Nota: além de formação académica vasta, e larga experiência jornalística com elevado rigor e escrúpulo deontológico, sou até sócio da Associação Portuguesa de Epidemiologia, não me considerando propriamente leigo nestas matérias]
São estas, minhas senhoras e meus senhores, meus leitores e meus concidadãos, as Autoridades de Saúde que temos, e que nos pedem para que, sim, acreditemos que o pequeno Rodrigo jamais morreu por causa da vacina contra a covid-19.
São estas as mesmíssimas Autoridades de Saúde que, sim, pressionam até à glândula pineal os pais e mães de centenas de milhares de outras crianças para correrem a dar um fármaco – ainda sem resultados de ensaios clínicos para se apurar impactes de longo prazo – contra uma doença que, naquelas idades, é de menor gravidade do que uma gripe ou pneumonia.
Se me perguntam se o pequeno Rodrigo morreu da vacina, eu direi: não sei.
Sei apenas que nunca, jamais, as nossas Autoridades de Saúde o admitiriam.
E porque digo isto?
Por tudo aquilo que atrás escrevi.
Neste momento, a minha confiança nas Autoridades de Saúde é nula. Ou melhor, abaixo de zero.
Todo o histórico de manipulação, sonegação e obscurantismo levam-me a não saber onde está a verdade ou a mentira. E a confiança nas instituições é um pilar fundamental nas democracias. E isso já não existe em relação às nossas Autoridades de Saúde.
Neste momento, só vejo uma solução para recuperar esse elo essencial: o Ministério Público (re)ganhar liberdade, e abrir de imediato um processo de averiguações sobre a (mais que provável) manipulação da informação durante a pandemia. E hoje já é tarde.
Graças à postura da Comissão de Acesso aos Documentos Administração (CADA) – pelas más razões que mais adiante se explicará –, no final deste texto, o PÁGINA UM revela uma lista de 162 casos de doentes-covid que desenvolveram miocardites e síndrome inflamatória multissistémica (MISC-C) durante os primeiros 15 meses da pandemia, também para complementar a informação do artigo ontem publicado.
São dados anonimizados, revelando-se somente a idade sexo, o período de internamento (meses da hospitalização e duração em dias), a unidade de saúde, a eventual utilização de cuidados intensivos e o desfecho (alta ou morte). Não são mencionadas outras comorbilidades, subentendendo-se que todos tiveram covid-19. Não existe informação sobre o estado vacinal, sendo certo que, à data do período final da base de dados (Maio de 2021), ainda não estavam vacinadas as pessoas menos de 55 anos.
Esta informação mostra-se essencial para compreender mais um enviesamento e manipulação de dados orquestrada pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), porque a ideia que tem transparecido, no caso das miocardites e da MISC-C, é a sua relevante perigosidade para crianças e jovens em caso de infecção por covid-19.
Como ontem se salientou aqui no PÁGINA UM, as prevalências destas afecções são ridiculamente baixas nos menores, estando em linha com aquilo que se sabe quanto ao risco da própria covid-19 em função da idade. Aliás, a pneumonia pneumocócica, sendo rara nestas faixas etárias, chega a ser mais mortífera do que a covid-19.
Não tem sido apenas com esta recente abordagem que o PÁGINA UM se tem destacado. Temos vindo, nas últimas semanas, a divulgar informação fundamental para entender melhor a gestão da pandemia, através de uma base de dados com os internamentos hospitalares a que tivemos sigiloso e exclusivo acesso.
Graças ao PÁGINA UM, pode-se agora confirmar, e até quantificar, para os primeiros 15 meses da pandemia, que uma parte considerável dos doentes-covid – que foram contabilizados pela DGS para as estatísticas dos internados e mesmo dos óbitos – tinha dado entrada nos hospitais por outras causas, e o simples teste positivo permitiu que fossem “usados” para a estratégia de alarmismo.
O PÁGINA UM – e particularmente eu, como seu director – tem uma clara visão sobre esta pandemia: existe, constitui um perigo real – não foi uma “gripezinha” (embora esteja em vias de o ser, face à actual letalidade) –, mas não é uma catástrofe ao nível de uma Gripe Espanhola, e deveria ter sido enquadrado numa estratégia de Saúde Pública que continuasse a olhar para as outras doenças. Além disso, esse perigo é (foi sempre) completamente diferenciado em função da idade, do sexo, das comorbilidades e do próprio hospital.
Nessa medida, a gestão ter assentado em medidas também diferenciadas, o mesmo se aplicando às vacinas – um fármaco cuja aplicação deveria considerar os princípios da precaução e do risco-benefício-incerteza. Desse modo, a vacinação nas idades mais avançada faz todo o sentido; não faz qualquer sentido – do ponto de vista da incerteza e também económico – em adultos jovens, adolescentes e crianças saudáveis, conforme o PÁGINA UM defendeu já. No resto, enfim, há muito negócio, como aliás o PÁGINA UM tem denunciado.
Enfim, mas, na verdade, é sobre a falta de informação e a ausência completa de dados reais que interessa tecer mais algumas considerações, porque foi esse “problema” que contribuiu decididamente para obstaculizar qualquer debate sério durante a pandemia.
A grande culpada, assuma-se, foi a imprensa mainstream que, contribuindo com um comportamento quase generalizado para a trágica auto-destruição de um dos pilares da democracia, não questionou, não incomodou, não investigou, negou informar.
Um dia se fará a História da Imprensa, e estes últimos dois anos dará uma página negra.
O PÁGINA UM nasce, aliás, por via do trabalho vergonhoso da maior parte da imprensa e dos jornalistas.
O PÁGINA UM nasce consciente de estar a enfrentar uma oposição enorme – mesmo, ou sobretudo, interna, da comunicação social –, mas tem consciência que, apesar da sua (ainda) pequenez, deve assumir essa bandeira. Ou esse cálice. Mesmo havendo órgãos de comunicação social que se esforçam para o denegrir, incluindo a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista ou o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas.
[Entretanto, nos últimos dias, de repentes, em estilo flic-flac à retaguarda, a comunicação social mainstream a fazer (agora, enfim!) artigos abordando o facto de os internamentos de doentes-covid serem (sempre foram), em grande parte, por outras causas. Que todos se lembrem que o que eles andaram a fazer; e que se saiba aqui que no dia 7 de Janeiro o PÁGINA UM – cujo site está online desde 21 de Dezembro passado – começou a revelar esse (e outros) factos. Foi aqui que se começou.]
O PÁGINA UM nasce também para lutar contra o obscurantismo da Administração Pública; contra a cultura do poder em recusar sistematicamente dar informação, o que numa democracia é algo intolerável.
Por esse motivo, o PÁGINA UM tem sistematicamente apresentado requerimentos atrás de requerimentos a solicitar documentos administrativos, incluindo bases de dados. Se não estiver em erro, estarão já mais de uma dezena de queixas na CADA por inexistência de resposta favorável a informação essencial, tanto de organismos da Administração Pública como de outras entidades, como o Conselho Superior da Magistratura e a Ordem dos Médicos.
Porém, lamentavelmente, a CADA – uma entidade supostamente independente, embora dependa financeiramente da Assembleia da República, do Orçamento do Estado e tenha a esmagadora maioria dos seus membros indicada directa ou indirectamente por partidos políticos – tem uma acção muito limitada. Não apenas porque os seus pareceres continuam, inexplicavelmente, a não ser vinculativos como estes podem vir com meses, meses e mais meses de atraso. A comissão reúne uma vez por mês, e agora por Skype.
Mas, além de tudo isto, ou sobretudo por isto, a CADA tem, por vezes, interpretações que parecem apologistas do obscurantismo, curiosamente quando em causa se encontram documentos “sensíveis” politicamente.
O PÁGINA UM teve, nos últimos tempos, duas “experiências” desse quilate.
A primeira refere-se ao pedido de parecer pela recusa do acesso à base de dados do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE) – que permitiria, por exemplo, apurar as taxas de letalidade em função do estado vacinal. Neste momento anda o processo a “marinar” na CADA. A queixa foi apresentada no dia 10 de Novembro de 2021, depois da não-resposta da DGS a um requerimento de 22 de Outubro, e a decisão somente verá a luz do dia, na melhor das hipóteses, em 17 de Fevereiro. Se dessa vez for aprovado nesta reunião, temos então um parecer ao fim de 68 longos dias úteis – ou 99 dias corridos. Ou seja, a CADA nem consegue cumprir o prazo da lei que ela rege, e que lhe concede 40 dias para elaborar os pareceres.
A DGS agradece e esfrega as mãos de contente.
Também a esfregar as mãos de contente – e brindando também ao obscurantismo – estará a doutora Graça Freitas por a CADA considerar que não tem o dever de conceder ao PÁGINA UM o acesso à base de dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), que permitiria, entre muitas outras coisas, analisar em concreto os óbitos por covid-19 e as variações das outras doenças como causa da morte em comparação com outros anos.
Apesar dessa base de dados não ser classificada, a CADA considerou, em recente parecer, que um jornalista – que, por sinal, no caso em apreço, até tem formação académica vasta – não pode invocar o seu estatuto de jornalista, que, entre outras funções, realiza investigações. Ou seja, a CADA defende que um jornalista não sabe ou não pode investigar, que não cumpre os pressupostos do artigo 12º da Lei nº 15/2012, que criou o SICO, e que possibilita, sob concordância do director-geral da Saúde, o acesso a essa base de dados para efeitos de “investigação”. E note-se: não está lá sequer escrito “investigação científica”.
Enfim, temos então a CADA a defender, implicitamente, o obscurantismo, o benefício da Administração Pública nada transparente. E, portanto, não mudando a CADA a sua posição – em todo o caso, será feita uma impugnação ao seu parecer, e depois sempre temos um Tribunal Administrativo –, arriscamos a contínua cegueira, a especulação, a desinformação. E ficamos sobretudo na cegueira sobre a eventual manipulação de dados por parte da DGS durante esta pandemia.
Ora, é exactamente por esse motivo, por se saber que a DGS jamais dará informação por sua iniciativa – e a CADA assim não ajuda –, que o PÁGINA UM tem vindo e continuará a divulgar toda a informação sigilosa que conseguir.
Sem qualquer hesitação, sempre que o interesse público o justificar. Por esse mesmo motivo, o PÁGINA UM apresenta um formulário de denúncias, com possibilidade de inserir documentos de forma anónima.
E é por esse motivo, e em conclusão, por mor da (in)acção da CADA – que promove, em matérias mais sensíveis, o obscurantismo –, que o PÁGINA UM divulga agora mais uma lista com dados clínicos, anonimizados, em cumprimento do Regulamento Geral de Protecção de Dados e da deontologia jornalística.
CASOS DE MIOCARDITE E SÍNDROME INFLAMATÓRIA MUSTISSISTÉMICA (MISC-C)
Caso 1 – MISC-C Homem – 1 ano Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Janeiro 2021 (10 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 2 – MISC-C Homem – 3 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Março 2021 (3 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 3 – MISC-C Homem – 3 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Abril 2021 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 4 – MISC-C Homem – 3 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Fevereiro – Março 2021 (11 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 5 – MISC-C Homem – 5 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Fevereiro – Março 2021 (19 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 6 – MISC-C Homem – 6 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Fevereiro 2021 (8 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 7 – MISC-C Homem – 7 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Porto Período de Internamento: Dezembro 2020 (15 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 8 – MISC-C Mulher – 7 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Fevereiro 2021 (8 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 9 – MISC-C Mulher – 8 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (9 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 10 – MISC-C Mulher – 8 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte Período de Internamento: Novembro 2020 (16 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 11 – MISC-C Mulher – 8 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Ave Período de Internamento: Fevereiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 12 – Miocardite Mulher – 10 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Junho 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 13 – Miocardite Homem – 10 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte Período de Internamento: Maio 2020 (10 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 14 – MISC-C Mulher – 10 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 15 – MISC-C Mulher – 11 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Março 2021 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 16 – Miocardite e MISC-C Mulher – 12 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Dezembro 2020 (12 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 17 – Miocardite Homem – 13 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Abril – Maio 2020 (19 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 18 – MISC-C Homem – 13 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Janeiro 2021 (17 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 19 – MISC-C Homem – 14 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte Período de Internamento: Novembro 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 20 – MISC-C Mulher – 15 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Dezembro 2021 (1 dia) Cuidados Intensivos: NÂO Desfecho: ALTA
Caso 21 – MISC-C Mulher – 15 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Porto Período de Internamento: Dezembro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 22 – MISC-C Mulher – 15 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Março 2021 (10 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 23 – Miocardite e MISC-C Homem – 16 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Fevereiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 24 – MISC-C Homem – 16 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Março – Abril 2021 (23 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 25 – MISC-C Homem – 16 anos Unidade de Saúde: Hospital da Senhora da Oliveira (Guimarães) Período de Internamento: Março 2021 (0 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 26 – Miocardite e MISC-C Homem – 17 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (10 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 27 – Miocardite Mulher – 18 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Janeiro 2021 (50 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 28 – Miocardite Mulher – 20 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 29 – Miocardite Homem – 22 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Outubro 2020 (20 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 30 – MISC-C Mulher – 22 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Fevereiro 2021 (11 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 31 – Miocardite Mulher – 23 anos Unidade de Saúde: Hospital do Espírito Santo (Évora) Período de Internamento: Abril 2020 (3 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 32 – MISC-C Homem – 24 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa Período de Internamento: Janeiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 33 – Miocardite Homem – 26 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Outubro 2020 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 34 – Miocardite Homem – 31 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 35 – Miocardite Homem – 31 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Novembro 2020 (15 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 36 – MISC-C Mulher – 34 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 37 – Miocardite Homem – 37 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Junho – Julho 2020 (45 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 38 – Miocardite Homem – 42 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte Período de Internamento: Junho – Agosto 2020 (72 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 39 – MISC-C Mulher – 42 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Dezembro 2020 (9 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 40 – Miocardite Homem – 43 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Março 2021 (19 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 41 – Miocardite Homem – 44 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Oeste Período de Internamento: Fevereiro 2021 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 42 – Miocardite Homem – 47 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Fevereiro – Março 2021 (27 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 43 – Miocardite Mulher – 47 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (11 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 44 – Miocardite Homem – 48 anos Unidade de Saúde: Hospital de Vila Franca de Xira Período de Internamento: Janeiro – Março 2021 (39 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 45 – Miocardite Mulher- 49 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Baixo Vouga Período de Internamento: Abril 2021 (8 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 46 – MISC-C Homem – 50 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Dezembro 2020 (9 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 47 – MISC-C Homem – 51 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Janeiro 2021 (19 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 48 – MISC-C Homem – 52 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Setúbal Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (33 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 49 – Miocardite Homem – 53 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (14 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 50 – Miocardite Homem – 54 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (21 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 51 – Miocardite Homem – 55 anos Unidade de Saúde: HPDFF Período de Internamento: Janeiro 2021 (8 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 52 – MISC-C Homem – 55 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (23 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 53 – MISC-C Homem – 55 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Porto Período de Internamento: Dezembro 2020 (14 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 54 – MISC-C Mulher – 56 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (35 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 55 – Miocardite Homem – 57 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Julho – Agosto 2020 (12 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 56 – Miocardite Homem – 58 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2020 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 57 – Miocardite Homem – 58 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Fevereiro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 58 – MISC-C Homem – 60 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Leiria Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (10 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 59 – Miocardite e MISC-C Homem – 62 anos Unidade de Saúde: Hospital de Cascais Dr. José de Almeida Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (24 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 60 – Miocardite Homem – 62 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (23 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 61 – Miocardite Homem – 62 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 62 – MISC-C Mulher – 62 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Janeiro – Março 2021 (46 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 63 – MISC-C Homem – 62 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo Período de Internamento: Janeiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 64 – Miocardite Homem – 63 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Dezembro 2020 (8 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 65 – Miocardite Mulher – 64 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (11 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 66 – Miocardite Homem – 65 anos Unidade de Saúde: Hospital do Espírito Santo (Évora) Período de Internamento: Janeiro 2021 (3 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 67 – MISC-C Homem – 65 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Fevereiro 2021 (9 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 68 – Miocardite Homem – 66 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde do Alto Minho Período de Internamento: Fevereiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 69 – MISC-C Homem – 66 anos Unidade de Saúde: Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira Período de Internamento: Novembro 2020 – Janeiro 2021 (49 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 70 – Miocardite Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Hospital Garcia de Orta (Almada) Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (26 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 71 – Miocardite Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (8 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 72 – MISC-C Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Fevereiro 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 73 – MISC-C Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro 2021 (4 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 74 – MISC-C Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 75 – MISC-C Homem – 67 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Fevereiro – Março 2021 (15 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 76 – MISC-C Mulher – 67 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Baixo Vouga Período de Internamento: Fevereiro 2021 (20 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 77 – Miocardite Mulher – 68 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Oeste Período de Internamento: Janeiro 2021 (18 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 78 – MISC-C Mulher – 68 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (3 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 79 – MISC-C Homem – 68 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (16 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 80 – Miocardite Homem – 69 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 81 – MISC-C Homem – 69 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 82 – MISC-C Homem – 69 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Fevereiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 83 – Miocardite Homem – 70 anos Unidade de Saúde: Hospital Professor Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) Período de Internamento: Janeiro 2021 (15 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 84 – Miocardite Mulher – 70 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (24 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 85 – MISC-C Homem – 70 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Outubro – Novembro 2020 (29 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 86 – MISC-C Homem – 70 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (15 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 87 – Miocardite Homem – 71 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro 2021 (4 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 88 – MISC-C Homem – 71 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Oeste Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (30 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 89 – Miocardite Mulher – 73 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Outubro 2020 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 90 – Miocardite Homem – 73 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde da Guarda Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (37 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 91 – Miocardite Mulher – 73 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Maio – Junho 2020 (36 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 92 – MISC-C Mulher – 73 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Leiria Período de Internamento: Janeiro – Março 2021 (38 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 93 – MISC-C Mulher – 73 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (48 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 94 – Miocardite Homem – 74 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro 2021 (20 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 95 – Miocardite Homem – 74 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 96 – MISC-C Mulher – 74 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Janeiro 2021 (3 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 97 – Miocardite Homem – 75 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 98 – Miocardite Homem – 75 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto) Período de Internamento: Dezembro 2020 – Fevereiro 2021 (50 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 99 – Miocardite Mulher – 75 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (15 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 100 – MISC-C Mulher – 75 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Leiria Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 101 – Miocardite Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (16 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 102 – Miocardite N/A – 77 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde do Alto Minho Período de Internamento: Abril 2020 (16 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 103 – Miocardite Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Maio – Junho 2020 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 104 – Miocardite Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (9 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 105 – Miocardite Homem – 77 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (9 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 106 – Miocardite Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde Período de Internamento: Novembro 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 107 – MISC-C Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro 2021 (2 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 108 – MISC-C Homem – 77 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Abril 2021 (2 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 109 – MISC-C Homem – 77 anos Unidade de Saúde: Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira Período de Internamento: Novembro 2020 – Janeiro 2021 (61 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 110 – MISC-C Mulher – 77 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (3 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 111 – Miocardite Homem – 78 anos Unidade de Saúde: Hospital de Vila Franca de Xira Período de Internamento: Fevereiro 2021 (0 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 112 – Miocardite Homem – 78 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Dezembro 2020 (11 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 113 – MISC-C Mulher – 78 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Janeiro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 114 – MISC-C Homem – 78 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Dezembro 2020 (22 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 115 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 116 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (17 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 117 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Baixo Vouga Período de Internamento: Março 2020 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 118 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Hospital de Vila Franca de Xira Período de Internamento: Fevereiro 2021 (1 dia) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 119 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano Período de Internamento: Abril – Maio 2020 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 120 – Miocardite Homem – 79 anos Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (11 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 121 – MISC-C Mulher – 79 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (23 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 122 – MISC-C Mulher – 80 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (28 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: ALTA
Caso 123 – Miocardite Homem – 81 anos Unidade de Saúde: Hospital Garcia de Orta (Almada) Período de Internamento: Novembro 2020 (3 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 124 – Miocardite Mulher – 81 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro 2021 (4 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 125 – Miocardite Mulher – 81 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 126 – MISC-C Homem – 81 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Fevereiro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 127 – MISC-C Homem – 81 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (9 dias) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 128 – Miocardite Homem – 82 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 129 – MISC-C Mulher – 82 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (11 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 130 – MISC-C Mulher – 82 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Baixo Vouga Período de Internamento: Março 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 131 – MISC-C Mulher – 82 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (18 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 132 – Miocardite Homem – 83 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Fevereiro 2021 (16 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 133 – MISC-C Homem – 83 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (17 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 134 – MISC-C Mulher – 83 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Dezembro 2020 – Fevereiro 2021 (46 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 135 – MISC-C Mulher – 84 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro – Março 2021 (54 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 136 – Miocardite Homem – 85 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte Período de Internamento: Março 2020 (1 dia) Cuidados Intensivos: SIM Desfecho: MORTE
Caso 137 – Miocardite Homem – 86 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra Período de Internamento: Dezembro 2020 (14 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 138 – MISC-C Homem – 86 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (2 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 139 – Miocardite Homem – 88 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Baixo Vouga Período de Internamento: Março – Abril 2021 (10 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 140 – MISC-C Mulher – 88 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Novembro 2020 – Fevereiro 2021 (69 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 141 – MISC-C Mulher – 88 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira Período de Internamento: Dezembro 2020 (4 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 142 – Miocardite Homem – 89 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Póvoa de Varzim-Vila do Conde Período de Internamento: Dezembro 2020 – Janeiro 2021 (15 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 143 – Miocardite Mulher – 89 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Dezembro 2020 (10 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 144 – MISC-C Mulher – 89 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 145 – MISC-C Homem – 89 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Novembro – Dezembro 2020 (19 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 146 – Miocardite Mulher – 90 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Fevereiro 2021 (1 dia) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 147 – MISC-C Mulher – 90 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Outubro – Novembro 2020 (26 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 148 – MISC-C Mulher – 90 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (1 dia) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 149 – Miocardite Mulher – 91 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Abril 2020 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 150 – MISC-C Mulher – 91 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 151 – MISC-C Mulher – 92 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Janeiro 2021 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 152 – Miocardite Mulher – 93 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar do Médio Tejo Período de Internamento: Agosto 2020 (4 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 153 – Miocardite Mulher – 93 anos (99 dias) Unidade de Saúde: Hospital Beatriz Ângelo (Loures) Período de Internamento: Março – Junho 2020 ( Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 154 – Miocardite Mulher – 93 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central Período de Internamento: Dezembro 2020 (13 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 155 – MISC-C Homem – 93 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (18 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 156 – Miocardite Mulher – 94 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Matosinhos Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (11 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: ALTA
Caso 157 – MISC-C Mulher – 94 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Janeiro 2021 (6 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 158 – Miocardite Homem – 95 anos Unidade de Saúde: Unidade Local de Saúde de Castelo Branco Período de Internamento: Janeiro 2021 (4 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 159 – MISC-C Homem – 95 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro Período de Internamento: Dezembro 2020 (5 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 160 – Miocardite Homem – 97 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Universitário do Algarve Período de Internamento: Janeiro – Fevereiro 2021 (9 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 161 – MISC-C Homem – 98 anos Unidade de Saúde: Centro Hospitalar Tondela-Viseu Período de Internamento: Janeiro 2021 (12 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Caso 162 – MISC-C Homem – 99 anos Unidade de Saúde: Hospital de Braga Período de Internamento: Dezembro 2020 (7 dias) Cuidados Intensivos: NÃO Desfecho: MORTE
Ana Maria Azevedo Vasconcelos Correia é médica de Saúde Pública e directora da delegação do Porto do Instituto Nacional de Saúde Pública. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 para crianças dos 5 aos 11 anos.
António Carlos Megre Eugénio Sarmento é médico, professor da Faculdade de Medicina do Porto e director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital de São João. É um dos signatários do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Diana Raquel da Silva Costa é farmacêutica e investigadora da Nova SBE – Health Economics & Management Knowledge Center. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
João Pedro Fidalgo Rocha é farmacêutico e professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. É um dos signatários do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 para crianças dos 5 aos 11 anos.
Luís Ricardo Simões da Silva Graça é médico imunologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. É um dos signatários do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Luísa Maria Duarte Sousa Rocha Vaz é médica e coordenadora da Unidade de Saúde Familiar da Cova da Piedade. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Maria de Fátima Vieira Ventura é farmacêutica, professora da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e membro da Comissão de Avaliação de Medicamentos do INFARMED. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Maria Lurdes Silva é enfermeira, investigadora coordenadora do Instituto Nacional de Saúde e professora convidada da Universidade do Porto. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Marta Valente Pinto é médica e assistente de pediatria no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Manuel do Carmo Gomes é biólogo e professor do Departamento de Biologia vegetal da Faculdade de Ciência da Universidade de Lisboa. É um dos signatários do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 para crianças dos 5 aos 11 anos.
Raquel Margarida Mendes Ribeiro Nunes Guiomar Moreira é virologista e Responsável pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe do Instituto Nacional de Saúde (INSA). É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Teresa Maria Alves Fernandes é bióloga, técnica superior da Direcção-Geral da Saúde e coordenadora do Programa Nacional de Vacinação. É uma das signatárias do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 de crianças dos 5 aos 11 anos.
Válter Bruno Ribeiro Fonseca é médico, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa e director do Departamento de Qualidade da Saúde da Direcção-Geral da Saúde. É um dos signatários do parecer que recomendou a vacinação contra a covid-19 a crianças dos 5 aos 11 anos.
Estes são os 13 nomes que integram a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC).
Relembremos que o seu parecer, assinado em 10 de Dezembro de 2021, considerou, “com base nos dados disponíveis, que a avaliação de risco-benefício é favorável à vacinação universal das crianças com 5 a 11 anos”, conforme página 27.
Foi este o parecer desejado pela Direcção-Geral da Saúde.
Foi este o parecer desejado pelo Governo.
Foi este o parecer desejado pela imprensa mainstream.
Antecedendo este parecer, um grupo de pediatras elaborara em 2 de Dezembro um outro parecer no qual recomendava “ser prudente aguardar por mais evidência científica antes de ser tomada uma decisão final de vacinação universal deste grupo etário.”
O parecer da CTVC referia dois aspectos fundamentais sobre quais eram os “dados disponíveis” sobre o impacte da covid-19 e sobre o impacte das vacinas contra a covid-19 nas crianças, a saber:
a) “Um estudo em crianças inglesas com PCR positiva para SARS-COV-2 estimou uma taxa de mortalidade devido a infeção por SARS-CoV-2 em 2 óbitos por milhão, sendo que de todas as crianças que testaram positivo para SARS-COV-2, 99.995% sobreviveram, estando de acordo com os dados reportados noutros países”, conforme página 7.
b) “Os riscos, a longo prazo, associados à administração da vacina, nas idades 5-11 anos, não são ainda definitivamente conhecidos”, conforme página 18.
Como referi em artigo publicado em 12 de Dezembro, a CTCV baseou a recomendação para vacinação universal de crianças entre os 5 e os 11 anos apenas em estudos de avaliação a curto prazo em adolescentes e jovens adultos, mas que nem sequer estavam publicados ou revistos pelos pares (peer review). Ou seja, nem avaliação de curto prazo tinham.
Extracto do parecer da CTVC que confessa o desconhecimento dos efeitos da vacina em crianças a longo prazo.
Recorde-se também que o PÁGINA UM revelou, em notícia exclusiva em 7 de Janeiro passado, que, nos primeiros 15 meses da pandemia, quatro em cada 10 menores hospitalizados com covid-19 foram internados por outras causas.
Até à data do avanço do programa de vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos, nenhuma tinha morrido por esta doença. Todos os três menores de idade que tinha falecido – um com 4 anos e dois com menos de 1 ano – sofriam de gravíssimas comorbilidades. No caso dos recém-nascidos seria até muito duvidoso que sobrevivessem mesmo sem covid-19.
Estes eram, repito, os “dados disponíveis”. Os médicos e os técnicos que compõem a CTVC fizeram um parecer político, rasgando todos os princípios da prudência e da deontologia. Venderam os seus princípios – se é que os tinham – por um punhado de reconhecimento das autoridades.
Trocaram zero mortes por uma incerteza, que agora aparenta ser uma certeza: a morte de uma criança.
Pode ser pouco, mas mostra sobretudo que, em tempos de Ciência, afinal se escreve um parecer que nada teve de científico. Foi político. “Que se tenha noção” que alguns dos membros desta CTVC são professores universitários e que escreveram um parecer e tiraram conclusões que envergonhariam, e chumbariam, um aluno universitário.
E que ficou agora manchado com sangue.
Esperemos que seja apenas uma.
E que essa morte sirva para cada um destes membros reflictam sobre o próximo parecer, ou frete, que lhe encomendarem.
Quanto ao Governo, tem agora uma só opção: suspender imediatamente o programa de vacinação das crianças.
Hoje, o PÁGINA UM revelou que alguns milhares de pessoas que deram entrada nas urgências hospitalares com problemas cardíacos acabaram rotulados como doentes-covid, sendo que, nos casos de desfechos fatais, foram considerados oficialmente como vítimas da pandemia.
Esta denúncia, quantificada, foi completamente ignorada pela imprensa mainstream, tal como os outros casos que o PÁGINA UM tem vindo, paulatinamente, a desvendar, assentes em dados oficiais nunca divulgados pelas autoridades de Saúde. Não é por acaso que tal sucede.
Toda a gestão da crise pandémica em Portugal e no Mundo se tem baseado na promoção do medo e no controlo da informação, com a qual a comunicação social mainstream – dependente cada vez mais dos poderes políticos para sobreviver financeiramente – tem pactuado. Mais papista do que o Papa, os jornalistas mainstream fomentam esse pânico ad nauseam.
A recente morte de uma criança de seis anos no Hospital de Santa Maria é reveladora deste contributo nojento – já não há outra expressão justa – da comunicação social tradicional.
Note-se: a criança faleceu no domingo, dia 16, num quadro de crise cardíaca fulminante, e segundo as informações do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte chegara no dia anterior às urgências “com um quadro de paragem cardiorrespiratória”. Foi-lhe feito um teste à covid-19, que deu positivo, e sabe-se ainda que tinha tomado uma dose da vacina da Pfizer.
Entretanto, e apesar de contrariar as suas normas até há pouco seguidas, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) acabou por não incluir esse óbito nas estatísticas da covid-19. Porém, isso já pouco interessa para a comunicação social mainstream. Nenhuma refere que a DGS não incluiu essa morte nas estatísticas; ao invés, dá a ideia de que tal sucedeu.
Com efeito, para a generalidade da imprensa, os títulos remetem para uma criança que morreu “com covid-19” ou “infectada com covid-19”, como se pode observar nas notícias da Rádio Renascença, Diário de Notícias, Jornal I, Sábado ou CNN Portugal. Alguns órgãos de comunicação social não titulam dessa forma, mas enviesam a informação, orientando os leitores para entenderem a morte como tendo sido causada pela covid-19, e não pela vacina.
Que devia, nestas circunstâncias, fazer um verdadeiro jornalista, um que não queira ser pé de microfone ou de servir uma narrativa oficial?
Assumir, primeiro, que ninguém sabe ainda qual a causa. Na verdade, nas actuais circunstâncias, um teste positivo nada diz, nem a toma de uma dose de vacina nada diz. Porém, há muito trabalho que um verdadeiro jornalista pode e deve fazer.
Deve, primeiro, saber que o papel da comunicação social, na sua função mais nobre, é sobretudo questionar, investigar, obrigar que as autoridades de Saúde sejam mais transparentes, que justifiquem acções e clarifiquem aspectos fundamentais da gestão da pandemia.
Isso não está a ser feito, intencionalmente, e por responsabilidade das direcções editoriais e de jornalistas mansos.
A função da comunicação social nunca pode ser de promoção do medo nem de orientar a população. Deveria fazer corar de vergonha uma sociedade de um país democrático saber que 92,2% dos jornalistas confessaram que, durante uma crise sanitária, tiveram “uma preocupação permanente em orientar comportamentos”, assumindo que fizeram isso “através do próprio agendamento noticioso”, conforme revelou um estudo da Universidade do Minho.
Não, meus senhores. Não, minhas senhoras. Não, meus camaradas jornalistas. Aquilo que se tem andado a fazer, aquilo que vocês têm andado a fazer, não é jornalismo.
Vocês, para fazerem verdadeiro jornalismo, têm de fazer mais e melhor. Têm de questionar. Têm de exigir transparência. Têm de denunciar. Têm de, com mais questões, com mais transparência, com mais denúncias, pugnar por uma sociedade mais democrática. De contrário, ganham o vosso salário, mas não cumprem a vossa função.
Eu não desejo ensinar ninguém, apenas mostrar como trabalho no actual ambiente de falta de transparência e dificuldades de acesso à informação. E isto como outsider num ambiente onde questionar a narrativa oficial facilmente é um passaporte para o ostracismo e um bilhete para perseguição e assassinato de carácter, mesmo entre os pares.
O PÁGINA UM tem questionado, questionado e questionado as autoridades a revelarem informação pública.
Vamos ao exemplo da malograda criança de seis anos.
Para saber se uma morte deste género é coisa rara, eu conseguia apurar facilmente, até há poucas semanas, quantas crianças morriam de ataque cardíaco por ano, através da Plataforma da Mortalidade. Conhecer isso permitiria enquadrar este recente infeliz evento no seu devido contexto.
Porém, a doutora Graça Freitas tratou, entretanto, de eliminar este site dos olhos dos incómodos jornalistas e cidadãos. O site eclipsou-se na última semana. Alguém, além do PÁGINA UM, denunciou isto? Ou denunciou o “apagão” da informação diária sobre a pandemia, dos suicídios no Sistema de Informação dos Certificados de Óbitos (SICO) ou dos relatórios da Task Force de Ciências Comportamentais? Não me consta.
Mas, além de denunciar estas situações de falta de transparência de uma funcionária pública – é isso que a doutora Graça Freitas é, e deve ser tratada como tal –, que está ao serviço de um Governo, um verdadeiro jornalista deve saber lutar e contornar o obscurantismo. Deveriam saber os jornalistas, por exemplo, pesquisar na labiríntica base de dados do Instituto Nacional de Estatística, para aí descobrirem alternativas a alguma informação escondida pela DGS.
Se se dessem ao trabalho – ou soubessem pesquisar –, talvez assim ficassem a conhecer que as doenças isquémicas do coração – aparentemente a causa de morte da criança no Hospital de Santa Maria – é algo muito raro, para não dizer de probabilidade remota. Tanto assim que desde 2015 até 2019 não há qualquer óbito registado em menores de nove anos. Algum jornalista mainstream fez isto? Não me consta.
Mas um verdadeiro jornalista deveria fazer mais. Tem de fazer mais. Devia pressionar o Infarmed – que parece mais preocupado em patrocinar cursos de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing na Indústria Farmacêutica do que em revelar informação sensível sobre fármacos – para disponibilizar o acesso às bases de dados de farmacovigilância. Até agora, os jornalistas mainstream têm-se satisfeito com relatórios simplistas feitos à medida de adolescentes do secundário.
Captura de ecrã de base de dados do Instituto Nacional de Estatística revelando ausência de óbitos por doenças isquémicas do coração em menores de 9 anos entre 2015 e 2019.
Que eu saiba, o PÁGINA UM foi o único órgão de comunicação social que solicitou acesso para dois casos em concreto: vacinas contra a covid-19 e para o remdesivir, fármaco da Gilead. Aliás, se houvesse mais jornalistas, por certo o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, não acharia que poderia ignorar olimpicamente essas solicitações. Diga-se, de passagem, que já seguiram duas queixas para a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos. Algum outro jornalista mainstream fez isto? Não me consta.
Enfim, por vezes, questiono-me como muitos jornalistas conseguem dormir de consciência tranquila. Eu tenho dormido. E acordo, no dia seguinte, pronto para questionar mais. Para informar melhor.
A Direcção-Geral da Saúde tem, e segue, uma estratégia muito clara: esconder informação.
Esconder significa qualquer uma de duas formas: não revelar informação que possui – ou deve possuir para exercer a sua função de Autoridade de Saúde Nacional – e subtrair informação que se encontrava disponível.
Bem sabemos, porque a própria confessou – aparentemente com orgulho –, que a doutora Graça Freitas não sabe mexer num computador. Nem há conhecimento de a directora-geral da Saúde ter dado uma queda, além daquela da “Casa Feliz” do João Baião, e desligado inadvertidamente um qualquer servidor. Mas uma coisa é certa: alguém anda a fazer “limpeza” nos sites da Direcção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS tem mostrado, de facto, e de forma ostensiva, desde o início da pandemia, um comportamento activo de não conceder qualquer informação a jornalistas menos simpáticos. O PÁGINA UM, ainda com tão pouco tempo de vida, apresentou já seis queixas à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, três das quais serão decididas na próxima semana. E agora trata mesmo de fazer desaparecer informação de sites do Estado.
Plataforma da Mortalidade em Portugal: um dos sites “abatidos” pela DGS nos últimos dias.
Eis ao que a doutora Graça Freitas se apresta: ser uma “janízara sanitária” que, ao serviço de um Governo – e não de um Estado e dos seus concidadãos – elimina informação e base de dados que poderiam ser comprometedoras. Eis ao que a doutora Graça Freitas se apresta: ser uma funcionária pública que julga ter jurado subserviência aos políticos em vez de jurar servir os seus concidadãos.
Vamos a factos.
No ano passado, a doutora Graça Freitas fez desaparecer do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO) os registos de suicídios diários. Era informação disponibilizada desde 2014. A doutora Graça Freitas resolve assim, administrativamente, o problema dos suicídios provenientes da gestão da pandemia.
Mensagem de “página não encontrada” no endereço onde se encontravam os documentos da Task Force de Ciências Comportamentais.
Mais recentemente a DGS – leia-se, a doutora Graças Freitas – ocultou a Plataforma da Mortalidade, que permitia consultar as causas de óbitos, de forma discriminada e estruturada por idades. Ainda não possuía informação de 2020, o primeiro ano da pandemia. Essa informação existe, mas a doutora Graça Freitas também acha que não a deve libertar porque poderia comprometer o “seu” Governo.
Na última semana, também se eclipsou a informação diária (e histórica) relacionada com a pandemia, designadamente o número e tipo de testes e de casos positivos por idade, além de outra informação relevante. A doutora Graça Freitas pode assim inventar qualquer coisa, tal como o secretário da Saúde Lacerda Sales fez com a percentagem de não-vacinados nos cuidados intensivos.
Por fim, nos últimos dias, também os polémicos trabalhos da Task Force de Ciências Comportamentais se escafederam do site da DGS, por uma simples e evidente razão: os seus autores, reconhecidos académicos, “ensinavam” o Governo a usar o pânico e o medo na gestão da pandemia.
A doutora Graça Freitas quando se apercebeu do estrondo possível, embora confiante de uma imprensa mainstream mansa, não se fez rogada e toca de subtrair os documentos à pressa dos olhos dos mortais.
O PÁGINA UM questionou a DGS sobre estes desaparecimentos. Obviamente, como habitual, a doutora Graça Freitas acha que não deve responder.
Porém – por vezes há um porém –, o PÁGINA UM teve artes para “desenterrar” os ficheiros integrais de 14 policy briefs e outros tantos relatórios. E colocou-os no seu servidor para consulta. Para todo o sempre.
Que a doutora Graça Freitas tenha noção do que anda a fazer.
O PÁGINA UM decidiu, mais uma vez, divulgar, num artigo de investigação, alguns dados anonimizados de doentes-covid, desta vez para consubstanciar a veracidade e rigor da investigação sobre os internados por quedas e outros acidentes similares que acabaram classificados como doentes-covid, e mesmo como óbitos causados pelo SARS-CoV-2 em caso de desfechos fatais.
Tem o PÁGINA UM a perfeita consciência e convicção da legalidade nesta divulgação, do interesse público nesta divulgação e do cumprimento escrupuloso dos princípios éticos e deontológicos dos jornalistas nesta divulgação.
Noutros tempos, com outro tipo de jornalismo e com outro género de jornalistas, a investigação do PÁGINA UM seria invejada mas elogiada.
Agora, provavelmente, as recentes investigações do PÁGINA UM serão criticadas de forma desabrida, mesmo entre os seus pares: a imprensa e os jornalistas.
Não será algo inédito.
Como se sabe, no dia 23 de Dezembro passado, alguns órgãos de comunicação social – como o Expresso, o Observador e a Lusa, cujo take foi replicado pelo Público e Correio da Manhã – não tiveram pejo em seguir a linha de uma sórdida notícia da CNN Portugal que acusou o PÁGINA UM, sem o mencionar, de ser uma “página anti-vacinas no Facebook” de um grupo de “negacionistas”. Classificaram-me assim como “negacionista”, um labéu que, ainda há dias, era destacado pelo publisher do Observador, o experiente jornalista José Manuel Fernandes, ex-director do Público.
Lista de notícias publicadas na imprensa revelando dados clínicos de uma grávida não vacinada ligada a ECMO no Hospital de São João (Porto). Fonte: Google News (08/01/2022)
Na notícia da CNN Portugal, o jornalista-estagiário Henrique Magalhães Claudino (TP 886) – cuja editora é a jornalista Catarina Guerreiro (CP 2630) e o director Nuno Santos (CP 7185) – omitiu intencionalmente que o PÁGINA UM era um órgão de comunicação social para, desse modo, melhor fazer passar a escroque ideia de se estar perante um “crime” e de falsas notícias perpetrado por um incógnito e malévolo jornalista.
Na verdade, tratava-se tão-só de jornalismo de investigação, que em qualquer parte do Mundo enobrece esta arte de informar.
Por o PÁGINA UM revelar dados anonimizados, houve uma clara tentativa, contra mim, de assassinato de carácter, da qual esteve por detrás, sem sequer se esconder, a Ordem dos Médicos e o seu bastonário, que sabe estar eu a investigar o donativo de 380.000 euros concedido pela Merck para uma alegada campanha de distribuição de máscaras. O pedido de acesso à documentação foi recusado pela Ordem dos Médicos, e uma queixa do PÁGINA UM seguiu já para a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA).
Curiosamente, apesar da Comissão Nacional de Protecção de Dados ter já garantido que a divulgação de dados anonimizados é legal – porque, obviamente, “não há identidades reveladas” –, a Ordem dos Médicos apresentou supostamente uma queixa e instigou à abertura de uma investigação. Na “peça” manipuladora da CNN Portugal surgem vários médicos a criticarem a divulgação de dados feita pelo PÁGINA UM: Alexandre Lourenço (presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos), Cristina Camilo (presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos Pediátricos), Jorge Roque da Cunha (Sindicato Independente dos Médicos) e Filipe Almeida (director do Serviço de Humanização e Ética do Hospital de São João).
As declarações deste director do Hospital de São João, que é também membro da Comissão de Ética para a Investigação Clínica, são devera interessantes. Assegurou ele que a partilha dos dados serviam “intuitos que não perseguem o bem-estar da criança”, beneficiando “apenas uma política do negacionismo” e que era “um aproveitamento indevido do ponto de vista ético”.
A directora de Obstetrícia do Hospital de São João divulgou dados clínicos, incluindo estado vacinal, de grávida não identificada pelo nome.
Ora, este fim-de-semana, foi divulgado exactamente por uma fonte do Hospital de São João – a unidade de saúde do mui ético doutor Filipe Almeida – que ali estava internada uma mulher de 35 anos, grávida de 33 semanas, e ligada a ECMO (extra corporeal membrane oxygenation), proveniente do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, mais precisamente do Hospital de Penafiel. O take da Lusa complementava, segundo a mesma fonte do Hospital de São João, que a mulher estava “estável” e que o feto “se encontra bem”.
E destacando sempre, com excepção do Correio da Manhã (mas apenas na edição online), que a mulher não estava vacinada.
Não sejamos inocentes nem ingénuos: a situação vacinal da grávida era o “ponto essencial”, daí estar invariavelmente nos títulos das notícias. O objectivo não foi apenas informar; era também alarmar.
Note-se que fizeram declarações às televisões, referindo dados clínicos da paciente, os seguintes médicos do Hospital de São João: Marina Moucho (directora de Obstetrícia), na RTP, e Roberto Roncon (director de Medicina Intensiva e professor da Faculdade de Medicina do Porto), tanto na CNN Portugal como na TVI.
Mas, por certo, o doutor mui ético Filipe Almeida (colega da doutora Mouchão e do doutor Roncon), a Ordem dos Médicos, o seu bastonário e muitos médicos, considerarão que esta divulgação em concreto – esta divulgação de dados clínicos de uma pessoa que não concedeu autorização para tal, sobretudo para destacar o seu estado vacinal – é legal, de interesse público e cumpriu escrupulosamente os princípios éticos e deontológicos dos jornalistas.
E muitos jornalistas concordarão também que assim é que se deve fazer.
Perante isto, as críticas aos trabalhos de investigação jornalística do PÁGINA UM serão sempre asquerosas. Ponto. Pelo menos.
O ataque informático que atingiu os servidores da Impresa constitui, mais do que um ataque de pirataria informática, um ataque à liberdade de expressão, à liberdade de informação, pilares de todos os sistemas democráticos.
O PÁGINA UM não poderia, assim, ficar indiferente ao sucedido na última semana, pelo que convida todos os seus leitores a visitar o site provisório do Expresso.
O PÁGINA UM também se solidariza com o lema seguido pelo Expresso, nas suas páginas nas redes sociais, através do ashtag #liberdadeparainformar.
Porém, o PÁGINA UM jamais será um órgão de comunicação hipócrita. E, por isso, deve vincar aqui que o Expresso foi um dos órgãos de comunicação social – além da CNN Portugal, Observador, Público, Lusa e Correio da Manhã – que participou numa campanha de divulgação de informação e enxovalho sobre o PÁGINA UM, logo na fase do seu nascimento.
A respeito de um artigo noticioso sobre internamento de crianças com covid-19, devidamente fundamentado com informação oficial escondida das autoridades de Saúde – mas com o cuidado de se anonimizar os dados clínicos –, o PÁGINA UM foi brindado com epítetos de “pagina negacionista” ou “página antivacinas”, entre outros. O Expresso, de forma infame, assumiu como verdade que a notícia do PÁGINA UM, era uma mera “página antivacinas no Facebook“. Isto foi feito por jornalistas que agiram de má-fé ou nem sequer se deram ao trabalho de analisar o conteúdo desse artigo ou do corpus do PÁGINA UM. Preferiram o sensacionalismo à (breve) investigação para apurar os factos e a sua veracidade. A liberdade para informar é também um dever de informar bem.
O PÁGINA UM também deve relembrar ao director do Expresso, João Vieira Pereira, que dias antes do ataque dos hackers – que impedem a liberdade de expressão –, ele recusou publicar um direito de resposta e esclarecimento do PÁGINA UM sobre um artigo calunioso que ele permitiu que fosse publicado no seu site. Aliás, tal como sucedeu com os outros órgãos de comunicação social.
A defesa da liberdade de expressão mostra-se, ou não, em comportamentos como os do Expresso perante o PÁGINA UM, que nasce agora.
Obviamente, o PÁGINA UM teve de recorrer à Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que a sua liberdade de expressão seja permitida sem constrangimentos e sem infâmia lançada pelo Expresso e por outros órgãos de comunicação social. Mas fê-lo com um lamento: não deveria ser necessário um órgão de comunicação social, perante os seus “colegas”, ter de recorrer a uma entidade reguladora, estatal, para defender o livre direito de informar.
Mas, apesar disso, o PÁGINA UM sempre defenderá, para o Expresso e para toda a imprensa, a #liberdadeparainformar.
E deseja que, em breve, o site do Expresso fique operacional.