“O lançamento da nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa”, titula o JN e com razão.
São as nossas costas viradas para Espanha, o nosso mais importante parceiro económico.
Já se prevê o fim dos voos inter-capitais na Europa. Precisamos de ar puro e também falta combustível.
Mas imitando a visão pequenina do já-foi Passos Coelho, António Costa vai fazer um TGVzito entre Porto e Lisboa, sem paragem em Coimbra B.
“Marido de ministra saca 200 mil “,émanchete do Correio da Manhã, e um cedo prenúncio do estouro da maioria absoluta do PS. Depois do caso Medina-Figueiredo (para um cargo que afinal não era necessário) e do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, casado com a bastonária da Ordem dos Nutricionistas (sem verem incompatibilidade, mesmo quando ele foi secretário de Estado)
“Escolas contratam docentes sem formação pedagógica”, refere o CM, que nos deixa a pensar na crucificação eterna dos professores nos últimos 40 anos, com relatórios, avaliações, testes, formações pagas dos seus bolsos e… muitas pressões. Tudo pró lixo.
Afinal a ideia era uma questão de estupidez e defesa das mordomias da FENPROF.
“Câmara aposta em rendas e casas municipais”, é o que se lê no Diário de Notícias. E prova que os políticos portugueses têm medo de tocar na propriedade privada, que anda a ser esbanjada à mesa dos podres-de-rico.
Temos 730 mil casas desocupadas, segundo relatório da OCDE de 2019. Mas aqui o célebre “mercado” não funciona.
E os estrangeiros que compram casas à molhada. Muitos com vistos Gold, que deveriam envergonhar qualquer nação.
Outros, pior! Nem sequer pagam impostos durante 10 anos.
Se formos para os países deles, também nos tratam assim?
“Salário mínimo vai subir mais para compensar alta da inflação”, diz o Público, que não explica que a inflação é obra, em grande parte, da especulação imobiliária.
Se um miúdo comprar um bilhete de 50 euros para o Festival Super Bock e vender por 70 está feito com a polícia e a ASAE.
Mas os podres-de-rico investem 1.000 euros por metro quadrado, em Lisboa, e vendem os apartamentos por 5.000 cada metro quadrado… Ah, pois! São grandes motores da Economia!
Até o primeiro ministro António Costa já se rendeu, e já tem cinco casas…. mas a preço de saldo.
Porque não é parvo. Não compra gato por lebre, como disse o outro do Vale da Coelha!
José Ramos e Ramos é jornalista (CP 214)
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
Para concluir dignamente a triste história do grande romance que eu passei 23 anos a incubar e mais quatro anos a escrever, e da sua morte às mãos daqueles que fazem a opinião dos portugueses, resta-me revelar porque é que foi que nunca houve uma boa estratégia de divulgação e promoção por parte da editora, capaz de romper um mínimo da muralha de aço erguida em torno de tudo o que me dizia respeito. O resto seria um castelo de cartas. Todas as pessoas da minha geração se lembram da comoção com que assistimos, dia após dia, à destruição do Muro de Berlim, que acabou por ficar de rastos como um verdadeiro tigre de papel, incapaz de conter mais boicote algum. Depois do livro americano, este romance, que ainda por cima logo a seguir até ganhou um legítimo prémio literário, podia ter o mesmo efeito. Mas, para isso, era preciso que o editor se esforçasse…
… O problema foi que o editor estava furioso comigo.
Porque eu, pérfida, em vez de um best-seller tinha-lhe impinjido um mono que ninguém comprava.
Inicialmente, quando recebeu e leu o manuscrito, disse à minha frente, em altas vozes, e a quem o queria ouvir, que ninguém escrevia com aquela pujança desde a morte do Zé Cardoso Pires. Eu quase que morri, porque não é possível comparar ninguém com o Zé Cardoso Pires. Mas ele estava entusiasmadíssimo, e absolutamente convencido de ter nas mãos uma daquelas obras-primas que enchem as editoras de dinheiro. Eu fartei-me de o alertar para a existência da muralha de aço, mas ele só dizia que, com um romance daqueles, isso ia desvanecer-se em névoas cada vez mais ténues. Durante todo esse tempo, sempre que eu tinha que ir à editora, que ficava algures nos arredores da Parede, pagava-me gentilmente o táxi que me levava lá a partir da estação (eu não tinha um tuste, mas tinha o passe), e pagava-me o táxi de volta.
Eu bem tentei explicar que era impossível que as pessoas se interessassem pelo livro se não sabiam que ele existia.
“Como não sabem!,” gritou-me logo a esposa e secretária do editor, uma brasileira gorda de metade da idade dele e com ar de tanque Panzer. “O seu romance está em todas as montras!”
“Não basta um livro estar nas montras para se reparar nele,” respondi eu docemente. “Estive com o Tolentino Mendonça. Ele sabia, desde antes de eu ir para a América, tanto do projecto do livro científico como do projecto do romance. Quando eu lhe disse que já tinham saído os dois, ficou a olhar para mim com um ar aterrorizado, e só conseguia repetir Ó Clara… Ó Clara…”
“Olha que esse Tolentino Mendonça tem que ser um grande imbecil!,” gritou outra vez o Panzer. “ Pois se o livro está em todas as montras…”
Claro que a reunião ficou por aqui.
“Quem é que mandou andar a brincar com estas coisas…“
O problema é que o editor não me reembolsou pelo táxi da estação à editora, embora eu lhe tivesse dado a factura logo à chegada; e também não deu quaisquer sinais de estar em vias de puxar de uma notinha de cinco euros para o regresso. Telefonaram a chamar-me um táxi e já gozas. Os bons tempos tinham declaradamente chegado ao fim.
Entrei no táxi sem aflições, porque aquelas corridas costumavam ser quatro euros e meio, e isso eu ainda tinha na carteira. Ia ficar sem cigarros, mas ao menos regressava de cabeça erguida.
Só que, na estação, o taxímetro marcava cinco euros e meio.
Paga-se um euro a mais pela chamada telefónica.
“Oiça,” disse eu ao taxista, um jovem todo bonito e bronzeado, com umas belíssimas tatuagens nos braços musculados. “Eu não vinha preparada para ser eu a pagar. Tenho quatro euros e meio, mas não tenho mais. Se quiser, podemos ir à polícia. Ou podemos voltar à editora. Veja lá…”
“Só tem quatro euros e meio?,” rosnou o miúdo.
“Só. Mas, se quiser…”
“Passe-me mas é todo o dinheiro que tem aí.”
Passei-lhe a minha bolsa, de onde ainda saíram mais umas moedinhas pretas para ajudar à festa.
“Se quiser…”
“Não quero nada. Vá lá à sua vida e não me chateie mais.”
“Sabe, eu tinha…”
Ele virou-se para trás, olhou-me de frente nos olhos, e encerrou assim o assunto, de uma vez por todas:
“A senhora já tinha era idade para ter juízo!”
Clara Pinto Correia é bióloga, professora universitária e escritora
A guarda-costeira sueca descobriu a quarta fuga no Nord Stream. Aquilo já não é bem um pipeline, um tubo – é mais um queijo suiço.
Submarinos russos foram avistados no local (terá sido no “sailRadar24”?), mas estes garantem que estavam só de passagem para ir ao bacalhau na Noruega.
A União Europeia diz que toda a Europa está sob ataque com estas sabotagens no Nord Stream.
Os americanos dizem que a Europa não se deve preocupar porque estas fugas não afectarão o fornecimento e, portanto, o Inverno será quentinho. Mais caro, mas quem sabe, bem quentinho. Para alguns.
Eu, que gosto de ser prático nestas coisas, dou por mim a pensar se a Van der Leyen & Cia. não deveriam ter pensado em reduzir a dependência da energia russa antes de começarem a escrever os sucessivos pacotes de sanções.
Eu sei que é difícil reverter, em 15 dias, as duas décadas que andámos a lambuzar os ditos do Putin, mas, quer dizer, ou se percebe a realidade da dependência, e somos mais cuidadosos nas entradas à campeão no jogo de poker; ou “cagamos” nisso tudo, tatuamos #ukraniaForever nas nádegas e rebentamos a Europa toda para os salvar.
Uma das duas.
Agora esta pose de arrogância da União Europeia, a trocar de ditaduras para salvar o Inverno, enquanto vai brincando aos ricos com a mesada do pai, e deixando a conta para o povo, a quem nada perguntou, é que me está a dar cabo dos nervos.
A von der Leyen, a Lagarde, o Biden, o Putin, o Zelensky e os demais milionários que se juntem num jogo de pingue-pongue, a duas mãos, para decidir quem fica com os campos de trigo ou as saídas para o mar. Para combinarem onde é que a NATO monta acampamento e até onde a Sibéria chegará. Para chegarem a acordo sobre qual dos impérios poderá explorar mais as pessoas nos próximos 50 anos, ou se dividem entre eles, distribuindo os lucros pela elite reinante.
Epá… já estou por tudo: façam o que quiserem. Até um concurso de quem mija mais longe com aquelas próstatas velhas. Mesmo a da Lagarde.
Agora, deixem de matar miúdos que se estão a borrifar para o Donbass e que não ganham nada com a exploração das matérias-primas. E principalmente, chega de mandar a conta para a classe média que, de Lisboa a Estocolmo, de Roma a Helsínquia, terá de pagar toda esta porcaria.
Eu quero que o Putin vá onde o Milhazes manda. E o Zelensky. E a Lagarde. E o Biden. E a von der Leyen, sobre a qual o director do PÁGINA UM se queixa de seguir sempre com gralhas.
Penso no que impede as novas gerações, envolvidas directa ou indirectamente nesta guerra, de se revoltarem e retirarem do poder a esta elite corrupta que os faz pagar com a vida ou com o salário as suas ambições de poder.
Tiago Franco é engenheiro de desenvolvimento na EcarX (Suécia)
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
A minha memória não é grande coisa, e ainda bem. Tirando os repetidos escândalos na banca, que nos perseguem há mais de uma década, vou esquecendo tudo o que vou lendo ao fim de pouco tempo. Gosto de atribuir essa falha à minha memória, mas há a hipótese, também real, do volume de cambalachos em Portugal ser de tal monta que, se torna humanamente impossível guardar espaço de processamento mental para todos.
Parece que, a cada semana, temos mais um Mário Ferreira, mais um Rendeiro, um novo Vara, um aprendiz de Relvas. E antes que apareça o Leitor Provedor da Verdade a clamar por provas, adianto-me: tudo parece ser legal. É essa a beleza do nosso sistema. Tudo parece ser legal e, provavelmente, será.
Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial
Noticiou o Observador que duas empresas, detidas pelo marido de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, receberam cerca de 133.000 euros dos fundos comunitários, de um total de 303 000 euros que foram entregues a Portugal.
Aparentemente, não há nada ilegal em receber dinheiro público de instituições tuteladas pela mulher. O comentador Sebastião Bugalho, sempre afoito na defesa de dinheiro público em bolso privado, dizia na CNN que um empresário em Portugal tem de recorrer a fundos europeus porque, cito, “há pouco capital no país”. E que, nesse cenário, não poderia ser prejudicado por uma simples certidão de casamento. O amor não olha a subsídios…
Compreendo o jovem Sebastião – e, aliás, pela primeira vez até consigo concordar com cinco palavras oferecidas por ele. De facto, há pouco capital em Portugal, mas, como se percebe, não afecta maridos de ministras. E é nesse ponto que estas histórias me deixam sempre intrigado.
A apregoada meritocracia raramente chega às manchetes dos jornais. Já casos aparentemente legais e difíceis de compreender, na lógica da moralidade, são o pão-nosso de cada dia.
Só esta semana ficámos a saber da entrada no curso de Medicina da Universidade Católica de uma aluna sem média, mas filha de um benemérito… Perdão: um benemérito insigne. Os beneméritos ainda ficam à porta da Católica.
Entretanto, Paula Amorim, uma das herdeiras do império, dizia no podcast de Balsemão, com um violino triste ao fundo, que teve que abandonar os estudos aos 19 anos para assumir um lugar no Conselho de Administração da empresa do pai. O drama, o horror, o mérito dos genes de uma teenager que, coitada, começa pelo topo sem passar pelas etapas dos comuns mortais.
E agora temos uma empresa criada em 2020 pelo marido de uma ministra do centrão a conseguir receber, apenas dois anos depois, 133.000 euros de fundos comunitários. Parece aquela história do filho do Sérgio Figueiredo que, em menos de dois anos como empresário, já recebia um milhão de euros da Câmara Municipal de Lisboa presidida pelo amigo Medina.
Tudo isto será certamente legal. Obviamente, veremos os papéis que precisamos e alguma página do Código Civil nos dirá que tudo aquilo está óptimo.
Mas é um carrossel que nunca pára, não é?
A História de Portugal na União Europeia é muito isto. Em vez de se usarem os fundos comunitários para criação de riqueza – o que, aliás, enfim, era a premissa inicial –, escolhemos andar mais de três décadas a enriquecer uma elite com as maiores fatias do bolo, e largamos, aqui e ali, umas migalhas para o povo. Passámos a ser gestores de subsídios com os partidos do centrão a revezarem-se na distribuição pelas respectivas clientelas.
O português médio tem de passar o inferno burocrático para receber as esmolas anunciadas com pompa por António Costa em tempo de pandemia e/ou guerra.
Já a um marido de uma ministra ou a um filho de um director de uma televisão, basta-lhes criar uma empresa no Simplex, e passados dois anos começa a chover fundos comunitários. E nem sequer é o primeiro marido de uma ministra ou o primeiro filho de um director. E não serão os últimos…
O povo embrulha-se em sangue para não perder casa, salários mínimos ou para cumprir critérios que lhes permitam um apoio de 125 euros. E fazem-no massacrados por uma carga fiscal absolutamente incompreensível, sobretudo se pensarmos nos serviços que acabam por não ser disponibilizados em troca dessas contribuições.
Mas para quem está no sítio certo, no aparelho do poder e naquela minoria que vai, de facto, gerindo a riqueza que chega ao país, tudo isto são notícias de rodapé, vistas pelo canto do olho, enquanto se procura o saca-rolhas que abrirá uma reserva de 2009.
E que por mais coincidências com aspecto de escândalo, nós vamos continuar a encolher os ombros, e continuar a pensar como é que o Ronaldo falha aquela “merda” com a baliza aberta…
Tiago Franco é engenheiro de desenvolvimento na EcarX (Suécia)
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
Em três décadas, entre 1991 e 2020, Portugal passou a ter mais cerca de 348 mil habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, mas aumentou o número de muito idosos (acima dos 80 anos) em quase 413 mil. Em 1991, por cada 1.000 portugueses, havia apenas 27 pessoas com mais de 80 anos; no início do século passou para 36; agora, o número é quase o dobro, tendo subido para 67 em cada mil.
Aquilo que poderia ser um motivo de alegria social e prova de um sucesso civilizacional – viver mais, aumentar o número de gerações em vida, permitir ser usual crianças crescerem até bem adultos com os avós vivos e até conviverem muitos anos com bisavós –, acabou, porém, em Portugal por se estar a transformar em filmes de horrores, em cenas deploráveis, em quadros que mostram a triste natureza humana.
O caso da idosa num lar de Boliqueime, pejada de formigas, onde supostamente a provedora até mandava tirar rótulos de iogurtes fora do prazo, não é caso único. Nunca foi. E piorou a olhos vistos nos últimos dois anos com a pandemia, onde um manto de segredo paira em redor das chamadas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI). Não se sabe ao certo quantas pessoas morreram por ou com covid-19 desde Março de 2020, nem qual foi a letalidade de outras doenças.
O PÁGINA UM tem tentado conhecer esses números desde Janeiro deste ano. Portugal é um dos poucos países europeus que nunca divulgou qualquer relatório. Mas, apesar de um parecer da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), em Abril passado, o Ministério da Saúde “luta” no Tribunal Administrativo de Lisboa para não ceder essa informação.
A situação deplorável dos lares deve-se, em grande medida, à demissão do Estado – e dos sucessivos Governos – em olhar para a Terceira Idade com uma visão humanista. Para o Estado – e para os sucessivos Governos –, os idosos não são pessoas a quem a sociedade – toda e não apenas os familiares directos – paga um tributo e presta uma justa homenagem pelos seus contributos durante a “vida activa”. São empecilhos, sugadores de recursos económicos.
Na bitola de um ministro das Finanças, um pensionista – e ainda mais aquele que não tem recursos financeiros próprios para seguir para um lar privado, pagando-o integralmente – é sempre um encargo, uma despesa a ser rapidamente transformada em zero só e quando morrer.
E, por isso, o Estado – e os sucessivos Governos – fazem de conta que se preocupam com os idosos. Numa população crescente de velhos, o Estado prefere manter um status quo assente num caduco e anacrónico pseudo-voluntarismo – como são as IPSS –, em vez de criar um sistema profissional e exigente, com regras e regulação apertada. Deixa à iniciativa das IPSS – ou de empresas privadas, quando em zonas “lucrativas” –, a implementação de oferta em vez de ser o Estado a satisfazer as necessidades da procura, muito diferenciada em função da região.
Por isso, quando se olha para os relatórios da Carta Social – da responsabilidade do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – só se pode antever uma desgraça social. Fora e dentro dos lares. Com efeito, se considerarmos toda a oferta disponível dos chamados lares de idosos (ERPI), de acordo com a mais recente Carta Social de Dezembro de 2021, verifica-se que a capacidade evoluiu de um pouco menos de 60 mil camas no ano 2000 para pouco mais de 100 mil em 2020, ou seja, mais 40 mil camas. Ora, nesse período, só considerando a população com mais 85 anos, tivemos um aumento de mais de 174 mil.
Evolução da população portuguesa com mais de 80 anos. Fonte: INE. Análise: PÁGINA UM.
Se no ano 2000 existiam 265 idosos com mais de 85 anos por cada 100 camas em ERPI; em 2020 esse rácio passou para 333 idosos por cada 100 camas. Estão a ver no que isto dá, certo? Numa espécie de jogo da cadeira… cada vez há mais jogadores e menos cadeiras.
Tudo isto inclina o jogo para os aventureiros e pessoas menos escrupulosas – independentemente de muitas estarem travestidas de IPSS ou de Santas Casas da Misericórdia –, que se aproveitam da fragilidade do Estado – e dos sucessivos Governos – que não querem publicamente que se olhe por debaixo do tapete e se observe os horrores que se foram chutando (nem sequer é varrer, porque nem sequer se é meigo).
Assim, tendo em conta que a única preocupação do Estado – e dos sucessivos Governos – é não se ver publicamente, em demasia, as lástimas sociais, permite-se assim, alegremente, que muitos lares se transformem em depósitos de velhos, antecâmaras da morte, purgatórios perpétuos, onde se fecham os olhos aos excessos de ocupação, se negoceiam vagas ao melhor preço (ou à melhor herança para a IPSS), à qualidade da comida, à frequência de cuidados médicos e de enfermagem, aos mínimos das equipas operacionais, etc., etc., etc..
Chega-se, inclusive, a fechar os olhos aos lares ilegais (englobando aqueles em fase de licenciamento, mas a funcionarem já), cujos endereços o próprio Estado conhece, porque perante tantas carências (face à demissão do Estado), julga-se que tudo é melhor do que nada.
Fiscalizações, então – esqueçam. Nunca em tempo algum uma vistoria a um lar encontraria sequer um ácaro microscópico debaixo do travesseiro de uma idosa acamada. Por uma simples razão: por regra, os serviços da Segurança Social avisam com um mês de antecedência os lares que vão fiscalizar. Está certo: convém não chocar os inspectores com imagens, enfim, “desagradáveis”. Não queremos funcionários do Estado traumatizados. Nem com formigas. Mesmo se estas revelam, afinal, uma Democracia a ser roída por térmitas.
As prisões portuguesas são um mundo vazio onde a vida fica suspensa, até que o recluso possa regressar à Liberdade.
Um tempo sem sentido, onde apenas se pensa em punir e se esquece, quase totalmente, a necessidade de dar meios e ferramentas a cada um dos condenados, que acabam por sair ainda mais marginalizados do que estavam antes de entrarem na Prisão.
Fomentar a inércia, por todos os meios possíveis, é a prática diária.
Distribuem-se ansiolíticos à saciedade, de modo a ter os reclusos adormecidos e nada reivindicativos, facilitam a preguiça, permitindo playstations, consolas de jogos, leitores de CDs e rádios, para os conseguir ter nas celas, já que dar-lhes trabalho, permitir que estudem ou façam exercício físico, obriga a que funcionários e guardas também trabalhem…
A palavra reabilitação, que devia ser (e é, no espírito da Lei) o foco principal de todo o Sistema Prisional, é colocada em último lugar das preocupações de muitos responsáveis (?) e praticamente desprezada pela imensa maioria da classe política nacional.
Dizer-se que o objectivo que se pretende alcançar durante o cumprimento de penas, é “reintegrar” os cidadãos em reclusão é quase uma blasfémia.
Os números mostram que entram e saem, por ano, cerca de 5.000 cidadãos necessitados de inserção social, e não de “reinserção”, dado que, na sua grande maioria, nunca estiveram realmente inseridos, pois viveram quase toda a vida à margem de uma sociedade que os ignora, fora das regras sociais estabelecidas, fora do mercado de trabalho ou sem capacidades (escolaridade, formação profissional ou mesmo formação cívica) para poderem sobreviver em Liberdade sem praticar crimes.
Não há ninguém que não conheça essa realidade, por muito que se faça (e faz) para a esconder.
A exclusão social é a prova mais evidente de décadas de má governação no nosso país.
E, pior, não se consegue vislumbrar uma qualquer medida que leve à inversão destas políticas vergonhosas.
Obviamente que o crime tem de ser combatido e o crime grave não pode merecer qualquer contemplação.
Mas o tempo de punição só ganhará algum sentido se for aproveitado na tentativa de construção de um novo projecto de vida, que não obrigue à prática de crime para sobreviver.
A verdade é que não existem condições de apoio a este tipo de cidadãos, mais vulneráveis e a necessitar de um apoio solidário e efectivo.
E para além de nada acontecer, durante a prisão, o encarceramento leva a que aconteçam tragédias inaceitáveis numa sociedade que se diz Democrática e Livre.
Um Mundo onde a exclusão física e psicológica – que leva a que a maioria dos reclusos se sinta rejeitado e fora da Comunidade – será uma bola de neve que só terminará quando TODOS nos sentirmos co-responsáveis pelos outros e, em especial, pelos que têm maiores dificuldades em sobreviver sem apoio da comunidade e do Estado, enquanto primeiro responsável por esta coesão social.
O Poder Político tem afirmado, quando quer usar o assunto para se promover e ganhar votos, que conhece a realidade.
Mas a verdade é que os presos, e as prisões, são temas que todos – a começar no Presidente da República, Governo, Deputados, Comunicação Social e até os Cidadãos comuns – evitam tratar.
Quanto menos forem falados melhor, porque ninguém gosta de tocar numa ferida que está a sangrar há muito tempo.
Podemos todos falar dos maus-tratos que alguns infligem a animais – e de imediato se juntam centenas de pessoas para se manifestarem – mas quando os assuntos são sobre presos, e as condições inadmissíveis em que vivem, ninguém lhes quer tocar!
E, no entanto, há muitas medidas extremamente simples, que poderiam melhorar, substancialmente, o nosso Sistema Prisional.
Um exemplo: Num país onde o crime de condução sem carta leva mais cidadãos à cadeia (7,8%) do que o crime de homicídio, nas suas diversas formas (7,6%), fica claro que não existe intenção, ou motivação, para ir ao fundo das questões e corrigir o que deve ser corrigido.
Obrigar esses faltosos (a direita chama-lhes “bandidos”), ajudá-los até, se tal fosse necessário, a tirar a carta de condução, em vez de os meter na prisão, de onde sairão de igual modo indocumentados, seria um bom exemplo e retiraria das prisões milhares de cidadãos.
Ter políticas efectivas de Reabilitação, Reinserção e de construção solidária de vidas destruturadas que, de uma forma ou doutra, levam ao aumento de práticas violadoras das leis da República, seria outro caminho para o sucesso.
Por isso a nossa insistência num combate sem tréguas à exclusão social.
É fácil dizer que a prisão é a Faculdade do crime.
Esquecem, contudo, que ninguém começa a estudar pela Universidade.
Quais são, então, as escolas pré-primárias, as primárias e os liceus do crime?
Estão à vista de todos: os bairros de lata, o desemprego, a fome, o absentismo escolar e a falta de oportunidades.
Analisar o Sistema Prisional sem ter em conta estas realidades é como tentar estudar trigonometria sem saber a tabuada.
Vítor Ilharco é secretário-geral da APAR – Associação Portuguesa de Apoio ao Recluso
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
Ou seja, na democracia conduzida pelo partido do Governo (em Maio distribuiu 40 milhões de euros pelos media) comprova-se que o Bloco tem um espaço maior de representação nas televisões que os deputados todos do Chega e da Iniciativa Liberal. Também o PCP e o PAN estão à beira do eclipse e afogados no silêncio.
A democracia é uma coisa diferente disto, e por muito que custe, a representatividade e, portanto a própria democracia, estão em causa neste momento. A opinião, o comentário, deveria ser claro e transparente, indutor de informação e com contraditório, mas nada se passa assim.
Em 2011, um primeiro estudo importante sobre comentadores de televisão era também muito esclarecedor. “Concluindo, os painéis de comentadores residentes reflectem, sobretudo, dois sectores da sociedade portuguesa, deixando de fora todos os telespectadores que não se interessem nem por política nem por desporto. Estas áreas são, claramente, as que garantem mais espectáculo televisivo, na medida em que proporcionam confrontos e polémicas. E talvez estes ingredientes estejam a ser mais valorizados do que a preocupação de pluralismo e de representatividade”.
Podemos dizer que daqui para o estudo de 2020 nada mudou, e posso afirmar que muitos ainda são os mesmos comentadores residentes.
Para termos a noção da importância disto, analisemos a gestão do gosto, a indução do consumidor para um determinado género musical através das playlists.
Quatro grandes empresas controlam mais de 90% do som que se divulga na rádio portuguesa. “As músicas não são proibidas agora, mas algumas são obrigatórias” dizia Fernando Quinas citado em “Provedor do Ouvinte – relatório de actividades de 2017” por João Paulo Guerra.
E basta ler Luís Montez, da produtora Música do Coração e detentor de um grupo de emissoras (Capital, Radar, Oxigénio, Festival, Nova): “A rádio é um bicho vivo, de 24 horas sobre 24 horas, as pessoas que ligam uma rádio esperam ouvir o que estão à espera. Querem que seja familiar, simpático, que corresponda às expectativas. Que seja regular” – e essa regularidade é fornecida pela playlist. Está a falar em seu benefício pois a Música no Coração é das quatro maiores a controlar o que os ouvintes podem ouvir.
Os portugueses mais interessados começam a perceber a matrix onde nos estamos a instalar e onde os cidadãos são instrumentalizados para os assuntos, induzidos para as opiniões e controlados no seu universo de possibilidades.
Tudo está balizado, colorido, aprimorado por discursos com um mesmo foco. Reparem como não há comentadores para a interpretação da responsabilidade do PS no desastre do SNS, na condução da grande noite escura pela DGS entre 2020 e 2022, e ainda na presença de defensores da versão Bolsonaro na eleição brasileira, ou da versão russa da guerra na Ucrânia.
Nunca aparece um comentador do Braga ou do Vitória de Guimarães, ou do Paços de Ferreira. Reparem como os grandes medalhados de outras modalidades não surgem nos ecrãs.
Os donos da informação podem conduzir esta manada sem precisar de muito pessoal. Bastam trinta e cinco construtores de opiniões parecidas e fazedores de medos ou injectores de opiniões não contraditadas.
Diogo Cabrita é médico
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
Ou seja, na democracia conduzida pelo partido do Governo (em Maio distribuiu 40 milhões de euros pelos media) comprova-se que o Bloco tem um espaço maior de representação nas televisões que os deputados todos do Chega e da Iniciativa Liberal. Também o PCP e o PAN estão à beira do eclipse e afogados no silêncio.
A democracia é uma coisa diferente disto, e por muito que custe, a representatividade e, portanto a própria democracia, estão em causa neste momento. A opinião, o comentário, deveria ser claro e transparente, indutor de informação e com contraditório, mas nada se passa assim.
Em 2011, um primeiro estudo importante sobre comentadores de televisão era também muito esclarecedor. “Concluindo, os painéis de comentadores residentes reflectem, sobretudo, dois sectores da sociedade portuguesa, deixando de fora todos os telespectadores que não se interessem nem por política nem por desporto. Estas áreas são, claramente, as que garantem mais espectáculo televisivo, na medida em que proporcionam confrontos e polémicas. E talvez estes ingredientes estejam a ser mais valorizados do que a preocupação de pluralismo e de representatividade”.
Podemos dizer que daqui para o estudo de 2020 nada mudou, e posso afirmar que muitos ainda são os mesmos comentadores residentes.
Para termos a noção da importância disto, analisemos a gestão do gosto, a indução do consumidor para um determinado género musical através das playlists.
Quatro grandes empresas controlam mais de 90% do som que se divulga na rádio portuguesa. “As músicas não são proibidas agora, mas algumas são obrigatórias” dizia Fernando Quinas citado em “Provedor do Ouvinte – relatório de actividades de 2017” por João Paulo Guerra.
E basta ler Luís Montez, da produtora Música do Coração e detentor de um grupo de emissoras (Capital, Radar, Oxigénio, Festival, Nova): “A rádio é um bicho vivo, de 24 horas sobre 24 horas, as pessoas que ligam uma rádio esperam ouvir o que estão à espera. Querem que seja familiar, simpático, que corresponda às expectativas. Que seja regular” – e essa regularidade é fornecida pela playlist. Está a falar em seu benefício pois a Música no Coração é das quatro maiores a controlar o que os ouvintes podem ouvir.
Os portugueses mais interessados começam a perceber a matrix onde nos estamos a instalar e onde os cidadãos são instrumentalizados para os assuntos, induzidos para as opiniões e controlados no seu universo de possibilidades.
Tudo está balizado, colorido, aprimorado por discursos com um mesmo foco. Reparem como não há comentadores para a interpretação da responsabilidade do PS no desastre do SNS, na condução da grande noite escura pela DGS entre 2020 e 2022, e ainda na presença de defensores da versão Bolsonaro na eleição brasileira, ou da versão russa da guerra na Ucrânia.
Nunca aparece um comentador do Braga ou do Vitória de Guimarães, ou do Paços de Ferreira. Reparem como os grandes medalhados de outras modalidades não surgem nos ecrãs.
Os donos da informação podem conduzir esta manada sem precisar de muito pessoal. Bastam trinta e cinco construtores de opiniões parecidas e fazedores de medos ou injectores de opiniões não contraditadas.
Diogo Cabrita é médico
N.D. Os textos de opinião expressam apenas as posições dos seus autores, e podem até estar, em alguns casos, nos antípodas das análises, pensamentos e avaliações do director do PÁGINA UM.
Passei o fim-de-semana a construir um bunker e a actualizar as reservas de papel higiénico, pelo que consegui ler pouco daquilo que vocês escreveram. Mas ouvi muito, porque, para me armar em tecnológico, tenho sempre o Bluetooth ligado às orelhas.
Se fosse fazer um ranking do que mais gostei, à la Catarina Furtado nos tempos do Top+ (we go way back!), diria que o mais tocado esta semana foram os Mentirosos pela Verdade.
Os Mentirosos pela Verdade são um clã – sem o sonho do GTI, atente-se – que patenteou, ali desde Abril de 2020, a Verdade Única e Universal (VUU).
Eram as pessoas que, em Maio de 2020, nos juravam que a Suécia matava velhinhos para poupar nas pensões. Ou que eram criminosos por não fecharem escolas (com 0% de mortes por covid-19). Ou, ainda, que colocavam a Economia antes das pessoas.
Entretanto, quando a factura chegou a Portugal, tanto em dívida como no número de mortos, lá acabaram por perceber as evidências e começaram a gritar com o Governo pela falta de apoios para debelar a crise.
A mesma crise que aplaudiram e agradeceram, sentados nas varandas, durante o confinamento.
Entretanto a Suécia saiu da pandemia de pé, e, de joelhos, os Mentirosos pela Verdade foram em busca de novo tema.
Chegada a guerra da Ucrânia e novo palco para verdades inquestionáveis. Desde logo, o novo conceito de solidariedade. Temos que ser parte activa. Se não formos, apoiamos Putin. Se questionarmos porque andámos 70 anos a ignorar outros invadidos, somos whataboutistas. Se não tivermos particular admiração por nenhuma das “democracias” no Donbass, somos cúmplices.
Se apoiarmos refugiados ucranianos, devemos fazê-lo porque eles não escolheram a guerra. A russos não podemos, porque, lá está, eles não fizeram nada para a evitar.
Afinal, o que é que lhes custava entrar no Kremlin e rebentar com aquilo tudo? O Tom Cruise conseguiu essa proeza, na Missão Impossível 4? Não deve ser assim tão difícil! Tão impossível!
Se homens ucranianos choram na fronteira da Polónia, porque o Zelensky lhes fechou a fronteira, apoiamos o Zé. Se homens russos choram na fronteira da Finlândia, porque a Sanna lhes fechou a porta, apoiamos a Sanna.
Se a NATO envia armamento pelos seus estados-membro e a União Europeia suporta financeiramente, e, apenas graças a essa ajuda, a Ucrânia consegue resistir, logo surgem os Mentirosos pela Verdade a insistir que este é um conflito entre dois países.
Quem não defende a invasão, mas também não quer ver a União Europeia envolvida, recordo, é um putinista. Lembro-me que no auge do whataboutismo diziam os analistas Mentirosos pela Verdade que os ucranianos estão mais perto, e que nada daquilo era comparável à Faixa de Gaza, lá tão longe onde o Criador (louro de olho azul) foi perder as botas entre as palhas em que dormia.
A mesma verdade já não se aplica a russos – e compreende-se. São louros, mas estão geograficamente mais longe de Bruxelas. Especialmente aqueles da Sibéria que, ainda por cima, são meio achinesados. Estavam a pedi-las. Que fujam para Ulambatar e comecem uma tribo nómada.
Hoje dizem-nos que o referendo no Donbass é ilegal. E acertam. É factual. É uma tentativa tosca e despudorada de anexação e violação do direito internacional.
Em seguida falam os membros da NATO dizendo que se o Donbass for anexado, a reacção dos parceiros será rápida e poderosa.
Dos parceiros que não participam, não financiam, não planeiam e não contribuem para a guerra… É isso, não é? Por favor, não se esqueçam desta parte.
Não deve ser fácil, de facto, ver o Mundo só com duas cores. Mas, se for esse o caso, junta-te ao clã. A vida é muito mais fácil. As certezas quase eternas. Quase, aviso.
Tiago Franco é engenheiro de desenvolvimento na EcarX (Suécia)
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Os portugueses não recebem cheta da sua participação nos lucros da Sociedade Ponto Verde.
E não é justo, porque ao comprarmos uma garrafa de água, pagamos também o vasilhame de plástico para ser recolhido e reciclado. E isso acontece em todas atividades que produzem “lixo”.
A Sociedade Ponto Verde recebe tanto “lixo”, que colocou dois anúncios a cobrir a primeira e nas últimas páginas do jornal Expresso, que é caro.
Não está em causa atividade desta empresa, mas a necessidade de pagamento dos resíduos.
Reciclar não é apenas, como diz a Sociedade Ponto Verde uma ambição, mas um comércio.
Em Portugal existem, por exemplo, empresas de reciclagem de plástico, com lucros evidentes e belos automóveis à porta, como verifiquei quando fiz, há poucos anos, uma reportagem sobre o assunto.
O título do anúncio é claro: “Sabe quem é o responsável por 81% da reciclagem das embalagens em Portugal?”
Claro que sabemos: são os portugueses que metem as embalagens nos ecopontos. E embalagens são pagas, quando se compra um produto.
Publicidade da Sociedade Ponto Verde no jornal Expresso.
É necessário instituir o direito de pesagem na entrega de embalagens e de “lixo” para que aconteça uma transação justa. Porque a Sociedade Ponto Verde não é uma instituição benemérita.
Se todos receberem a sua parte neste negócio, não ficará no chão um único pedacinho de papel.
E nem será necessário voltar a pôr anúncio no jornal Expresso. A vida custa a todos. O lixo vale dinheiro.
José Ramos e Ramos é jornalista (CP 214)
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