Categoria: Opinião

  • Finalmente, a Decência ao lado da Ciência

    Finalmente, a Decência ao lado da Ciência


    A decência, mais do que a inteligência, é a maior qualidade do ser humano. Na verdade, É esta, porventura, a qualidade que nos torna humanos, para além dos genes.

    Acredito não haver estudos sobre esta matéria, até por o conceito de decência se equivale à dificuldade de Santo Agostinho definir tempo, mas todos nós sabemos identificar a indecência.

    Por exemplo, a indecência dos políticos e de muita comunicação social, e ainda de muitas organizações (‘sequestradas’) de base científica e de peritos, que manipularam uma crise sanitária – e, muito provavelmente, até a sua origem –, de sorte a criarem uma onda de pânico e de emoção que, por sua vez, incrementaram uma crise assistencial e socioeconómica, que também causaram muitas mortes.

    A indecência de políticos, jornalistas, organismos internacionais e até muitos peritos que impuseram, sem qualquer base científica, um conjunto de regras e medidas, amiúde inconstitucionais, e a mais das vezes ineficazes, apenas pelo simples ‘prazer’ de ostentar poder e mostrarem uma hipócrita preocupação por terceiros.

    clear glass ball with light

    A indecência de ocultarem e manipularem informação, de modo a criarem a ideia de que um conjunto de fármacos (antivirais e vacinas), sem suficiente tempo de testagem, era a única ‘salvação’, e a eficaz e segurança dogmaticamente inquestionáveis.

    A indecência de perseguirem quem, porventura, mesmo com argumentos válidos, questionasse as medidas populistas e de atrozes efeitos nefastos (e.g., adiamentos de diagnósticos e de cirurgias programadas, e necessárias) e os fármacos que constituíram um filão inimaginável a certas farmacêuticas.

    A indecência de, onanisticamente, se elogiarem mutuamente, se premiarem até com prémios de ética e bioética, se alcandorarem a cargos políticos e afins, aproveitando-se da manipulação.

    A indecência de, durante anos, bloquear um debate científico, aberto à discussão, sem tabus nem limites que não seja a vitória da verdade, que deve estar sempre disponível a ser continuamente colocada à prova.

    A indecência de negar, nem que fosse por mera hipótese académica, talvez as vacinas não sejam assim tão seguras nem tão eficazes; que a imunidade natural confere uma melhor protecção contra a doença, e que foi um erro colossal vacinar jovens saudáveis.

    A indecência de colocar em cima da mesa, como única e dogmática hipótese, as quiméricas sequelas da covid-19 como causa do excesso de mortalidade, excluindo as vacinas.

    Jardim em Estocolmo, em Agosto de 2020.

    Por tudo isto, a notícia que hoje o PÁGINA UM publicou, dando eco a um artigo cientifico sobre o excesso de mortalidade do triénio 2020-2022 estar associado também às vacinas contra a covid-19, é um sinal de esperança na decência humana – e na decência dos cientistas, que devem mostrar-se humanos não apenas pela sua inteligência e rigor mas também através da decência.

    No fim do artigo, depois de apresentarem os as análises e discussão, os quatro holandeses – Saskia Mostert, Marcel Hoogland, Minke Huibers e Gertjan Kaspers – lançam um apelo às consciências: “A mortalidade excessiva permaneceu alta no Mundo Ocidental durante três anos consecutivos, apesar da implementação de medidas de contenção da covid-19 e das vacinas contra a covid-19. Isto não tem precedentes e levanta sérias preocupações. Durante a pandemia, foi enfatizado diariamente por políticos e pelos media que cada morte por covid-19 importava e que cada vida merecia proteção através das medidas de contenção e das vacinas contra a covid-19. No rescaldo da pandemia, a mesma moral deve ser aplicada. Cada morte precisa ser reconhecida e contabilizada, independentemente da sua origem. A transparência em relação aos possíveis factores letais é necessária. Os dados específicos sobre a mortalidade por causa precisam ser disponibilizados para permitir análises mais detalhadas, directas e robustas para determinar os contribuintes subjacentes. E exames post-mortem precisam ser facilitados para determinar a causa exacta da morte. Os líderes governamentais e os formuladores de políticas públicas precisam de investigar minuciosamente as causas subjacentes da mortalidade excessiva persistente e avaliar as suas políticas perante crises sanitárias”.

    Conclusão do artigo científico “Excess mortality across countries in the Western World since the COVID-19 pandemic: ‘Our World in Data’ estimates of January 2020 to December 2022“.

    Esta é, acreditem, uma peça de decência da Ciência, mas que ainda não ainda paralelo no mundo dos media, que continuam em negação sobre o que se fez durante a pandemia – com a ajuda de jornalistas e direcções dos media. A decência ainda vai demorar a chegar ao Jornalismo, tanto assim que, de entre a imprensa internacional, até agora o único jornal de relevância a noticiar este artigo científico foi o The Telegraph, esta tarde.

    Que seja. Por mais críticas que façam ao PÁGINA UM, e a mim, continuarei o caminho em prol da decência: por isso mesmo, temos lutado nos tribunais administrativos, para serem satisfeitos os pedidos de acesso às bases de dados sobre mortalidade (SICO), sobre os internamentos hospitalares (Grupos de Diagnóstico Homogéneos), sobre as mortes em lares durante a pandemia, sobre os contágios em hospitais, sobre as reacções adversas das vacinas e sobre os contratos de compra. Muitos destas casos correm nos tribunais há mais de ano e meio, o que só se justifica pela indecência reinante.


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  • Ribeiros, riachos e bichos-de-conta

    Ribeiros, riachos e bichos-de-conta

    Aquilo que devemos ter em conta sobre viagens no tempo é se, de verdade, as queremos fazer.

    Nadar contra a corrente, para além de esforço considerável, requer a capacidade de engolir golfadas de pirolitos. Os ribeiros trepam fragas e não sobram margens para abrir os braços, de verdade, pagas o preço dessa viagem?

    Ah, e depois, podes sempre decompôr, se é mera viagem (ida e volta) ou se é regresso (retorno). Numa viagem, a tentação da nostalgia é tão imensa que quase admitimos o risco.

    Green Swim Band

    – Deixa-me só ir lá ver, de novo.

    Num regresso há, pois então, perda. Perdemos a pescaria, fogem-nos as redes das mãos, a rebentação engole-nos e abafa-nos, choca o corpo contra pedras polidas.

    Nunca arriscaria tal. Isso é para garotos e românticas que se atiram do barco em plena rebentação.

    – Simão! Simão!

    Viagens no tempo fazem-se com facilidade, fazem-se com música e água, sem precisarmos de regressar, para ir (e vir) só lá ver (de novo).

    Somos todos antenas. Seja em que ponto do ribeiro (tempo) for. Estamos todos a ampliar o sinal uns dos outros, lembramo-nos mutuamente de pedras nos caminhos e saltamos riachos que alimentam lameiros (a lama) que alimentam aquele rebanho (a lã) que nos alimenta a nós, aos nossos filhos, enquanto o sangue se inflama com coisas vãs (a lama) e o lodo entra nos sapatos se nos falha um pé.

    a group of cell towers sitting on top of a mountain

    Todos nós antenas, que lá continuam pelo tempo corrido, corninhos no ar, flutuando ao de leve com as brisas e ventanias da sociedade do espectáculo, entre actores que memorizam bem as suas deixas – até com precisão matemática –, pontos, encenadores nas sombras, e os críticos – ah! Os críticos. Essa massa soberba – cheia de ar no recheio, fermento lento e pão que seca num dia até parecer cavaca amarga. Ranho que pinga do nariz (são as alergias, as alergias!), mas têm eles sempre uma opinião, homessa! Sempre um refrão na ponta da língua, para cantar em verso e fingir que não seguem a partitura. Os instrumentistas todos a levar com chimbalaus e a plateia só ais e uis, que espanto, que emoção! Ora são os turcos, os argelinos, os brasileiros, os portugueses de bem e os portugueses de mal, os aventais e os bordados! Ai! Ui! Pim! Pam! (Pum!)

    Nada de novo. Qualquer viagem no tempo nos ensina isso. Mas precisamos de tempo para a fazer, pode parecer diferente, mas na verdade não há atalhos para ida e volta. Podemos ter ido até onde o primeiro Deus habita, a distância percorrida continua a mesma.

    E mesmo que agora baixem todos os lancis, pintem os passeios de vermelho, para em seguida desovar mecos de ferro a cada cem centímetros (cem). Pim! Pam! (Pum!) Tomem lá estas acessibilidades mágicas, que a vida não foi feita para trepar ribeiros sem tropeçar nas fragas, dependendo da distância das rodas a um potencial volante tereis ou não privilégio de circular pelas ruas ocupadas pelas forças opressoras.

    Entre rios, ribeiros e riachos, anda a água acima e abaixo, a alimentar mares e oceanos e, com música bastante, quantas viagens no tempo podemos fazer até ficarmos loucos?

    – Sabes que, para os meus filhos, eu sou como a chuva e peço desculpa, e isso é razão bastante para que me gostem.

    O primeiro Deus, ouvindo-me, soltou sonora gargalhada, sobressaltando-me. E, imediatamente, se enrolou como um bicho-de-conta.

    Mariana Santos Martins é arquitecta


    N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.


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  • O caso Público: a vergonhosa patifaria de um jornal colaboracionista

    O caso Público: a vergonhosa patifaria de um jornal colaboracionista


    No dia 23 de Dezembro de 2021, dois dias após o seu nascimento, o PÁGINA UM foi alvo do mais soez e escroque ataque da imprensa mainstream. Preparado como denodo, usando um então jornalista-estagiário da CNN Portugal (há muitos jornalistas que, de pequenino, ‘nasceram’ tortos e sem ética como ‘paus-mandados’), uma minha notícia de investigação sobre a baixíssima taxa de internamento em cuidados intensivos e a letalidade nula de crianças com covid-19 – apresentando os casos convenientemente anonimizados – serviu para acusações encapotadas de o jornal (e eu) estar ao serviço de movimentos ditos “negacionistas”. No lead da minha notícia, de grande rigor, salientava que “este é o cenário de uma faixa etária que pouco tem a beneficiar de um programa de vacinação em massa. Apenas ganha incerteza no longo prazo”. Eram dados reais, oficiais, que contrariavam o pânico lançado pela imprensa para um programa de vacinação muito apetecido por certos sectores da sociedade.

    A forma como a notícia da CNN Portugal foi então orquestrada – com seis opiniões de médicos críticos (não se sabe bem a razão), acompanhada de uma suposta denúncia (nunca concretizada da Ordem dos Médicos) à Comissão Nacional de Protecção de Dados –, sem me identificar e ao PÁGINA UM (mas sendo mais do que óbvia, pelo elementos fornecidos), e a difusão massiva e corrosiva por outros órgãos de comunicação social, tinham um objectivo claro: decepar literalmente um projecto  de jornalismo independente.

    Não vale aqui historiar agora o falhanço da imprensa mainstream nessa demanda – e, compreendo bem, as vantagens deles em que não existisse nos últimos dois anos e meio o PÁGINA UM.

    Mas, no meio deste processo, há um jornal (chamemos-lhe assim) cujo ‘tratamento’ jamais perdoarei – e que deve ser destacado agora à luz das revelações do PÁGINA UM sobre a ocultação por Miguel Guimarães (antigo bastonário da Ordem dos Médicos e actual vice-presidente da bancada do PSD) dos pareceres do Colégio de Pediatria e da consequente perseguição ao pediatra Jorge Amil Dias. Estou a falar do Público.

    Como se tem mostrado agora patente, nunca houve consenso, pelo contrário, na vacinação contra a covid-19 de crianças e adolescentes – e, infelizmente, temo que se venha a revelar um dos piores erros (ou crimes), colocando os lamentáveis episódios da vacinação contra o HPV na Índia em 2009 (num projecto financiando pela Fundação Melinda e Bill Gates) ou dos ensaios escabrosos da Pfizer na Nigéria em 1996 com uma vacina contra a meningite como ‘brincadeiras de crianças’.

    O parecer assinado por Jorge Amil Dias, então presidente do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, que ontem revelámos, mostra-se, aliás, uma peça antológica daquilo que se espera de uma Medicina credível e prudente, que impele para a confiança e esperança. Ainda mais quando se trata da protecção de crianças e jovens. Este parecer, nunca é demais sublinhar, foi escrito em Julho de 2021.

    Público preferiu contribuir para silenciar, censurar e difamar as opiniões contrárias à ‘narrativa’ em vez de questionar e investigar se o ‘consenso’ era natural ou uma imposição. O ‘consenso’ da vacinação de menores só era possível porque a Ordem dos Médicos se censurou um parecer do Colégio de Pediatria e perseguiu profissionais.

    Ou seja, nunca houve consenso para a vacinação de adolescentes e crianças, a começar pela classe médica e, em particular, por parte da cúpula da Pediatria. E não foi apenas nos pareceres do Colégio da Pediatria, mas também num abaixo-assinado de profissionais de saúde, no início de 2022, que foi ostracizado pela generalidade da imprensa mainstream.

    Aquilo que houve foi colaboracionismo da imprensa: acções concertadas com as autoridades para ostracizar e eliminar ‘vozes críticas’, mesmo se credíveis, misturando-as com radicais, apodando-as a todas de ‘negacionistas, ‘bolsonaristas’ e ‘trumpistas’. E se é difícil apresentar provas sobre a a acção e a agenda de muitos directores (e jornalistas), no caso do Público é muito fácil, porque confessaram o seu vergonhoso acto.

    Aquando do processo de um direito de resposta do PÁGINA UM, que envolveu a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o jornal Público tentou, em meados de 2022, evitar a sua publicação apresentando uma providência cautelar no Tribunal Administrativo, que obviamente perdeu, Mas é nessa peça jurídica, apresentada pelo advogado do Público Francisco Teixeira da Mota (e choca-me vê-lo nesses ‘preparos’) que se revela o papel de colaboracionista daquele jornal durante a pandemia, pela mão do lastimável então director, o suposto jornalista Manuel Carvalho.

    Com efeito, nessa peça jurídica assumida pelo Público, é escrito o seguinte sobre o artigo do PÁGINA UM que era de um rigor a toda a prova: “A omissão do nome da página do Facebook ou do jornal que a alimenta foi uma decisão deliberada da Direcção Editorial do jornal PÚBLICO  e da editora da secção da Sociedade, que, com sentido de responsabilidade, não quiseram dar publicidade à publicação que, manifestamente, tinha tomado posições claramente atentatórias contra a necessidade de se criar consenso social em favor da vacinação, algo que o jornal PÚBLICO assumiu e defendeu desde a primeira hora.”

    Trecho do texto da providência cautelar do Público onde ‘justifica’ a sua posição e me ataca directamente acusando-me de ter “tomado posições claramente atentatórias contra a necessidade de se criar um consenso social em favor da vacinação”.

    E mais adiante, acrescenta o advogado do Público: “No âmbito desse exercício de liberdade, [o Público] entendeu não divulgar páginas de redes de sociais ou sites informativos que, na sua perspectiva, questionam ou ofendem o interesse público que deve orientar a vacinação e a gestão de informação respeitante à pandemia de covid-19”.

    Se já choca ver um jornal defender que a função da imprensa, num regime democrático, passa por, “com sentido de responsabilidade” difamar um outro jornal (e um jornalista com créditos firmados) por não contribuir para “a necessidade de criar consenso social em favor da vacinação”, sem qualquer questionamento, a gravidade desta postura piora à luz das revelações da censura do parecer do Colégio de Pediatria do Ordem dos Médicos por Miguel Guimarães e à consequente perseguição do pediatria Jorge Amil Dias por causa dos seus prudentes e certeiros pareceres.

    Segundo tercho do advogado do Público onde me acusa de questionar ou ofender “o interesse público”. Fazer jornalismo de investigação até apurar, com recurso aos tribunais, que houve pareceres do Colégio de Pediatria censurados pelo então bastonário da Ordem dos Médicos deve ser, seguindo esta interpretação do Público, uma ofensa ao interesse público. De facto, quando se é colaboracionista, a busca da verdade é uma ofensa ao “interesse púbico” no conceito do poder que se serve.

    Nunca houve consenso para a vacinação contra a covid-19 de menores nem motivos de Saúde Púbica para avançar com esse programa de desnecessárias consequências imprevisíveis; houve sim a imposição de uma ‘narrativa’, e o Público e os seus jornalistas não apenas pactuaram – colaboraram activamente em impor esse alegado “consenso social”, recorrendo à censura e à mais vil difamação. E assumiram. Sem vergonha nem remorsos. O Público negou o jornalismo e abraçou o colaboracionismo, participando em abjectas estratégias típicas de regimes ditatoriais. Agiu a então Direcção Editorial do Público (alguns membros ainda se mantêm na actual) esfaqueando nobres princípios da Democracia, o regime que lhe concedeu a liberdade de informação, mas também a responsabilidade de bem informar sem cometer filhadaputices.

    Emfim, o Público portou-se, durante a pandemia, como um pasquim subserviente dirigido não por jornalistas mas por colaboracionistas – por uns merdas. Na língua de Camões, não há um eufemismo passível de ser usado para caracterizar esta gente que tem nome.

    Nota final: uma vez que não confundo jornalistas colaboracionistas com jornalistas dignos que ainda exitem, e muitos no Público, convém relembrar quem integrava a Direcção Editorial deste jornal que “com sentido de responsabilidade, admitiu querer difamar com dolo quem “tinha tomado posições claramente atentatórias contra a necessidade de se criar consenso social em favor da vacinação“, apesar da existência de um parecer ‘censurado’ da autoria da cúpula da Pediatria portuguesa e da notícia do PÁGINA UM ser factual e rigorosa. Vejamos quem eram pela ficha técnica do Público de 23 de Dezembro de 2021: Manuel Carvalho (director), Amílcar Correia, Andreia Sanches, David Pontes e Tiago Luz Pedro (directores-adjuntos). A editoria da Sociedade era ocupada por Rita Ferreira e Pedro Sales Dias. Todos, do ponto de vista de moral e ética profissional, uns trastes.


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  • Uma crónica ao alcance de todos

    Uma crónica ao alcance de todos


    Sobre este artigo de opinião, o PÁGINA UM apenas tem a dizer que não existe qualquer erro de paginação, correspondendo integralmente ao que foi enviado pelo seu autor.


    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    António Costa, que se viu forçado a pedir a demissão do cargo de Primeiro-Ministro, fazendo cair um Governo eleito com maioria absoluta, devido a uma suspeição do Ministério Público sobre a sua honestidade, viu agora o mesmíssimo Ministério Público reconhecer que não há qualquer razão para o constituir arguido.

    Não há notícia de qualquer demissão no Ministério Público!

    Espero ter sido claro.

    Vítor Ilharco é assessor


    N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.


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  • Miguel Guimarães, um infame hipócrita anti-Hipócrates

    Miguel Guimarães, um infame hipócrita anti-Hipócrates


    Em Janeiro do ano passado, em final de mandato na Ordem dos Médicos, e preparando já caminho para voos políticos – é agora vice-presidente da bancada parlamentar do Partido Social Democrata (PSD) e uma escolha de Luís Montenegro nas eleições legislativas para o distrito do Porto –, Miguel Guimarães concedeu uma entrevista ao Diário de Notícias. E destacava que “o caso do bebé sem rosto foi o mais difícil dos seus mandatos”. Garantiu: “Senti-me pequenino no mundo”.

    O mesmíssimo homem que se sentiu “pequenino no mundo” pelo mediático caso de uma dramática e lastimável negligência de outro médico (e não dele) – e que resultou no nascimento de uma criança com elevadas deficiências (ainda viva), em vez de se fazer uma interrupção de gravidez (a ‘terapêutica’ para estes casos) –, não teve pejo de lançar a sua bênção institucional, como bastonário da Ordem dos Médicos, para que centenas de milhar de jovens portugueses recebessem um fármaco cujo benefício era virtualmente nulo para a larguíssima esmagadora maioria, e grande ainda era (e é) a incerteza sobre os efeitos adversos, incluindo mortes, a curto, médio e longo prazos.

    Miguel Guimarães foi bastonário da Ordem dos Médicos entre 2017 e Março de 2023.

    E não fez isto de forma inconsciente nem negligente. Em Julho de 2021, como ontem o PÁGINA UM revelou (e depois de ser necessário recorrer ao Tribunal Administrativo para obrigar o agora bastonário Carlos Cortes a ceder), Miguel Guimarães escondeu activamente dos seus colegas do Conselho Nacional e da opinião pública um parecer aprovado pelos 11 membros do Colégio da Especialidade de Pediatria da própria Ordem dos Médicos – um órgão independente –, assinado pelo seu presidente, Jorge Amil Dias, que não recomendava a vacinação contra a covid-19 para adolescentes saudáveis entre os 12 e os 15 anos. Meses mais tarde, Miguel Guimarães agiu de novo dolosamente no sentido de esconder um alerta para a ser prudente quanto à vacinação contra a covid-19 de crianças entre os 5 e os 11 anos.

    Não satisfeito, Miguel Guimarães ‘montou’ nos meses seguintes, activamente, com os seus apaniguados – onde se destaca o inefável Filipe Froes, um marketeer de bata branca –, uma das mais vergonhosas e nauseantes campanhas de difamação contra Jorge Amil Dias, ‘patrocinando’ um processo disciplinar sem pés nem cabeça, por delito de opinião (ainda mais científica e médica), com a conivência de uma imprensa acéfala. Nesta fase, Miguel Guimarães sempre se mostrou mais favorável em agradar, por exemplo, ao comentador Marques Mendes do que em salvaguardar a saúde de crianças.

    Miguel Guimarães poderia ser apenas um tonto e inábil para a função que exerceu durante o período da pandemia, ou a ‘ressurreição’ de Tomás de Torquemada, se a Ordem dos Médicos fosse apenas uma associação profissional – chateava e perseguia os seus, e eles que se entendessem como agremiação. Mas não. A Ordem dos Médicos é mais do que isso; é sobretudo um bastião da defesa das práticas e princípios de uma classe profissional, não apenas terapêuticos e éticos, que se baseiam na confiança – e, legalmente, é um dos pilares da Saúde Pública, o que lhe dá direitos, mas também responsabilidades. E sobretudo deveres sobre cada um de nós.

    Pintura de Anne-Louis Girodet-Trioson (1767-1824) representando Hipócrates negando presentes do imperador persa Artaxerxes II.

    Por isso, quando Miguel Guimarães decidiu intencionalmente ‘engavetar”, sem sequer levar à discussão no seio da Ordem dos Médicos, um parecer da cúpula da Pediatria portuguesa – e depois encetar uma perseguição ao autor desse parecer –, não cometeu um acto a ser dirimido eventualmente numa assembleia geral dos seus ‘confrades’. Violou sim, vergonhosamente, vários dos princípios da Medicina, que fariam estremecer Hipócrates, a saber:

    Primum non nocere: primeiro, não prejudicar – um princípio que recomendaria não administrar um fármaco supostamente preventivo, cujos efeitos secundários ainda não estão consolidados, a um vasto grupo de pessoas (jovens) sobre a qual a doença em causa era genericamente benigna.

    Beneficum: existência de um benefício evidente da terapêutica – um princípio que recomendaria que apenas se deve administrar uma terapêutica a alguém se os seus efeitos benéficos suplantarem, para o indivíduo que a toma, os eventuais efeitos adversos, não sendo sequer aceitável que seja prejudicado mesmo se outros pudessem beneficiar desse “sacrifício”.

    Fidelitas: fidelidade – um princípio que se refere à lealdade e compromisso de um médico para com os seus pacientes, no sentido de lhe conceder todas a informação para um consentimento informado, o que foi impedido, no caso em concreto, com a ocultação do parecer do Colégio de Pediatria.

    Veritas: verdade – um princípio básico em sociedade, mas ainda de maior valia na Medicina, porquanto qualquer ocultação intencional de informação, ainda mais saída do Colégio de Pediatria, é um ultraje à verdade, se outros mais graves actos não tivessem sido cometidos.

    Respectus: respeito – um princípio que, em primeira análise, e neste caso, deveria impedir que se olhasse, no processo de vacinação de menores, para cada um dos adolescentes e para cada uma das crianças como simples membros indistintos de um ‘rebanho’, porquanto uma das fundamentais diferenças entre tratamentos veterinários e tratamentos médicos é que, nos segundos, o tratamento é individualizado e o objectivo é o indivíduo em si.

    woman in bikini lying on wooden dock during daytime

    Bem sei que a História é escrita pelos vencedores. E, por agora, Miguel Guimarães – como outros, com Gouveia e Melo à cabeça – é um dos ‘vitoriosos da pandemia’, não apenas pelos lugares que agora ocupam como pela impunidade de que beneficiam. Aliás, veja-se o caso de Miguel Guimarães – e também de Ana Paula Martins, a actual ministra da Saúde – que se fizeram de ‘bons samaritanos’ gerindo numa conta pessoal mais de 1,4 milhões de euros numa suposta campanha solidária, mas financiada quase na sua totalidade pela indústria farmacêutica, sem pagar impostos, promovendo facturas e declarações falsas, sem que nada tenha sucedido. Veja-se também o caso da vacinação de médicos não-prioritários, em articulação com Gouveia e Melo, violando as normas da Direcção-Geral da Saúde (DGS), mas que uma inspecção intencionalmente pífia da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) considerou estar legal sem sequer analisar a lista dos inoculados e sem se preocupar com o facto de um político ter beneficiado de uma dose ‘dada’ por Miguel Guimarães.

    Mas, apesar desta ‘vitória’ fruto de uma ‘verdade’ imposta pelo poder, e não pela realidade, os factos são factos. E os factos são evidentes: Miguel Guimarães – que se sentiu “pequenino” por um lamentável caso de negligência médica, que implicaria, se não tivesse existido, a ocorrência de uma interrupção de gravidez (porque seria impossível tratamento intra-uterino) – é um hipócrita, porque tratou centenas de milhar de crianças e adolescentes saudáveis como gado, contribuindo para um clima de pânico junto dos pais, que não haveria se o parecer do Colégio de Pediatria tivesse sido conhecido.

    girl covering her face with both hands

    Com isto, negou e violou os princípios do Juramento de Hipócrates, mais graves ainda por estar em funções de bastonário, obstaculizando o acesso a informação vital para um consentimento informado, tornando-se assim um hipócrita anti-Hipócrates.

    Miguel Guimarães, por tudo o que fez – começando pela ocultação do parecer do Colégio de Pediatria em 2021 e consequente perseguição ao pediatra Amil Dias –, só não é, para além de hipócrita anti-Hipócrates, um criminoso, porque estamos em Portugal, onde o Ministério Público não defende o bem público, entrando em jogos de conveniência e de política, e avalizando, com a sua inércia, práticas previstas e punidas pelo Código Penal.

    Só por esse motivo, e por recomendação de advogados, este texto de opinião não se intitula “Miguel Guimarães, um criminoso hipócrita anti-Hipócrates”. Não faz mal, substituir criminoso por infame até me parece mais apropriado para a persona em causa. E assim atinge também, justamente, muitos médicos que aceitaram, sem protestar nem sequer pestanejar, ser representados por esta infame figura que se destacou negativamente num dos períodos mais negros e sombrios da Medicina e da Ética em Portugal.


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  • A bizarria, a única verdade e o crescimento da direita

    A bizarria, a única verdade e o crescimento da direita


    A realidade transformada é agora a percepção da normalidade. A ideia que transmitimos do que é comum e genericamente desejado está pervertida no politicamente correto.

    Hoje vivemos um tempo de várias bizarrias. Um exemplo da forma leve e acrítica como recebemos notícias chegadas dos meios de informação é o fenómeno Castelo Branco. Ou a bizarria em que se converteu a Eurovisão. Ou os julgamentos sumários de pessoas exóticas que servem propósitos mediáticos e depois se destroem sem pudor. Para cantar não se carece de uma extravagância. Para dizer uma letra eloquente não se precisa uma bandeira. Mas acha, quem organiza, que a maioria dos ouvintes prefere a bizarria? Só por dizermos isto incomodamos muita gente!

    brown wooden piano

    A forma quase obrigatória em que os programas da tarde são anunciados por homossexuais é outra face única da realidade. Nada me ofende em Manuel Luís Goucha, excepcional apresentador. Nada me afasta do Malato ou do Cláudio Ramos. Já me parece desproporcional a obrigatoriedade de ser gay para apresentar um programa na televisão. A realidade é uma face de um mundo em que cinco outras faces se escondem. Não há heterossexuais de qualidade? Só o facto de dizer isto, deixa muita gente incomodada!

    A projeção de uma “realidade”, que só transporta uma verdade, é um processo de aculturação perverso que esconde muitas faces da composição da realidade. Deste modo, conduzimos o mundo para um silêncio balizado por discursos corretos, verdades convenientes, políticas de insulto ofuscante. A realidade pode estar desenhada sem perceber que a maioria silenciosa está cansada das montras obrigatórias.

    O bizarro facto de haver dezenas de comentadores do “centrão político”, do globalismo feroz, dos fascinados por certificações, dos sucumbidos da tecnociência, tenta apagar o homem religioso, a componente mágica da mente, a importância do desconhecido, as consequências da utilização de aditivos, medicações, vigilância informática. Qualquer dúvida sobre os temas fortes do globalismo, tornou-se um alvo dos canhões dos crentes na emergência climática, dos defensores das energias ditas sustentáveis, na aposta nos carros elétricos. Os outros são negacionistas e terraplanistas. Logo depois, são fascistas e toda a lista de ‘istas’ que fervem na boca de ‘Catrina Martins’.  A total indiferença que o candidato do Chega ofereceu a Catarina Martins foi tonitruante. A verborreia insultuosa com que esta retorquiu reduz a protagonista.

    A realidade deve ser um cubo, e está vertida numa exposição de uma face, apresentando-se como um quadrado simples, que esconde as cinco faces restantes. A melhor visão da realidade é supormos um cubo inclinado na perspetiva de observarmos três faces, ou se quiserem três verdades. Um ser humano é social, mental, biológico, circunstancial, genético e celular. Nunca estes capítulos são observáveis em simultâneo.

    grayscale photo of rabbit plush toy

    Nunca o conhecimento do outro integra a totalidade das verdades do cubo. Por outro lado, cada face é um título cheio de capítulos. A mente é emoção, razão, memória, comportamento, atitude, relação. A circunstância é ambiente, tempo, política. A genética é isso mesmo com suas consequências boas e más. A célula é o homem só, o ser na completa solidão, as características da pessoa sem observação.

    Serve este texto para explicar como a ferocidade ideológica se está a impor no Mundo. Aqueles que não concordam com algumas evoluções encontram um radicalismo bizarro que só se pode combater com uma bizarria igual. Os actores são cada dia mais bufões, mas carregam com eles os silêncios das cinco faces que não se quer mostrar. São bufões, como os cantores da eurovisão que vestem a música que não cantam. Imaginem que se candidatam à europa trajados assim…  

    Diogo Cabrita é médico


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  • Da pandemia: ‘Porque não tenho senhores e penso livremente’

    Da pandemia: ‘Porque não tenho senhores e penso livremente’


    Numa homenagem ao Professor Santana Castilho, ontem falecido, o PÁGINA UM publica um texto fundamental de cidadania, da sua autoria, lido num debate em 21 de Janeiro de 2021 sobre os efeitos sociais da pandemia. Foi escrito em pleno período de atropelos constitucionais, de promoção do medo e de perseguição a quem considerava que a gestão de uma crise sanitária não poderia ser feita (muito pelo contrário) com imposição de regras irracionais e mesmo erradas. A leitura deste texto, três anos depois, não é apenas um acto de respeito ao pensamento livre e independente de Santana Castilho, sobretudo na área que amava (a Educação); é algo que deve ser feito como uma reflexão para o presente e o futuro – é isso que nos ajuda a não permitir que se cometam os erros passados.

    O PÁGINA UM agradece à Cidadania XXI, e particularmente a António Jorge Nogueira, organizador das Tertúlias da Junqueira, onde este debate (e muitos outros) se realizou – que contou também com a participação de Raquel Varela e Jorge Torgal – a amabilidade pela cedência do texto integral de Santana Castilho.

    Decidi destacar a negrito as partes fundamentais, de leitura obrigatória, deste texto de Santana Castilho. Pequei por defeito; deveria ter destacado tudo!

    Pedro Almeida Vieira


    Desde que o Governo determinou a situação de alerta, o pânico foi alastrando e contagiando boa parte dos portugueses. Nesta onda de mata e esfola, cresceu o apoio a medidas mais drásticas e já vamos no nono estado de emergência. Porém, à democracia do medo (que tanto nos pode confrontar com o melhor como com o pior dos comportamentos cívicos), incentivada agora por muitos dos que foram imolando o SNS [Serviço Nacional de Saúde] no altar da austeridade, preferia a democracia da serenidade fundamentada e bem comunicada. 

    Cruzam-se decisões pouco fundamentadas com análises em cascata, criteriosas umas, simplesmente especulativas ou descuidadas outras, tudo contribuindo para a banalização do medo e escancarando portas a iniciativas, eventual e desnecessariamente atentatórias de responsabilidades partilhadas e de direitos e liberdades. Para dominar o contágio não chega a higiene sanitária. Precisamos, também, de higiene social, para simplesmente não enclausurarmos toda a vida.

    Com o medo de ficarmos contaminados ou a angústia de vermos adoecer familiares e amigos, esquecemos rápido o vírus da xenofobia desumana que se abateu sobre milhares de refugiados, que continuam a fugir da guerra e da fome, sem pão nem amor, vindos não importa donde. É em momentos como este que a solidariedade incondicional deve ser reiterada.

    Muitas doenças, evitáveis ou pelo menos substancialmente retardáveis por alteração de comportamentos ou estilos de vida, entram naquilo que aceitamos (erradamente) como determinismos do nosso existir. As mortes que provocam (porque dispersas no nosso desconhecimento da sua existência), numericamente bem mais significativas do que as que esta pandemia vai causar, não nos afligem como este confronto inesperado com a nossa fragilidade, para mais sujeito a uma mediatização, que tanto informa validamente, como agita o medo desnecessariamente.

    Na longa vida que já levo, não guardo memória de uma hecatombe assim. Nunca vi uma travagem da Economia tão generalizada e um pânico social tão ampliado. Por isso, aflige-me não sabermos quando acabará a prisão preventiva da sociedade inteira. Embora a atmosfera actual esteja dominada por uma certa ideologia comportamental, seja opressiva e reaja mal a opiniões sem máscara, afirmo que não teria parado a economia deste modo, muito menos teria alimentado o medo desta maneira.

    A opinião pública está hoje fortemente condicionada para aceitar um só ângulo de observação da pandemia. O receio deu lugar ao medo e o medo abriu a porta ao pânico, desproporcionado face a outras patologias e a outros males que assolam o mundo. As bolas de cristal foram substituídas por modelos matemáticos, que protagonizaram cenários em que, a breve trecho, teríamos mais infectados que população existente.

    O dilúvio noticioso sobre a covid-19 superou largamente a alienação de outras ondas mediáticas (futebol, incêndios, calamidades climáticas). Os noticiários são massacrantes e repetem ad nauseam quadros de desgraça. Perplexo, pergunto-me como é possível que equipas de reportagem, atropelando a privacidade e a dignidade mínima dos prostrados nos cuidados intensivos, filmem o que o decoro e a protecção de dados interdita.

    Dia após dia, os mais populares pivots das nossas televisões descodificam gráficos mágicos, com as antevisões dos penúltimos dias da humanidade. No fim dos noticiários asfixiantes, paramentam-se de sacerdotes da esperança e catequizam-nos com uma longa e poética homilia de boas condutas.

    Aos velhos foram aplicadas duas penas: aos que vivem em lares, a crueldade da solidão imposta; aos que lá não estão, a discriminação, como cidadãos de segunda. Não é aceitável que o Estado, que legalizou a eutanásia, decida retirar aos velhos o direito de continuarem a ver os filhos e os netos, se entenderem correr o risco.

    Considero isto uma infantilização dos velhos, uma interrupção da democracia, um paternalismo que dispenso, um desrespeito pelo direito ao “convívio familiar” e à “autonomia pessoal”, que a Constituição expressamente consigna (Artº 72º).

    Perante os números que documentam esta pandemia, o Mundo parece ter esquecido que morrem por ano 10 milhões com cancro. Que em 2018 morreram 200 mil crianças com tuberculose e 300 mil com malária.

    Vejo com enorme preocupação que se comece a falar em certificados de vacinação, escabrosa ideia que nos ofereceria mais uma repugnante divisão social: cidadãos puros, devidamente munidos de passaporte de sanidade, e párias impuros, sem direito ao novo papel selado. O que é que isto nos recorda?

    Santana Castilho lendo o seu texto na Tertúlia da Junqueira em 21 de Janeiro de 2021

    Em tempo de restrições como nunca tivemos depois de Abril, a liberdade é o valor maior que me apetece invocar, num país sob uma autofágica polarização: os que querem permanecer fechados, encurralados pelo pânico, e os que, embora reconhecendo a gravidade da situação, sacodem cabrestos e discriminações que julgavam afastadas.

    São livres os portugueses presos em lares miseráveis, que não percebem porque lhes desapareceram filhos e netos? Não é um défice de liberdade a falta de conhecimento para interpretar com serenidade o fenómeno que nos atormenta? São hoje livres os milhares de portugueses que ficaram ontem sem emprego? Os que já viviam na fronteira da sobrevivência e hoje desesperam, esses, são livres?

    Porque não tenho senhores e penso livremente, ouso perguntar ainda: será que um estado de emergência nove vezes repetido, com tão pequeno questionamento e tão generalizada aceitação, pode ser socialmente havido como um resquício da ditadura de que Abril nos livrou? Como aceitar, sem enorme perplexidade, os delatores que a covid-19 destapou? Antes, a PIDE zelava pela ordem que o Estado Novo determinava e a censura amordaçava-nos. Hoje há quem defenda certificados de imunidade e a georreferenciação das pessoas, enquanto, sofredores, resignados, confinados, de máscara posta, adoecemos mentalmente.

    Vão-me dizendo que as decisões políticas são tomadas depois de ouvir os especialistas. Mas há especialistas que não são ouvidos. Não são ouvidos os virologistas e os epidemiologistas que pensam a contrario sensu dos que são seguidos por Marcelo e Costa, muito menos são ouvidos outros especialistas, de outras áreas (psicólogos sociais e psiquiatras, por exemplo), que poderiam complementar o saber médico e epidemiológico e explicar as consequências do autêntico assédio moral que tem sido exercido sobre os mais velhos, ou a influência depressiva do massacre noticioso dos telejornais, sobre toda a população.

    Uma grande parte dos portugueses, resignada, deprimida pela campanha da promoção do medo a que foi submetida, parece querer aceitar em silêncio a limitação dos seus direitos. Vive-se, assim, numa cidadania apenas simbólica, tutelada pela polícia e pela Direcção-Geral da Saúde, que têm agora o monopólio do espaço público. Sente-se, assim, a opressão de uma espécie de religião do confinamento, que nos empurra, em rebanho, para a neurose colectiva.

    À salvação pelo grande confinamento e pela ditadura sanitária, opõe-se uma racionalidade ponderada para combater o vírus. Trata-se da dicotomia entre um risco de infecção e uma morte lenta, mas certa, por catástrofe económica, psíquica e social, sem precedentes.

    No que toca à escola, custa-me ver que se aceite tão facilmente trocar relações pessoais por relações digitais, admitindo que a profissionalidade docente possa prescindir do contacto social e da empatia humana. Como se um colectivo de pessoas pudesse ser substituído por um colectivo de computadores, sem perda de humanidade. Tecnólogos e tecnocratas não entendem que a interacção pedagógica exige presença. Professores e alunos sabem e sentem isso. Agora, mais que nunca, interiorizaram, certamente, que uma aula tem múltiplos papéis sociais, que nenhuma máquina substitui.

    O medo encerrou os parques infantis ao ar livre, castrando imbecilmente as crianças do direito de brincarem. As múltiplas proibições e obrigações, redefinidas hora-a-hora por catadupas de informações inúteis, incoerentes e contraditórias, são impostas pelas novas brigadas dos costumes sanitários, que despejam álcool-gel na inteligência dos cidadãos, enquanto o vírus comtempla o esplendor da desumanização que os humanos criaram.

    A continuarmos assim, não me surpreenderá que eu ainda viva para lutar contra vacinações obrigatórias, impostas a sociedades sem vontade própria e alimentadas por sistemas de ensino meramente utilitários.

    Vivemos numa sociedade desorientada entre a histeria e o desleixo, perdida no meio de um amontoado de pequenas razões incoerentes, governada por gente que pouco se importa com os danos que o medo impõe. A epifania da liberdade de Abril vai-se diluindo no seio de uma sociedade autoritária, onde, graças ao medo, os cidadãos trocam liberdade por segurança aparente e aceitam que se combata o vírus de pau na mão.

    As regras opressoras, o controlo dos direitos individuais, a vigilância intrusiva e os abusos do Estado, consentidos por uma cidadania enfraquecida, vão-nos aproximando de novos autoritarismos, com aparência de democracia. Basta que atentemos em acontecimentos recentes:

    – A PSP, diligente a responder à denúncia de um bufo anónimo, entrou na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, interrompeu uma aula e, à porta da sala escancarada para ventilação, multou um professor por, durante uma palestra de quatro horas e meia, ter retirado, por momentos, a máscara que usava.

    – A distopia Orwelliana do 1984 aportou à Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa em 2020, ano da graça do SARS-CoV-2, sob forma de vigilância omnipresente: coleiras identificadoras em todos os circulantes e seguranças a controlar e delatar quem infrinja as normas sanitárias. Um sistema por pontos sociais, à chinesa, pode levar os prevaricadores à presença do Grande Irmão, desde que não usem uma máscara limpa e seca no campus universitário.

    – Numa escola de Rio de Mouro, em Sintra, um aluno foi suspenso das aulas por ter partilhado o lanche com um colega que “tinha fome e não comia nada desde a manhã“.

    Vejo demasiadas escolas mais preocupadas com máscaras, medidas sanitárias e regras, que com aqueles que as têm de cumprir e fazer cumprir. Com as suas perdas emocionais. Com as suas ansiedades. Com o esmagamento dos padrões de vida democrática. Com o mal-estar colectivo. Afinal, com aquilo que uma escola deve ser e ensinar, particularmente num momento de retorno de múltiplos impulsos autoritários que, a propósito da “guerra” ao vírus, abrem caminho para o êxito de agendas indesejáveis. Gradualmente, o absurdo e a anormalidade vão sendo adoptados como o “novo normal”, por uma sociedade domesticada pelo medo e pela perda do senso comum.

    A hipocrisia abunda e enoja: festas com dezenas de jovens são apontadas como focos de contágio, enquanto de milhares de passageiros amontoados às horas de ponta nos meios de transporte se diz não haver indício de surtos; pune-se uma criança que partilha um sumo com colegas, mas celebra-se a singeleza do presidente da República, que divide com outra uma bola de Berlim; proíbem-se uns, inconstitucionalmente, de visitarem os seus mortos, quando outros, aos milhares e sem respeito pelas regras vigentes, se amontoaram em Portimão para ver a Fórmula 1 e foram abençoados pela engraçada Dra. Graça.

    Santana Castilho (2021)


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  • Processo Especial de Revitalização da dona da revista Visão: o crime vai compensar?

    Processo Especial de Revitalização da dona da revista Visão: o crime vai compensar?


    Em 26 de Julho do ano passado, no seguimento de uma (de várias notícias), sobre a deplorável situação financeira da Trust in News, recebi um e-mail da então directora da revista Visão, a inefável Mafalda Anjos (que entretanto saltou, ‘murideamente’ falando, do barco, para se acomodar na mais confortável CNN Portugal), a dizer que não se pronunciava “.

    Naquele mês, o PÁGINA UM publicou, pelo menos, quatro artigos (aquiaquiaqui e aqui) sobre a empresa de media criada em finais de 2017 pelo antigo jornalista Luís Delgado para adquirir o portefólio de revistas da Impresa, do grupo liderado por Francisco Pinto Balsemão. Em menos de seis anos, a Trust in News entra, finalmente, em suposto colapso, como ontem anunciado pelo jornal digital Eco, que informa ter dado entrada no Tribunal do Comércio de Sintra um pedido de Processo Especial de Revitalização (PER).

    Em teoria, um PER visa evitar a falência, com a renegociação de dívidas com os credores, de modo a permitir a sua viabilização futura. Na prática, o que vai acontecer no caso da Trust in News é os contribuintes serem ‘chamados’, directa ou indirectamente, a pagar as tropelias de um negócio obscuro que se manteve perene durante anos com a criminosa conivência política e da própria imprensa.

    Quando no ano passado, comecei a investigar para o PÁGINA UM a situação financeira dos grupos de media, o caso da Tust in News chocou-me particularmente. Como era possível uma empresa unipessoal (Luís Delgado é o único sócio) com um capital social de apenas 10 mil euros (similar ao do Página Um) ‘conseguir’, sem ninguém se incomodar, sobreviver com um passivo (proveniente de empréstimos concedidos) de 5 milhões de euros provenientes de instituições bancárias, ainda dever 4 milhões de euros à Impresa (a quem comprara as revistas em 2018 em negócios nunca explicados) e, mesmo assim, somar calotes públicos, sob a forma de dívidas fiscais, que atingiam em 2022 cerca de 10,4 milhões de euros?

    Como era possível uma empresa de 10 mil euros atingir um passivo de mais de 27 milhões de euros ao fim de meia dúzia de anos, enquanto acenava como principal património cerca de 11 milhões de activos intangíveis, que valem, na verdade, zero?

    Luís Delgado (à esquerda) comprou em 2 de Janeiro de 2018 à Impresa um conjunto de títulos, entre as quais a revista Visão, num negócio oficialmente envolvendo o pagamento de 10,2 milhões de euros a ser concrtizado em dois anos e meio. Nunca se soube aquilo que foi pago, e em quatroi ano as dívidas fiscais chegaram aos 11,4 milhões de euros.

    O progressivo calote fiscal ao Estado perpetrado pela Trust in News desde 2018 seria impossível sem a cumplicidade criminosa do Governo socialista e do Ministério das Finanças liderado por Fernando Medina. Veja-se. Em 2018, logo no primeiro ano com as ex-revistas da Impresa, a Trust in News tinha dívidas ao Estado de quase 943 mil euros. No ano seguinte subiu para cerca de 1,6 milhões, para depois mais que triplicar em 2020 situando-se em 5,1 milhões de euros. E continuou: em 2021 estava já em 8,2 milhões de euros e em 2022 – último ano com contas aprovadas – encontrava-se já nos 11,4 milhões de euros.

    No ano passado, tentei por diversas vezes que o Ministério das Finanças, liderado Fernando Medina, explicasse como permitiu que se chegasse a este ‘estado de coisas’. Nunca obtive resposta. De igual modo, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social ‘fechou os olhos’ permitindo que a Trust in News alegre e alarvemente mentisse sobre as suas contas.

    Perante todo este histórico, fácil será de crer qual o objectivo principal deste PER solicitado por Luís Delgado para a sua Trust in News: um perdão da dívida por parte do Estado. Serão 10 milhões de euros que ele não pagou porque sabia que havia de arranjar forma de não os pagar, tal como sabia que a compra das revistas ao grupo Impresa pelos valores anunciados também era fictícia.

    Fernando Medina tinha conhecimento das progressivas dívidas fiscais da Trust in News. Foto: © Ministério das Finanças

    Se politicamente não for possível perdoar a dívida fiscal, então a Trust in News abre simplesmente falência, por insolvência, sem qualquer responsabilidade patrimonial contra o videirinho Luís Delgado, e surgirá então um ‘mecenas’ a salvar as revistas, como a Visão, a troco de um ‘cadastro fiscal’ limpo. No limite, as revistas, às tantas, até regressam ao universo da Impresa, que ainda há pouco assumiu, nas suas contas, como o PÁGINA UM revelou há duas semanas, um perdão de dívida no valor de 2,5 milhões de euros pela compras de Luís Delgado em 2018. Na imprensa portuguesa, a ética está bem enterrada.

    Enfim, mais do que correr um Processo Especial de Revitalização (PER) no Tribunal do Comércio de Sintra, devia estar a correr um processo de investigação no Departamento Central de Investigação e Ação Penal em Lisboa. Isto nada tem para se salvar, mas sim para responsabilizar. Isto não é um caso de comércio; é um caso de polícia.


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  • O Ribeiro da Visão

    O Ribeiro da Visão


    Raramente entro no X (Twitter) e, quando o faço, não consigo passar por lá mais do que cinco minutos. Aquilo é um esgoto a céu aberto de baboseiras, discurso de ódio e ameaças embrulhadas no anonimato.

    Mas, não sei por que mal tenha feito aos deuses do Olimpo, entrando lá, só me aparece gente como a Câncio, o Milhões, o Milhazes, o Luís Ribeiro da Visão e mais uma catrefada de gente cuja opinião não deveria importar sequer ao menino Jesus.

    Ontem, como se sabe bem, foi dia de visita do Zelensky a Portugal. Uma visita de um chefe de Estado que está em guerra, que precisa de apoio financeiro militar, financeiro e moral. Uma visita de alguém que não se pode dar ao luxo de deixar o conflito entrar nas notícias de rodapé e cair no cansaço e na saturação dos parceiros europeus.

    Tudo normal, tudo natural, tudo expectável. E tudo bem.

    Dito isto, vamos aos factos sem mais delongas. O Luís Ribeiro da Visão é uma espécie de idiota útil e palerma clássico – dito com carinho para não ser tomado como insulto. Uma daquelas pessoas que cataloga pensamentos diferentes segundo as suas doutas verdades. Uma variante de Câncio pós-separação do Sócrates.

    É um da tribo que chamava “negacionista” (e assassino, presumo) a quem achava que os confinamentos não faziam sentido – e que nem sequer era real porque maior parte dos trabalhadores continuaram na rua em Portugal. E é um dos que apelida de “putinista” todo e qualquer membro do PCP, mesmo aqueles que criticam as políticas do Kremlin há quase 20 anos, desde os tempos de Ieltsin.

    Hoje, em relação à Ucrânia, todos os que pedem conversações de paz são “putinistas” para o Luís Ribeiro. Os Ribeiros desta vida, que andaram 15 anos a aplaudir discursos do Putin no parlamento alemão e a salivar enquanto ele nos vendia botijas de gás, passaram a paladinos da decência em Fevereiro de 2022. Os mesmos que em 2014 ainda estavam adormecidos e diziam que aquilo eram só escaramuças entre nazis. Coisas lá longe.

    blue and yellow striped country flag

    Luís Ribeiro é um jornalista especialista em ambiente que se casou com uma ucraniana e passou, por osmose, a especialista em invasões imperialistas. Que escreve atrocidades na Visão vezes sem conta e que usa o X como intestino para o café matinal.

    Rejubila com os apoios financeiros de Portugal à Ucrânia, insultando uma quantidade de inimigos imaginários. E escreve algo em que nem a própria mulher deve acreditar, que estes apoios vão ajudar a expulsar os russos. Ora…a única coisa que pode expulsar os russos é o início (com botas no terreno) de uma III Guerra Mundial. O Luís vai para lá?

    Pelo que sei, é mais velho do que eu apenas um ano, portanto, ainda está a tempo de alombar e mostrar toda essa inata coragem de anti-putinismo.

    Por mais que tentem camuflar a realidade e chamar nomes para cancelar o discurso, até os Ribeiros desta paróquia sabem o óbvio: Putin é um ditador perigoso que, à frente de um dos maiores exércitos do Mundo, entrou numa guerra estimulada pelos Estados Unidos e patrocinada pela União Europeia. Ninguém quer saber da Ucrânia. Não queriam em 2014 e não querem hoje. O território ucraniano serve, essencialmente, para se criar um novo balanço de poder entre a Rússia/ China/ Índia e os Estados Unidos/ União Europeia.

    A Rússia não passou a ser uma ditadura porque o Milhazes se veio embora (já era quando ele só via maravilhas lá); e a Ucrânia não passou a ser uma democracia saudável porque foi invadida, ou porque o Ribeiro foi a uma casa de strip em Kiev.

    De igual modo, não há dinheiro que Portugal envie que safe aquilo (dinheiro que, já agora, seria bem mais útil em escolas e creches públicas) e também não é propriamente verdade que “Portugal está com Zelensky”. Epá!, Luis: nem os ucranianos estão. Numa comunidade com alguns 50 mil habitantes em Portugal, apareceram 50 em Belém (e alguns para lhe chamar nomes).

    Há quem deseje ardentemente a versão Ribeirinho do conflito, ou seja, continuar a escalada e esperar que as bombas continuem a rebentar só em cima dos filhos dos outros. E há quem queira que isto acabe já, sem ter grandes moralismos sobre integridade territorial.

    Sim, Luís: moralismos. Essa conversa do invasor e do direito à defesa, bate sempre naquela trave da moralidade da terraplanagem em Gaza. Lá, em seis meses mataram mais crianças em 60 quilómetros de extensão de território do Médio Oriente do que em toda a guerra da Ucrânia. E sabes quem é que se está a cagar? O Mundo todo. E depois há gajos como tu, que acham que existem invasores do bem e bombas amigas.

    Portanto, as coisas são o que são, e não vale a pena andarmos aqui a criar duas barricadas, tentado cancelar o debate com insultos. Vou-te dizer Luís, como é que um gajo que vive de algoritmos, vê isto:

    – A Rússia invadiu? Sim. Está errado? Está.

    – A Nato ajudou? Sim. Está errado? Está.

    – A Ucrânia deve perder território? Não.

    – A Ucrânia tem o direito de se defender? Sim, claro. Defender, atacar, rebentar com o Kremlin, fazer o que quiser.

    – A União Europeia consegue impedir que a Ucrânia perca território? Não.

    – Deve fazer o quê nesse caso? Estar quieta e entrar no conflito como mediador de paz.

     – Os Estados Unidos conseguem impedir que a Ucrânia perca território? Sim. Metendo soldados no terreno e começando a combater a Rússia.

    orange and yellow abstract painting

    Portanto… justo ou injusto, a análise é simples, mesmo para um gajo que não assimila doutoramentos em ‘ucraniedade’ por osmose:

     – ou estamos quietos e vamos convencendo os ucranianos a perderem território, por troca com uma entrada na NATO e na União Europeia no futuro;

    ou

    – convencemos o Joe Biden a meter os marines no Donbass numa operação daquelas que depois acabam em filme, do género “Freedom for Real, part VIII”.

    É isto, Luís, e não é outra coisa. Tem juízo, rapaz, e trabalha mais na vertente ambiental (nomeadamente do Twitter) que deve ser a área onde dizes menos alarvidades. Como disse há dois anos o Ricardo M Santos, não precisas de continuar a ser um Ribeiro “de esgoto a céu aberto“.

    Tiago Franco é engenheiro de desenvolvimento na EcarX (Suécia)


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  • Debates para as Europeias 2024: um circo?

    Debates para as Europeias 2024: um circo?


    Durante um dos debates para as eleições europeias, a moderadora, colaboradora permanente de um dos canais de propaganda, iniciou a discussão da seguinte forma: “Como é que aquilo que propõem ser discutido na Europa pode melhorar a vida dos portugueses?”. É sempre um exercício de masoquismo intelectual ponderar a possibilidade de que os representantes de dois notórios meliantes, o Estado português e a burocracia de Bruxelas, que nos saqueiam diariamente, possam, em algum momento, vir a ajudar-nos!

    Solicitar aos salteadores tal explicação, recorda-me sempre um dos filmes que me marcaram para sempre: “Casino”; dirigido pelo magistral Martin Scorsese. Somos agraciados com a voz inconfundível de Robert De Niro, interpretando “Ace Rothstein”, enquanto narra a sua trajectória como um dos grandes gestores de um casino em Las Vegas.

    glass walled building during daytime

    Logo no início, Ace Rothstein recordava: “Naquela época, Las Vegas era o destino onde os trouxas iam anualmente com alguns trocados e perdiam milhares de milhões de dólares: o resultado final do brilho das luzes, das viagens pagas, dos banhos de champanhe, das suítes de hotel gratuitas, das miúdas e das bebidas. Tudo era meticulosamente planeado para lhes esvaziar os bolsos: essa é a verdade de Las Vegas”.

    Atentem: nós somos os incautos que pagaremos principesca e perpetuamente estes parasitas em Bruxelas, que, ao contrário da sinceridade cristalina de Ace Rothstein, aparecem sob os holofotes televisivos para nos ludibriar, exaltando incessantemente as perversidades dos instrumentos de Bruxelas, concebidos com um único propósito: parasitar-nos, humilhar-nos e enxovalhar-nos.

    Quer seja a imigração descontrolada, que devemos aceitar sob pena de sermos rotulados de racistas e xenófobos; quer seja a compra de novos parasitas com o dinheiro dos cidadãos abastados do Norte da Europa, eufemisticamente denominada de processo de alargamento; quer seja a guerra até ao último ucraniano, servindo apenas para encher os bolsos do escol em Bruxelas; quer seja o Banco Central Europeu (BCE), que “paga” as putativas pandemias com inflação — em tudo, os candidatos concordam: tudo vale por uma sinecura dourada!

    É sempre causa de admiração a capacidade desta gente de transformar cinismo em arte, pilhagem em virtude, enquanto nos forçam a pagar o seu opulento teatro de crueldades.

    Casino (1995), de Martin Scorsese, protagonizado por Robert De Niro.

    Numa população estagnada em 450 milhões, um candidato propõe, com uma candura desconcertante, que acolhamos 200 milhões de “refugiados climáticos” – sabe Deus o que isso significa?! A teoria de que o CO2 é um poluente (!), ou de que é o grande vilão do suposto aquecimento global, é sustentada pela “nova ciência”, que não tolera qualquer dissidência, prontamente rotulada de “negacionismo climático” por estes modernos inquisidores, apesar da discordância de muitos cientistas.

    A teoria da “emergência climática” assemelha-se às indulgências vendidas pela Igreja Católica há séculos: pague e não irá para o Inferno! Agora, a mensagem é: pague e salvará o planeta Terra! Quão fascinante é a capacidade destes modernos clérigos de transformar a ciência em dogma, onde a fé cega substitui a dúvida metódica, e o assalto aos nossos bolsos, sob a forma de impostos de carbono, se disfarça de virtude ecológica!

    Um candidato, supostamente liberal, defende que o Banco Central Europeu, uma entidade que opera sob um regime de monopólio e respaldada por leis de curso legal – atente-se: um “liberal” que idolatra monopólios públicos! – deve continuar a agir com total “independência política” – vá-se lá saber o que isso significa.

    Tenta, assim, fazer-nos esquecer que, sem a sua existência, a putativa pandemia jamais teria sido possível. Quem pagaria os milhões de trabalhadores em casa, de baixa devido ao terrível “vírus”, e sem nada produzir? Quem financiaria os milhões de testes falsos? Quem arcaria com os milhões de “vacinas” inúteis e perigosas? A resposta é simples: a dívida pública emitida pelo Estado português e adquirida com o dinheiro de monopólio desta instituição, resultando numa inflação sem precedentes, após ter criado 4 biliões de Euros do nada. Pasme-se: diz agora que está a combater a inflação que criou! É como o criminoso que volta ao local do crime.

    Durante os debates, a outrora actriz e agora candidata ao Parlamento Europeu, soltou esta eloquente afirmação: “Por dia, a UE está a perder nove mil milhões de Euros por não fazer a transição climática!” Dá sempre vontade de perguntar se a senhora irá colocar o seu próprio dinheiro nas previsões infalíveis que realiza. Será que está disposta a investir do seu próprio bolso em energias de fiabilidade duvidosa e extremamente caras, como é o caso da energia solar e eólica? Parece que não, pois é sempre mais seguro viver do confisco aos nossos bolsos, como faz há décadas, e pedir ao gado que se arruíne com energia caríssima e não fiável.

    O ex-comentador, agora candidato da “direita” globalista, veio afirmar que a habitação deve integrar a carta dos direitos fundamentais da União Europeia! A confusão persiste sobre a definição do que constitui um direito. Eu tenho o direito à vida – o direito de não ser privado dela por outrem –, o direito à liberdade, o direito à propriedade privada – aquilo que produzi, aquilo que adquiri. Ou seja, um direito legítimo não impõe obrigações sobre os outros; é negativo por natureza. Contudo, para o candidato da “direita” globalista, direito é sinónimo de desapropriação; é roubar uns cidadãos para conceder habitação a outros. Temos mais um socialista assumido.

    Para a ex-ministra da saúde, candidata da “esquerda” globalista, a Europa é um poço de virtudes porque permitiu a contratação conjunta de “vacinas”, incluindo a controversa compra à empresa farmacêutica Pfizer que agora está sob investigação pela Procuradoria Europeia. Reparem: ninguém a interpela com esta questão!

    Antes dos debates, o candidato do partido “fascista” e “antiglobalização”, após uma entrevista onde expressou teorias conspiratórias sobre os eventos de 11 de Setembro, foi logo apelidado pejorativamente de chalupa pelo regime e os seus órgãos de propaganda.

    Nunca se esqueçam: foi um grupo de terroristas, sob a coordenação de um indivíduo oculto nas montanhas do Afeganistão – praticamente sem conhecimentos de pilotagem – que conseguiu assumir o controlo de quatro aviões civis, servindo-se apenas de canivetes suíços, num audacioso ataque ao espaço aéreo da maior potência militar do mundo.

    Assim, após a reprimenda, apareceu nos debates como um cordeiro, acatando obedientemente os ditames dos órgãos de propaganda: “a emergência climática existe”, “nós precisamos de imigrantes”, “defendo a integridade territorial da Ucrânia, não podendo implicar a cedência de territórios”, “é evidente que se deve atribuir uma maior verba à Defesa”. Resta a pergunta: qual é mesmo a diferença?

    Jamais se abordaram ou irão abordar questões relevantes: por que devemos entregar a nossa soberania a uma entidade supranacional não democrática, na qual 21 deputados em 705 são absolutamente irrelevantes? Por que motivo o crescimento económico é tão medíocre desde o aparecimento do BCE, uns míseros 1,1% ao ano? O que explica o disparar exponencial da dívida pública desde a adesão ao Euro, de menos de 60% do PIB para 100% do PIB?

    Por outro lado, por que estamos atrelados a uma União Política pela qual ninguém votou, à qual ninguém concedeu legitimidade? De que forma os nossos direitos serão afectados pela Identidade Digital e pelo Euro Digital? Qual o risco real da possibilidade de serem enviados os nossos jovens para guerras que servem apenas para encher os bolsos da casta parasitária em Bruxelas?

    Ursula von der Leye, presidente da Comissão Europeia, e Albert Bourla, presidente da Pfizer
    Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Albert Bourla, presidente-executivo da Pfizer.

    Por último, mas não menos importante, o crescente totalitarismo da União Europeia: qual é a legitimidade da Sra. Ursula von der Leyen e os seus comparsas para determinar o que posso ou não ver, em nome da protecção contra a propaganda russa? Quem lhes concedeu poder para censurar os cidadãos, sob o pretexto de combater a desinformação, aprovando esse documento ignominioso denominado Regulamento dos Serviços Digitais?

    Enfim, alguém me pode explicar a razão para ser governado por um gigantesco Estado totalitário que almeja controlar cada aspecto da minha existência, parasitando o meu bolso em paralelo com o Estado português? São perguntas que aparentemente nenhum dos senhores dos partidos do regime deseja responder. Compreende-se: o salário mensal de 20 mil Euros que todos iremos pagar está à sua espera…

    Luís Gomes é gestor (Faculdade de Economia de Coimbra) e empresário


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