Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, a coligação Aliança Democrática (AD), do PSD e do CDS-PP, foi convidada a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Sebastião Bugalho, de 28 anos, número um da lista da AD nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a terceira ausência no meio de 13 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao PS, e aproveita para divulgar as 13 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
Em 2019, integrou as listas do CDS-PP nas eleições legislativas, como independente, não sendo eleito. Agora, o ex-jornalista e comentador televisivo Sebastião Bugalho, de 28 anos, foi o escolhido para cabeça-de-lista da coligação Aliança Democrática (AD), do PSD e do CDS-PP nas eleições para o Parlamento Europeu. A nomeação de Bugalho causou surpresa e dividiu opiniões. Nas eleições europeias de 2019, o PSD elegeu 6 eurodeputados e o CDS-PP apenas um.
Perante a indisponibilidade do candidato da AD, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 13 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
Manuel Carreira, MPT-Partido da Terra
Rui Fonseca e Castro, Ergue-te
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, o Partido Socialista (PS) foi convidado a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Marta Temido, de 50 anos, número um da lista do PS nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a segunda ausência no meio de 13 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao PS, e aproveita para divulgar as 13 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
A antiga ministra da Saúde do governo de António Costa, Marta Temido, de 50 anos, foi a escolhida para cabeça-de-lista do Partido Socialista (PS) nas eleições para o Parlamento Europeu. Com um doutoramento em Políticas de Saúde, a antiga administradora hospitalar e actual deputada do PS irá em breve passar a ser eurodeputada. Nas europeias de 2019, o PS elegeu nove deputados para o Parlamento Europeu.
A presidente da concelhia do PS de Lisboa ficou mais conhecida pelo facto de ser ministra aquando da pandemia de covid-19, período que foi presença assídua nas televisões e na imprensa, em geral. Apesar dos media e alguns comentadores classificarem como um “sucesso” a gestão da pandemia em Portugal, os dados mostram uma realidade diferente, incluindo o nível de mortalidade em excesso em valores máximos e os efeitos drásticos nas crianças e jovens, nas empresas, nas famílias e na economia. Ao contrário, na Suécia, o país seguiu o protocolo habitual, mantendo escolas e negócios abertos, em geral, e a sociedade a funcionar normalmente, sem uso de máscara nem confinamentos, com pequenas exceções. Os resultados foram um nível de mortalidade em excesso residual, crianças e jovens mais saudáveis e sem perdas nos estudos, e uma economia menos penalizada.
Perante a indisponibilidade da candidata do PS, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 13 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
Manuel Carreira, MPT-Partido da Terra
Rui Fonseca e Castro, Ergue-te
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda foi convidado a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Catarina Martins, de 51 anos, número um da lista do Bloco de Esquerda nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a primeira ausência no meio de 11 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao Bloco de Esquerda, e aproveita para divulgar as 11 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
A antiga coordenadora nacional do Bloco de Esquerda foi a escolhida para cabeça-de-lista do partido nas eleições para o Parlamento Europeu. A actriz e ex-deputada é, assim, o rosto do partido nestas eleições, cuja campanha assenta no lema “Por uma Europa justa, solidária, feminista, aberta ao Mundo e de Paz”. Nas últimas eleições europeias, o Bloco conseguiu eleger dois eurodeputados, Marisa Matias e José Gusmão. Já este ano, Marisa Matias abandonou o Parlamento Europeu onde foi substituída por Anabela Rodrigues para poder tomar posse como deputada no parlamento português.
Apesar das muitas insistências, Catarina Martins não se mostrou disponível para uma entrevista ao HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal que, nestas europeias, tem por objectivo dar voz aos 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem ao Parlamento Europeu. Esta iniciativa do jornal PÁGINA UM ouve todos os candidatos em igualdade de circunstâncias, sem discriminar ou beneficiar nenhum, seguindo as melhores práticas do Jornalismo e dando um contributo para que haja um maior pluralismo na imprensa em Portugal e também uma democracia mais saudável.
Perante a indisponibilidade da candidata do Bloco de Esquerda, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 11 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
Com moderação de Pedro Almeida Vieira, o 19º episódio de O Estrago da Nação põe em confronto a visão de esquerda do Tiago Franco a a visão libertária do Luís Gomes.
Hoje, fala-se das críticas à defesa de uma solução de pacificação do conflito russo-ucraniano por parte do candidato comunista João Oliveira às eleições europeias, que tem sido apelidada de ‘discurso Miss Universo’ (proposto pelo Tiago Franco), e também da convenção do Partido Libertário dos Estados Unidos (proposto pelo Luís Gomes).
Como terceiro tema, proposto pelo moderador, os resultados das eleições regionais da Madeira, que ficaram marcadas pela ‘saída de cena’ do PCP e do Bloco de Esquerda e pela ascensão de um partido regional, o Juntos Pelo Povo (JPP), que aglutinou a maior parte dos ‘votos de protesto’, atenuando o crescimento do Chega.
Com moderação de Pedro Almeida Vieira, o 18º episódio de O Estrago da Nação põe em confronto a visão de esquerda do Tiago Franco a a visão libertária do Luís Gomes. Hoje, fala-se das cenas de pancadaria em frente à sede do Bloco de Esquerda no decurso de uma acção de campanha do Ergue-te (proposta do Tiago) e, em seguida, sobre as posições da Iniciativa Liberal (proposta do Luís). Antes do terceiro tema (proposto pelo Pedro) – em redor da liberdade de expressão no Parlamento – ainda houve tempo de abordar a visita de Javier Milei a um encontro internacional da direita radical (e o conflito diplomátoco entre Espanha e Argentina) e comentar as declarações do Chefe do Estado-Maior da Armada sobre “morrer onde tivermos de morrer’ se for preciso ‘salvar’ a Europa.
Foi por um formalismo, mas é um caso paradigmático: a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) viu-se obrigada a anular a sua própria deliberação de Fevereiro passado onde acusava o PÁGINA UM de “falta de rigor informativo”, afirmando falsamente que o jornal nem sequer tinha respondido a uma notificação sobre uma das duas queixas formuladas, sob anonimato, pelo pneumologista Filipe Froes – um dos medicos com mais relações comerciais com a indústria farmacêutica. As duas notícias foram publicadas em Maio e Agosto do ano passado, usando informação oficial da Agência Europeia do Medicamento, mas numa altura em que ainda era tabu apelar para uma maior transparência e rigor no conhecimento dos perfis de segurança contra a covid-19. Perante suspeitas de que este e outros processos estejam a ser ser tratados pelo regulador de forma discriminatória ou sem que tenha conhecimento na área em causa para aferir do rigor informativo, o PÁGINA UM tem visto o regulador recusar a identificação dos técnicos envolvidos, razão pela qual seguiu queixa para a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anulou a sua própria deliberação de Fevereiro passado contra o PÁGINA UM por causa da publicação de notícias sobre os efeitos adversos das vacinas contra a covid-19. Aquela deliberação, surgida de duas queixas, sob anonimato, do pneumologista Filipe Froes – um dos médicos portugueses com maiores relações comerciais com a indústria farmacêutica – acusava o jornal de “falta de rigor informativo, sobretudo pela insuficiência na demostração de um nexo de causalidade entre a toma das vacinas e as mortes e na ausência de fontes de informação diversificadas”. Saliente-se que Filipe Froes tem em curso um processo de averiguações em curso, ,as parado há meses, no Infarmed sobre as suas relações com as farmacêuticas.
A razão formal para o Conselho Regulador da ERC anular a sua própria deliberação, aprovada no passado dia 7 de Fevereiro, prende-se com o facto de em uma das queixas de Filipe Froes os serviços deste regulador não ter, por alegado lapso, notificado o director do PÁGINA UM para apresentar defesa. Contudo, no próprio texto da deliberação de Fevereiro diz-se que “segunda participação” tinha sido remetida ao PÁGINA UM, “não tendo respondido”. Ou seja, a ERC assumiu que o PÁGINA UM, que demorara vários dias a investigar os temas sobre os quais escreveu, não respondia por desinteresse.
Note-se que esta anulação enquadra-se também numa contenda que o PÁGINA UM tem tido com a ERC sobre a credibilidade do regulador e dos seus funcionários em analisar o rigor informativo de temas científicos, ainda mais sobre matérias sensíveis ainda não ‘consolidadas’ na comunidade científica. Contudo, até agora, a ERC tem recusado as diligências do PÁGINA UM no sentido de identificar os funcionários do regulador que têm estado envolvidos na análise da queixa, de modo a ter uma melhor percepção dos seus conhecimentos em Ciência para ajuizar da respectiva capacidade de concluírem pela “falta de rigor informativo, sobretudo pela insuficiência na demostração de um nexo de causalidade entre a toma das vacinas e as mortes e na ausência de fontes de informação diversificadas”, como se referiu na deliberação agora anulada.
Hoje, seguiu uma queixa para a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) no sentido de obter um parecer sobre a obrigatoriedade da ERC ceder os documentos onde constem quem tem estado ennvolido na análise das queixas de Filipe Froes e quem foi responsável pela falha que resultou numa deliberação com falsidade e lesiva dos direiros de defesa do PÁGINA UM.
Recorde-se que em causa estão sobretudo dois artigos do PÁGINA UM, publicados em Maio e Agosto do ano passado, que se basearam sobretudo em informação pública registada na base de dados da EudraVigilance, que compila informação individual anonimizada sobre efeitos adversos de medicamentos, incluindo as vacinas contra a covid-19. Essa informação é remetida pelas próprias farmacêuticas ou pelos reguladores dos diversos países que integram o Espaço Económico Europeu, passando assim por um crivo técnico e científico.
Aliás, na primeira das notícias, publicada em Maio do ano passado, intitulada “Efeitos adversos: este ano, há quase nove mortes por dia associadas às vacinas da covid-19 na Europa” destacava-se que “embora a inclusão dos casos letais notificados na EudraVigilance não signifique inapelavelmente que as vacinas sejam a causa de morte, as suspeitas são muito relevantes, tanto mais que, em grande parte das situações, são as próprias farmacêuticas que enviam os registos individuais anonimizados”.
Esse primeiro artigo, além de elencar as mortes associadas na própria Eudravigilance às vacinas contra a covid-19, bem como as reacções adversas totais e graves por marca, criticava a inexistência de dados que permitisse aferir a incidência. O artigo destacava também que “a OMS [Organização Mundial de Saúde] e os mais distintos Governos, incluindo o português, invocam as vacinas contra a covid-19 como o grande contribuidor para que o SARS-CoV-2 se tornasse endémico, menorizando o papel da variante Ómicron e a imunidade natural (dos infectados), mas esquecem de debater um dado sombrio: os efeitos adversos das vacinas”.
Relativamente a esta notícia – sobre a qual o PÁGINA UM teve oportunidade de remeter um vídeo explicativo sobre a consulta da base de dados (que não é sequer referida na deliberação) –, a ERC preferiu até criticar a escolha das fotografias, achando mal que se tivesse colocado o director-geral da Saúde a sorrir.
Já sobre a segunda notícia – a tal cuja mentira dos serviços da ERC levou à sua anulação –, estava em causa um levantamento sobre as mortes súbitas constantes nos registos das reacções adversas das vacinas contra a covid-19. E tinha subjacente sobretudo um apelo, que enobrece o jornalismo: a necessidade de estudar, com transparência, a segurança das vacinas, apresentando exemplo desse debate a ser iniciado na comunidade científica. E, por fim, apresentava um levantamento exaustivo – único na imprensa nacional – à base de dados da EudraVigilance para apurar os casos suspeitos de morte súbita associados às vacinas contra a covid19, porque, enfim, constavam nos registos destes fármacos na base de dados da Agência Europeia do Medicamento.
Na deliberação agora anulada, a ERC até chega a elencar que o artigo em causa usa seis diferentes fontes de informação – não relevando sequer a maior, que é a base de dados – e nem sequer aponta qualquer erro ou manipulação. Porém, enviesa a análise: onde o artigo destaca a necessidade de estudos sobre segurança das vacinas com maior transparência, a ERC olha para isso como um ataque às vacinas. E chega mesmo a dizer que a escolha da fotografia de uma avestruz com a cabeça enfiada na terra “indicia uma conduta em que se deixa de lado qualquer dever de isenção”, esquecendo que um dos papéis fundamentais do jornalismo é exactamente denunciar a inércia e o obscurantismo das autoridades, que são formas de manipulação e de desinfirmação.
Com a anulação da deliberação, o processo iniciado com a queixa do pneumologista Fllipe Froes – que em Fevereiro passado tivera acesso á decisão da ERC em primeira-mão, antes mesmo do PÁGINA UM, divulgando-a nas redes sociais como uma suposta prova de descredibilização do jornal – volta ao início.
O PÁGINA UM vai, por isso, enviar agora à ERC um conjunto de artigos científicos recentes sobre estudos referentes a reacções adversas, que já são agora debatidas livremente. E é bom recordar que existem processos judiciais em curso no Reino Unido sobre reacções adversas, por uma simples razão: um fármaco, mesmo que possa ser favorável a uma determinada doença, não ‘recebe imunidade’ para evitar ver escrutinados os seus efeitos adversos. E mesmo só se pode determinar se são aceitáveis em termos de saúde pública – e saúde individual – se não houver obscurantismo e manipulação. E mais: não é aceitável sequer que jornalistas procurem, contra-a-corrente, aflorar estes temas sejam ‘perseguidos’ por lobistas associados à indústria farmacêutica e por entidades reguladoras que constitucionalmente foram criadas para defender a liberdade de imprensa.
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
Com moderação de Pedro Almeida Vieira, o 17º episódio de O Estrago da Nação põe em confronto a visão de esquerda do Tiago Franco a a visão libertária do Luís Gomes. Hoje, analisa-se os temas em discussão na primeira fase das campanha eleitoral para o Parlamento Europeu (escolha do Luís) e também a violência doméstica (escolha do Tiago). Por fim, debate-se a escolha de Alcochete para a localização do novo aeroporto, um plano ‘velho’.
Com moderação de Pedro Almeida Vieira, o 16º episódio de O Estrago da Nação põe em confronto a visão de esquerda do Tiago Franco a a visão libertária do Luís Gomes. Hoje, analisa-se os ataques no Porto contra magrebinos, sugerido pelo Luís Gomes; depois passa-se para a escolha de políticos como moderadores profissionais nos canais televisivos, a pretexto do novo canal Now – uma sugestão do Tiago Franco. E por fim, depois de uma breve análise da sugestão do ministro Nuno Melo – representante português na Organização do Tratado do ‘Atlético’ Norte (OTAN) – sobre o serviço militar de presos, debate-se o modelo de cobertura noticiosa e os debates políticos no âmbito da campanha das próximas eleições para o Parlamento Europeu.
Regressando de férias, com moderação de Pedro Almeida Vieira, O Estrago da Nação, no seu 15º episódio, põe em confronto a visão de esquerda do Tiago Franco a a visão libertária do Luís Gomes. Hoje, analisam-se os primeiros passos do Governo Montenegro, o estado do país ao fim de 50 anos de democracia e, ainda, as ‘portas giratórias’ entre a comunicação social e a política, a pretexto da ‘viagem’ de Sebastião Bugalho do jornalismo para ‘cabeça de lista’ da AD nas eleições europeias. Ainda houve tempo para comentar as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre as ‘características’ de António Costa e Luís Montenegro.
Uma luta de David contra Golias, ainda mais porque a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) fiscaliza e supervisiona o PÁGINA UM. Perante a recusa do regulador em mostrar os processos de decisão sobre os pedidos de confidencialidade de determinadas empresas de media – que assim ficavam isentos de mostrar contas e indicadores sobre clientes e credores relevantes -, o PÁGINA UM intentou uma acção no Tribunal Administrativo de Lisboa. A ERC foi obrigada por uma sentença de Novembro de 2022 a ser transparente, mas recorreu para a instância superior, chegando mesmo a alegar que o director do PÁGINA UM, mesmo se tivesse direito de acesso, deveria este ser-lhe recusado por alegadamente estar em causa um pedido abusivo. Um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul – simbolicamente concluído na semana das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos (que concedeu direitos reforçados aos jornalistas) – veio porém dar uma forte machadada na política obscurantista do regulador dos media, reiterando a obrigação de ser escrutinada por jornalistas. Este processo de intimação, patrocinado pelos leitores do PÁGINA UM através de donativos ao FUNDO JURÍDICO, iniciou-se em Julho de 2022, e pode ainda não terminar se a ERC decidir ainda gastar mais dinheiro dos contribuintes e recorrer ao Supremo Tribunal Administrativo.
Foi lento, mas mais vale tarde do que nunca. Mais de 21 meses depois da recusa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em disponibilizar ao PÁGINA UM o acesso aos pedidos de empresas de media para lhes ser permitido a confidencialidade de informação e de indicadores financeiros no Portal da Transparência, bem como à respectiva análise, um acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS) dá mais uma machada contra a política de obscurantismo do regulador.
Assinado pelos três desembargadores deste tribunal superior nos dias 24 e 26 de Abril – simbolicamente no dia antes e no dia posterior aos 50 anos do início do regime democrático que concedeu teoricamente liberdade de imprensa e de acesso à informação –, o acórdão reforça uma sentença já emitida em Novembro de 2022 pelo Tribunal Administrativo de Lisboa, mas que não foi acatado pela ERC, que recorreu para o TCAS.
Os argumentos do recurso da ERC são, aliás, completamente arrasados pelos três desembargadores – Marcelo Mendonça, Ricardo Ferreira Leite e Pedro Figueiredo. O regulador tentou argumentar que os pedidos e a respectiva análise numa lei – que, saliente-se, pretende dar transparência à gestão dos media – não estavam abrangidos pela Lei do Acesso aos Documentos Administrativos, pelo que deveriam ser considerados secretos, além de que, segundo o regulador, deveriam ser ouvidas as partes contrainteressadas, ou seja, todas as empresas que fizeram o pedido. Algo que iria eternizar qualquer processo de decisão.
Os desembargadores, contudo, consideraram que os documentos são mesmo administrativos e que um “entendimento diverso obstaria ao princípio da administração aberta, constitucionalmente consagrado”. Também concluíram que “não se vislumbra prejuízo” das empresas de media em que o acesso a essa informação seja concedida.
Aliás, o acórdão é bastante cáustico quanto à interpretação da ERC de que existindo a possibilidade de, arbitrariamente, conceder secretismo a determinada informação, o processo de decisão para tal seja também secreto. Os desembargadores salientam que essa norma da Lei da Transparência dos Media “[não] permite extrapolar que as decisões da ERC de excecionar a publicidade de determinados documentos entregues, repise-se, se encontrem à margem de qualquer escrutínio, e em particular do regime de acesso à informação administrativa”.
Mas o regulador, não satisfeito em tentar interpretações abusivas dos diplomas legais para impedir o acesso a informação relevante por um órgão de comunicação social, ainda alegou que o pedido do PÁGINA UM, mesmo se fosse legítimo, “não poderia ser exercido de forma abusiva”, e como tal deveria ser recusado o acesso.
“Novamente não se alcança o sustento desta invocação”, salientam a este respeito os três desembargadores, acrescentando que, se a ERC decidiu 101 pedidos de confidencialidade entre 2019 e 2021 – estimando assim que haja 404 documentos administrativos –, “não se vê como se alvitra encontrarmo-nos perante um caso de exercício abusivo do direito de acesso à informação”. Até porque, destacam ainda, “está em causa uma pesquisa necessariamente contextualizada, cingindo-se aos pedidos de confidencialidade, com a necessária limitação temporal”, além de que “os pedidos formulados pelo recorrido não implicam a criação ou adaptação de documentos, sendo certo que a entidade recorrente [ERC] nada concretiza quanto a este excesso, nem o mesmo se afigura notório quanto ao acesso a cerca de 404 documentos”.
Apesar desta decisão demolidora para os argumentos da ERC, o regulador agora dirigido por Helena Sousa pode ainda recorrer para o Supremo Tribunal Administrativo ou proceder ao expurgo abusivo de alegada informação comercial – o que obrigaria a uma execução de sentença, um expediente moroso e oneroso.
Recorde-se que aquilo que está em causa é uma excepção absurda, mas aproveitada nos últimos anos, de isentar determinadas empresas de media de cumprirem os princípios da Lei da Transparência dos Media, que estipula a obrigatoriedade de comunicar à ERC a informação relativa aos principais fluxos financeiros daquelas entidades (com contabilidade organizada). Esta obrigação deveria, por lei, incluir “a relação das pessoas individuais ou coletivas que tenham, por qualquer meio, individualmente contribuído em, pelo menos, mais de 10% para os rendimentos apurados nas contas de cada uma daquelas entidades ou que sejam titulares de créditos suscetíveis de lhes atribuir uma influência relevante sobre a empresa”, mas em “termos a definir no regulamento da ERC”.
Efectivamente, a ERC criaria um regulamento em Outubro de 2020, onde, além de estabelecer a obrigação do envio do relatório anual de governo societário (RGS), concedia excepções arbitrárias que, na prática, destruíam o princípio da transparência. Com efeito, no artigo 8º do regulamento – que não teve de passar pela Assembleia da República – refere-se que “atendendo à sensibilidade e ao caráter sigiloso de alguns dados solicitados, as entidades poderão solicitar à ERC a aplicação do regime de exceção”.
Em 6 de Julho passado, no decurso de um pedido de confidencialidade da TVI S.A. – empresa detentora da TVI e da CNN Portugal –, que o PÁGINA UM noticiou em primeira mão, a ERC não quis identificar quais as outras empresas que solicitaram igual tratamento.
O regulador adiantou então apenas que “os pedidos podem incidir sobre informação muito específica ou cumulativamente sobre vários elementos comunicados em cumprimento das obrigações legais da transparência”, acrescentando ainda que “os requerentes invocam, genericamente, (…) a sensibilidade dos dados e antecipam impactos negativos resultantes da sua divulgação, relacionados com estratégias de negócio, estruturas de receitas e a sustentabilidade económico-financeira do meio, em particular em mercados locais.”
A PÁGINA UM decidiu então em finais de 2022 solicitar formalmente mais informação à ERC sobre os pedidos de confidencialidade. Segundo o regulador, no quinquénio 2017-2021, mais de três quartos dos pedidos de confidencialidade (77%) tinham sido indeferidos pelo Conselho Regulador, “que entendeu que os argumentos apresentados não justificavam a não disponibilização da informação”.
Perto de 12% dos pedidos tinham sido deferidos, “salientando-se que uma parte incidia sobre uma informação muito específica, como a percentagem que representa um cliente relevante”. Em perto de 11% das situações o Conselho Regulador concedeu deferimento parcial. No entanto, nessa altura nem sequer se sabia o número absoluto que esses 23% representavam nem que dados ficaram assim escondidos e porquê.
Ao longo dos últimos dois anos, o PÁGINA UM tem sistematicamente falhas graves na gestão do Portal da Transparência dos Media, designadamente com omissões ou informação falsa na base de dados, designadamente informação errada sobre clientes, detentores do passivos e outras falhas nos indicadores financeiros, onde não constavam, por exemplo, dívidas à Autoridade Tributária e Aduaneira. Exemplos dessas falhas foram reveladas para a Global Media – dona do Diário de Notícias e Jornal de Notícias –, a Trust in News – dona da Visão -, a Inevitável e Fundamental – dona do Polígrafo -, Observador on Time – dona do Observador – e a Parem as Máquinas – dona do Tal&Qual.
Num caso absurdo relacionado com a atribuição de confidencialidade sobre informação da IURD – onde, na sua deliberação, a ERC recusava revelar a que indicadores diziam respeito, embora mantivesse os dados financeiros omissos no Portal da Transparência dos Media -, o regulador chegou a apresentar uma queixa à Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) contra o director do PÁGINA UM. O Secretariado desta entidade liderada pela jornalista Licínia Girão decidiu então instaurar um processo disciplinar, que viria entretanto a ser arquivado.
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.