Etiqueta: Destaque Opinião

  • Será sensato a Justiça expulsar os jornalistas das audiências?

    Será sensato a Justiça expulsar os jornalistas das audiências?


    Neste nono episódio de A Corja Maldita, abordamos o cerceamento da liberdade de imprensa no julgamento do homicídio da grávida da Murtosa, cuja exclusão dos jornalistas foi justificada com o argumento de “garantir o rigor da informação”.

    Será esta uma decisão sensata ou grave num Estado de Direito? Mas não terá sido o próprio jornalismo, tantas vezes submisso, sensacionalista e desinteressado do essencial, a criar as condições para este afastamento? Um debate acalorado, tão acalorado que a moderação acabou por ser pouca…

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    A Corja Maldita, o podcast que retira o verniz à Justiça portuguesa. Vozes, sem medo num país em surdina, que expõem abusos, desmontam rituais e denunciam os silêncios coniventes da Justiça, com factos, nomes e a coragem que falta ao comentário instituído.

    • Pedro Almeida Vieira, director do PÁGiNA UM e jornalista de investigação, num papel sobretudo de ‘moderação’ (ou ‘incitamento’)

    • João De Sousa, consultor forense e ex-inspetor da PJ, conhecedor profundo do sistema com a coragem para o enfrentar;

    • Miguel Santos Pereira, advogado de pensamento livre, crítico do formalismo cego e das ficções que se fazem passar por justiça. Neste espaço, a crítica é frontal e a análise é crua – e a Verdade não pede licença.

  • Médicos: o escândalo do Adicional

    Médicos: o escândalo do Adicional


    “Exclusivo: dermatologista ganhou 400 mil euros por 10 dias de trabalho no maior hospital público do país”. Este título sensacionalista abriu uma autêntica caixa de Pandora, cujos segredos ainda mal começaram a ser revelados. Tudo começou “a propósito de um caso”, mas rapidamente se multiplicaram as denúncias de situações semelhantes, envolvendo alegados abusos de médicos que, contornando o sistema, chegam a auferir entre 20 e 30 mil euros por mês.

    Os médicos envolvidos nestes “esquemas”, a confirmarem-se as acusações, terão usado o chamado Adicional para benefício próprio. Se assim for, não merecem comiseração. Mas para compreender o verdadeiro problema, convém olhar para a floresta e não apenas para a árvore.

    O Programa Adicional foi criado com o objectivo de reduzir as listas de espera — particularmente em especialidades com maior atraso, como a oftalmologia e a ortopedia — oferecendo incentivos financeiros para trabalho fora do horário habitual.

    Na prática, e sob orientação do Ministério da Saúde, as administrações hospitalares industrializaram o Adicional. Os blocos operatórios passaram a funcionar para lá do horário normal, incluindo sábados e domingos. O horário habitual manteve-se pouco produtivo, enquanto os turnos extra se transformaram em verdadeiras linhas de montagem. Para tal, seleccionam-se os casos mais simples e rápidos, maximizando a produção (e a facturação). Sem esta “desnatação”, os resultados impressionantes seriam impossíveis.

    Quem beneficia? Não são apenas os médicos. Enfermeiros, técnicos, auxiliares — todos recebem remuneração adicional. As administrações hospitalares asseguram financiamentos extra e os fornecedores de consumíveis registam aumentos consideráveis nas vendas.

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    Quando se operam 30 cataratas, compram-se 30 lentes intraoculares. Quando se realizam 6 próteses da anca, adquirem-se seis próteses. Quando se corrigem 12 hérnias com recurso a redes protésicas, estas têm de ser compradas.

    Segundo estimativas actuais, o custo médio de uma lente intraocular ronda os 950 euros, enquanto o de uma prótese total da anca varia entre 1.200 e 4.000 euros. Se, num domingo tranquilo, um hospital distrital realizar 30 cirurgias às cataratas e 6 próteses totais da anca, o SNS despende cerca de 40 mil euros apenas em próteses (28.500 euros em lentes e 12.000 euros em próteses da anca, a um valor médio de 2.000 euros).

    Um serviço de oftalmologia bem ‘adicionalizado’ pode gerar mais de 3 milhões de euros por ano só para o fornecedor de lentes. Imaginem as pressões que os administradores — pobrezinhos — devem sofrer para “adicionalizar” ao máximo… e até o próprio Ministério.

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    O leitor incauto questionará: «Mas não é importante tratar os doentes?». Sem dúvida. Mas vejamos os números de cirurgias às cataratas por 100.000 habitantes, segundo dados de 2022:

    • Portugal – 1.273
    • Bélgica – 950
    • Finlândia – 900
    • Dinamarca – 850
    • Países Baixos – 800
    • Hungria – 480

    É legítimo perguntar: estamos realmente a responder a uma necessidade ou a alimentar uma máquina?

    Disse, no início, que o caso dos 400 mil euros abriu uma caixa de Pandora — e é verdade. Mas não devemos esquecer que, segundo a lenda, o último item na caixa é a esperança. E é por acreditarmos que as coisas podem melhorar, que elas se mantêm em movimento.

  • O Fado, o VAR e os queixumes do Enes

    O Fado, o VAR e os queixumes do Enes


    Trazem-lhes os deuses — ou talvez tenha sido o Fado, essa entidade fatalista e caprichosa — a triste sina de nascerem com o coração tingido de verde e um irracional afecto por um felino de juba, mais talhado para rugir em peluches infantis do que para caçar campeonatos. Refiro-me, pois claro, aos sportinguistas, essa confraria de sofredores que, desde os tempos do senhor Salazar (e vá lá saber-se se não desde o domínio filipino), vagueiam pelo mundo a carpir mágoas de um presumido martírio futebolístico.

    Dizem-se vítimas de roubos. Mas não de carteiristas comuns — não, nada disso. Falam de assaltos metafísicos, conjuras cósmicas, espoliações transcendentes que transformam cada árbitro num Torquemada e cada fora-de-jogo num auto-de-fé. Gritam que lhes tiram campeonatos a ladro, como quem clama que o Olimpo lhes manda pragas. Só que, curiosamente, os roubos só ocorrem quando perdem. Se ganham, foi justiça divina.

    Ora, desde que apareceu o VAR, esperava-se que esses lamentos ancestrais fossem metidos num armário, junto com as faixas de campeão de 1982 e os cartazes do Balakov. Mas não. Agora que têm um olho extra em cada canto do campo, os sportinguistas passaram a desconfiar é do próprio VAR — acusando-o de ser um cíclope manhoso, a ver só para um lado. Aquiles, com o seu calcanhar exposto, queixava-se menos.

    E lá tenho andado com o Carlos Enes, bom camarada de ofício, sportinguista de pergaminhos, daqueles que faz da auto-comiseração um desporto paralelo. Nestes últimos dois anos, o Enes tem vivido num estado de euforia comedido — ganhando títulos atrás de títulos como quem apanha cerejas, sempre a medo de que o árbitro apareça a cobrar IVA desportivo no fim da partida.

    Pois bem, a caminho do Jamor para assistir à final da Taça, lá vinha o Enes no seu modo habitual: voz grave, semblante carregado, como um oráculo de Delfos depois de três cafés. “O VAR é o Tiago Martins”, murmurava ele com a solenidade de quem anuncia um eclipse total. “Está encomendado. Vai ser entregue ao Benfica de bandeja.” Ora, o Tiago Martins — e confirma-se, era mesmo ele — não é propriamente nome de quem inspire, nos sportinguistas, confiança. Diziam-me. Mas adiante. Eu já tinha ouvido história semelhante com o João Pinheiro, que afinal me saiu um João Pinacácia há duas semanas.

    Chegados ao Jamor, sol a prumo e cachecóis ao vento, o jogo começou com aquele nervoso próprio das finais em que há muito mais em jogo do que um troféu: há honra, há vingança, há memes por fazer. E o que vi em campo foi isto: um Benfica personalizado, bem organizado e, surpresa das surpresas, prejudicado em lances capitais — todos com a assinatura silenciosa do senhor do VAR, sim, esse mesmo: o Tiago Martins, o furta-leões.

    Corria o minuto 11 da final da Taça de Portugal, quando Luís Godinho, árbitro da partida, assinalou aquilo que, à primeira vista e aos olhos do comum mortal, parecia ser um penálti inequívoco a favor do Benfica. Bruma remata, Gonçalo Inácio interpõe-se com o braço esquerdo — e o apito soa como quem marca um destino. O gesto do árbitro parecia selar o castigo máximo, daqueles que em finais se escreve com letras maiúsculas e se discute nos cafés durante semanas.

    Mas não. As musas do Jamor, que agora têm nome técnico — VAR —, intervieram. E quem o árbitro Godinho ouviu no auricular foi o senhor Tiago Martins, homem de bastidores e ecrãs, daqueles que só existem verdadeiramente quando o jogo pára. A decisão foi revertida: antes de Bruma rematar, muito antes de Inácio meter o braço onde não devia, já tudo estava manchado pelo pecado original — um fora-de-jogo de Kökçü, que recebera a bola do flanco esquerdo em posição irregular. Sem o VAR que pilha leões, o Benfica teria inaugurado o marcador.

    Minuto 19. Dahl, veloz e ousado, entra na área do Sporting e cai. O árbitro, célere no gesto e firme no juízo, levanta o braço e castiga o benfiquista com cartão amarelo por simulação. Mas, como convém nestes tempos de escrutínio digital, o VAR deveria ter acordado para rever o lance com olhos de lince, porque parece mesmo — nas imagens — que Hjulmand tocou no pé de Dahl. Mas o VAR, qual dorminhoco numa tarde primaveril, não interveio. Nada viu. Afinal, pensei, o Tiago Martins até aprecia os leões.

    Minuto 50. Bruma marca e a nação benfiquista explode de alegria com o segundo golo, que mataria o jogo — por breves instantes, entenda-se. Pois bem, veio o VAR, o tal do senhor Tiago Martins, com o seu bisturi digital, cortar o lance até à raiz e encontrou-se um fóssil de falta na origem da jogada: Carreras terá entrado de pitons sobre o tornozelo de Trincão no acto da recuperação da bola. Um toque, um gesto, uma pisadela do passado — e zás! Golo anulado, falta marcada, cartão amarelo exibido com a elegância de um carimbo notarial.

    Tudo correcto, dizem. Mas ficou legitimado que se pode anular um golo se, algures no processo de construção — talvez numa posse de bola anterior, ou numa jogada que envolva uma troca de olhares suspeita — se encontrar uma falta esquecida, omissa ou até metafísica. E o Carlos Enes a queixar-se do Tiago Martins…

    Minuto 90+5. O jogo já vivia os seus estertores finais. O desespero leva Matheus Reis — talvez possuído por algum espírito guerreiro das estepes — a encerrar a tarde com um gesto digno de arte marcial. O benfiquista Belotti, caído no chão, pôs-se a jeito de servir de almofada ao pé esquerdo do brasileiro, que desceu com zelo e pontaria sobre a cabeça do adversário. Apagam-se cigarros com pisadelas mais suaves.

    Conduta violenta? Evidente. Lance de cartão vermelho? Óbvio. Intervenção do VAR? Pois… aí entra o mistério. O nosso querido vídeo-árbitro, tão atento às solas de Carreras e às sobrancelhas de Kökçü em fora-de-jogo milimétrico, entrou aqui em modo contemplativo — talvez em meditação transcendental.

    Nem um sussurro no auricular. Nada. Tiago Martins em silêncio sepulcral, como quem contempla o pôr-do-sol em paz interior.

    Se calhar, Matheus Reis pisou a cabeça do adversário com força insuficiente para activar os sensores do VAR. Ou talvez o protocolo não preveja agressões à cabeça se forem em tempo de descontos e em estilo zen.

    Depois disto, que resta mais para escrever? Que foi bonita a festa do Jamor? Que o Lage vai dar uma curva? Que o Rui Costa vai de vela? Que o Benfica deve procurar construir uma equipa decente? Que o Carlos Enes nunca mais invocará o VAR em vão?

  • Crime e milagre no Estádio Nacional

    Crime e milagre no Estádio Nacional


    Por felicidade, nesta final não morreu ninguém, embora o Andrea Belotti tivesse passado 25 segundos com o corpo inanimado na relva e o espírito no outro mundo, devido a flagrante homicídio.

    O crime de Matheus Reis, jamais visto num campo de futebol, do pelado do Canelas ao Santiago Bérnabeu do tempo dos galácticos, graças a Deus não foi tolerado no Céu, como jamais o poderá ser na Terra graças ao Conselho de Disciplina. São Pedro mandou o italiano de volta, inteirinho e ressuscitado, para o clube que o contratou.

    O caso precipitou um pedido formal de revisão constitucional, com carácter de urgência, por iniciativa do único associado e simpatizante do Benfica que anda de bem com os resultados.

    Ainda não tenho votos suficientes para a pena de morte, mas a prisão perpétua é tão certa como um penalty do Gyökeres que deve ser imigrante ilegal dar sempre golo.

    O galhardo e mucoso capitão da águia Vitória, mas só às vezes, que nunca por actos ou sequer pensamentos ferrou os dentes ou os pitons nas carnes dos adversários, apresentou na véspera uma proposta para descongestionar o jogo.

    Queremos jogar. Não percam tempo com paragens e faltas.

    Aos 47 minutos, Samuel Dahl — sueco com a situação regularizada na AIMA graças aos bons ofícios do dr. Fernando Seara — desequilibrou-se para cima do Génio Catamo. O antigo árbitro Jorge Coroado viu ali malícia, mas o árbitro vigente, afinal o único que conta para a verdade desportiva, lembrou-se da promessa de Nicolás.

    O juiz alentejano raciocinou como num sonho bem regado debaixo de um chaparro. Um nórdico chamado Samuel, tão branquinho de cara e de calções como o velho Nené ao contrário do Gyökeres, que anda sempre despenteado e de camisola amarrotada pelas manápulas dos defesas nunca iria desrespeitar o capitão e perder tempo com faltinhas.

    Quis foi jogar. Dou golo limpo e só não vou festejar para o topo norte porque neste estádio tenho medo de engenhos pirotécnicos.

    Luís Godinho, logo a seguir, também só vislumbrou a mesma “vontade de jogar” numa rasteira em que o Carreras rasgou as meias às riscas do Trincão, com a pressa de ir tomar banho a tempo de apanhar o primeiro TGV para Madrid. Infelizmente, a tecnologia de fora de jogo, que funciona mal num estádio inaugurado em 1944, com uma premonitória vitória do Sporting sobre o Benfica no prolongamento, arruinou a boa-vontade do árbitro e o plano terapêutico de Rui Costa.

    Reagindo ao sucedido, o maestro atirou o gurosan, o diazepan e a melatonina às pernas do Renato Sanches, e desatou a vazar áudios pela calada da noite.

    — Dez minutos de descontos! Era para o Sporting ganhar!

    De facto, os jogadores do Sporting não precisaram de fazer nada para isso. Bem pelo contrário. Passaram a semana de autocarro descapotável em autocarro descapotável, entre festas e tascas. Comeram tantos petiscos que uma dobradinha não poderia fazer-lhes grande diferença.

    — O Varadas cozinhou isto tudo. E põe a pimenta que quer! 

    Durante a primeira parte, os bicampeões nacionais foram discutindo entre eles o desinteressado discurso do engenheiro Moedas, com palavras escolhidas a dedo para arranharem na garganta do Ricardo Araújo Pereira quando se põe a encher balões só para gozar com a cara ele.

    — Que orgulho estar aqui convosco!  

    Assim enlevados, os defesas leoninos deixaram à vontade os dois turcos e o único Vangelis do Alto dos Moinhos. Respeitosamente, ficaram a admirar de longe as jogadas estudadas entre eles, ao ponto de se tornarem previsíveis, e os potentes pontapés para as nuvens, à procura do Belotti reunido com o São Pedro.

    Depois de sofrerem o golo, os foliões de verde-e-branco mudaram de atitude, mas só para manter as aparências. É certo que mostraram alguma impaciência em levantar os jogadores do Benfica do relvado, mas apenas para os convencer a rematar à baliza de vez em quando.

     — Temos muito orgulho em estar aqui convosco, mas vocês não sabem que até no totoloto é preciso jogar qualquer coisinha?

    Frustradas todas as tentativas de reanimar o adversário, os invencíveis leões acabaram por ser forçados, pelo resultado e pelo protocolo, a escalar as bancadas do Jamor para tirarem “selfies” com o dr. Santana Lopes e um deputado do Chega.

    Meia hora antes, na mesma tribuna, o malogrado presidente encarnado pediu um importante conselho ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que estava manifestamente divertido com a cena.

    Diz-me tu, que ganhaste as legislativas apesar da Spinumviva, como posso eu ser reeleito depois de um central abrir as pernas ao Trincão como fez o António Silva?

  • ポルトガル語 & Anúncio pró-vida (ou anti-aborto) & Segurança Social

    ポルトガル語 & Anúncio pró-vida (ou anti-aborto) & Segurança Social


    Com uma ‘introdução’ em japonês, regressa o Acta Diurna, e no episódio de hoje abordam-se três questões de fundo, com impacto directo na identidade cultural, nos direitos civis e na justiça administrativa:

    1) AICEP e o apagamento da Língua Portuguesa na Expo 2025 Osaka

    A decisão da AICEP de restringir a presença da Língua Portuguesa no pavilhão de Portugal na Expo 2025 a meras legendas em japonês e inglês suscita perplexidade e indignação. Um acto simbólico de subserviência que contraria o dever constitucional de promoção da língua e da cultura nacionais — e que parece traduzir mais uma cedência à lógica do marketing do que à dignidade de um país soberano.

    2) A controvérsia em torno do anúncio anti-aborto de Miguel Milhão na TVI

    O empresário Miguel Milhão financiou um anúncio publicitário, emitido na TVI, com mensagem de promoção da vida e crítica implícita ao aborto. A emissão gerou reacções inflamadas e pedidos de censura. Em debate, estão os limites da liberdade de expressão comercial, a tolerância ideológica e o espaço público mediático: pode um cidadão pagar um anúncio para expressar uma posição legítima, mesmo que incómoda para o pensamento dominante?

    3) A actuação da Segurança Social e a recomendação da Provedoria de Justiça

    A Provedoria de Justiça recomendou uma alteração profunda ao modo como a Segurança Social suspende apoios e subsídios quando detecta irregularidades. Segundo a recomendação, há decisões administrativas tomadas sem base legal clara, sem contraditório e com efeitos devastadores sobre os beneficiários. O problema, mais do que jurídico, é de cultura institucional: presume-se culpa, ignora-se a lei, e age-se por automatismo — com os cidadãos a arcar com o peso de um sistema opaco e punitivo.

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    Inspirado no conceito ancestral de noticiar os factos do dia, o PÁGINA UM decidiu registar a marca Acta Diurna no INPI (não é apenas o Almirante Gouveia e Melo que a usa), com o intuito de lançar um podcast de comentário regular sobre a actualidade e temas que orbitam em torno das nossas abordagens.

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    A Acta Diurna foi, muito provavelmente, o primeiro jornal da História. Criado na Roma Antiga, no ano 59 a.C., por ordem de Júlio César, tratava-se de uma folha de informação pública onde eram registados e divulgados acontecimentos políticos, decisões judiciais, anúncios e até mexericos. Afixada em locais de grande circulação, a Acta Diurna tinha como propósito dar conta do quotidiano, funcionando como um instrumento de transparência – ou, ao que tudo indica, de propaganda e controlo da informação.

    Inspirado neste conceito ancestral de noticiar os factos do dia, o PÁGINA UM decidiu registar a marca Acta Diurna, para lançar um podcast de comentário regular sobre a actualidade e temas que orbitam em torno das abordagens do próprio jornal. Mas não só. Também haverá espaço para outros assuntos que, por diversas circunstâncias acabam por não ser desenvolvidos em formato escrito.

    O Acta Diurna será conduzido por Pedro Almeida Vieira e Elisabete Tavares, podendo contar, pontualmente, com convidados externos que tragam outras perspetivas ao debate. Não é um podcast de entrevistas, é um espaço de análise crítica, com o selo do jornalismo livre do PÁGINA UM.

    O Acta Diurna será um espaço para quem quer pensar além das narrativas dominantes. E o novo episódio já está disponível.

  • O novo Parlamento e a Justiça

    O novo Parlamento e a Justiça


    Neste oitavo episódio de A Corja Maldita, olhamos para o novo Parlamento saído das legislativas de 18 de Maio e perguntamos: que Justiça querem afinal os partidos? Entre a prudência garantística do PS, a gestão tecnocrática do PSD e o populismo punitivo do Chega, discutimos como se traçam hoje as linhas da política judicial em Portugal.

    Falamos de prisões perpétuas inconstitucionais, da retórica da força contra a corrupção, da instrumentalização da justiça e do risco de erosão do Estado de Direito. Um episódio que desmonta as promessas e revela o que realmente está em jogo: uma justiça independente ou uma justiça ao serviço do espectáculo?

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    • João De Sousa, consultor forense e ex-inspetor da PJ, conhecedor profundo do sistema com a coragem para o enfrentar;

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  • Rescaldo & Tesla & Jornalismo publicitário

    Rescaldo & Tesla & Jornalismo publicitário


    Regressa o Acta Diurna, e no episódio de hoje, Pedro Almeida Vieira e Elisabete Tavares abordam três temas:

    1 – O balanço das eleições legislativas, em que se analisam as causas da consolidação e do crescimento do Chega, bem como os ensinamentos a retirar para a esquerda;

    2 – O desaparecimento pré-anunciado da Tesla pela imprensa há três meses, que, afinal, como previsto pelo PÁGINA UM, não passou de uma fake news;

    3 – A contínua degradação da imprensa mainstream, com novos casos de jornalismo que se tem vindo a transformar num veículo de prestação de serviços — não aos leitores, mas a entidades públicas e privadas.

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    O Acta Diurna será conduzido por Pedro Almeida Vieira e Elisabete Tavares, podendo contar, pontualmente, com convidados externos que tragam outras perspetivas ao debate. Não é um podcast de entrevistas, é um espaço de análise crítica, com o selo do jornalismo livre do PÁGINA UM.

    O Acta Diurna será um espaço para quem quer pensar além das narrativas dominantes. E o novo episódio já está disponível.

  • O bicampeão e a espinha na garganta dos favoritos

    O bicampeão e a espinha na garganta dos favoritos


    As sondagens falharam outra vez escandalosamente, em especial a realizada à boca da garganta por Bruno Lage pelo Natal.

    — Chegámos rapidamente ao primeiro lugar, saímos, mas vamos rapidamente lá regressar.

    Saiu-lhe a previsão furada, como torto o remate ao Vangelis do Alto-dos-Moinhos, quando em Braga tentou fazer uma jogada à Gyökeres, que se esforça por imitar nos treinos, no sofá e sabe-se lá onde.

    Se o Correio da Manhã quiser tratar assuntos de verdadeiro interesse, em lugar das eleições no Benfica e no círculo “Fora da Europa”, tenho provas engraçadas e embaraçosas de que o grego anda a fazer-se à irmã gémea da Inês Aguiar.

    —  Joana, υπόσχομαι ότι θα φτιάξω τη μάσκα μόνο για σένα [Eu ponho a máscara só para ti]!

    Cumprindo uma tradição iniciada no ano passado, que vai repetir-se por muitos anos para ser digna desse nome, o Sr. Director do PÁGINA UM e eu assistimos juntos às últimas duas jornadas nos estádios de Carnide e de Alvalade.

    Ainda avariado do apagão da casa dele, o Pedro desta vez decidiu preparar a jornada de véspera. Creiam ou não os leitores, deu a um jornalista tão independente, rigoroso e científico, que até faz inveja à National Geographic e ao New York Times, para perguntar à inteligência artificial se ainda poderia fazer “alguma coisa” para o Benfica ser campeão.

    Como resultado, Pedro Almeida Vieira apresentou-se na bancada de imprensa com a fita verde da credencial ao pescoço e vários amuletos escondidos nos bolsos: uma pata de coelho, duas penas de uma galinha vermelha, que comprou numa agência de viagens da Rua do Benformoso, e três minhocas roubadas à ração da águia Vitória, mas só às vezes.

    Eu, pressentido o perigo, calcei logo de manhã umas meias do Jubas, vesti a minha camisola verde que tem um leão-índio estampado, com cinco cruzes de pentacampeonato, e disse em voz alta, para o cão e os vizinhos, a “Oração à Luz”, poema maravilhoso de Guerra Junqueiro.

    Do lodo à águia, do metal à fera,

    Da fera ao anjo, do covil à cruz,

    Move-se tudo, existe e reverbera

    O Scott, o dr. Varandas, o Paulinho, melhor roupeiro do mundo, as irmãs Aguiar e eu próprio ficámos com a famosa estrelinha, bem alinhada pelos astros celestes.

    —  Que o leão hoje reine na Terra como o Sol no firmamento.

    Já o Di María, pelo contrário, quando levantava a cabeça nos derbies, ficava encandeado, daí nunca na vida dele ter feito um golo ao Sporting.

    — Papa Francisco, ¿por qué me has abandonado?

    Quando cheguei ao estádio, encontrei Beatriz Hjulmand e Duarte Gyökeres de mão dada, muito apaixonados. Nas costas deles eu vi a táctica de Rui Borges, o Mourinho de Mirandela, para rumar em festa pelas tascas recomendadas pelo jornal Expresso.

    O Pote, que é muito ciumento, é que se intrometeu na jogada, com um golo bonito e abençoado, e o passe decisivo para selar o resultado em carta para a eternidade.

    Aquelas trocas de bola despertaram o ponto G da multidão.

    — Gonçalves! Ggggggggggooonçalves! Gyökeres! Ggggggggggyökeeeeres!

    Por falar em G, de garganta, também é o que distingue os treinadores: de umas sai mosca, noutras entra um bicampeonato. Alheira, bacalhau ou passarinho frito, nas tascas finas é sem espinhas.

    — Eu nasci para ganhar.

    Perante a clareza da classificação final, no dia seguinte Pedro Nuno Santos anunciou que é candidato à presidência do Benfica.

    — Todas as sondagens me dão como favorito.

  • Confissões de um bruxo benfiquista relapso

    Confissões de um bruxo benfiquista relapso


    Receio — e é um receio fundado — que esta crónica venha a custar-me a honra, a dignidade e até o número de sócio do Benfica. Não por ter insultado o presidente Rui Costa (ainda não o fiz), nem por duvidar da aptidão do Bruno Lage (isso já fiz, mas com elegância). O meu receio é mais grave, mais íntimo, mais pecaminoso: receio ser acusado de infidelidade mística ao Glorioso e, pior ainda, de ter facilitado, por omissão bruxuleante, o campeonato ao Sporting Clube de Portugal.

    Logo eu, que me preparo para ser condecorado com o Emblema de Prata por 25 anos de filiação ininterrupta — e, mais importante ainda, de paciência estoica. Fiz-me sócio em 2001, no dia em que Vale e Azevedo perdeu as eleições. Julguei, ingénuo, que não seria possível descer mais fundo do que aquilo. Ora, como bem sabe qualquer benfiquista com memória de pardal (como a maioria dos nossos comentadores televisivos), o Benfica consegue sempre surpreender-nos — nem que seja para pior.

    Mas o que agora confesso, com a solenidade de um herege prestes a ser excomungado, é que no passado sábado fui assistir à última jornada do campeonato ao Estádio de Alvalade, em vez de rumar à Pedreira de Braga, onde o Benfica haveria de tropeçar de cabeça na rocha minhota. Sim, estive entre os leões. E não, não fui, como devia, em missão de espionagem, sabotagem ou infiltrado benemérito. Fui por puro desleixo espiritual. E o mais grave: não usei os meus poderes.

    Sim, caros leitores. Para quem não sabe — e há sempre quem ignore o que importa — detenho conhecimentos discretos, mas eficazes, de bruxaria, via literária, adquiridos desde quando escrevi, há mais de duas décadas, Nove Mil Passos, romance em que, a páginas tantas, a estalajadeira Serafina tentou, com mais alma do que êxito, enfeitiçar o seu amado Custódio Vieira, mestre das águas do Aqueduto das Águas Livres. Se o feitiço não resultou no amor, resultou em experiência — e nisso, como nos desarmes do Aursnes e nos cruzamentos do Di María (quando lhe dá para isso), já é muito.

    Se a Serafina ficou pela tentativa, eu fui mais longe: nas minhas lides literárias, criei relações directas e cordiais com o próprio Diabo, que se prestou, em pessoa (se é que tem pessoa), a ser o narrador de dois dos meus romances: O Profeta do Castigo Divino e Corja Maldita. Ora, não sendo o Demo dado ao futebol — prefere desportos mais sanguinários como a política partidária ou a gestão hospitalar —, não deixa de prestar auxílio quando chamado. Porém, não o chamei. Usei um sucedâneo.

    Ora, o sucedâneo chama-se Mafarrico, e não é mais do que uma persona personalizada, literária e demoníaca, que criei e treino no ChatGPT. Na verdade, não se trata de um simples diabrete, mas sim de Mafarrico Leopold August von Eichenberg Montpensier, um ente de nobre linhagem com quem me divirto em tertúlias literárias e com quem troco ideias criativas.

    Se quisermos humanizar o inumanamente elegante, com ele troco ideias criativas, encontro sinónimos ou metáforas rebeldes, elimino ‘brancas’ e esquecimentos — e, não menos importante, discuto estratégias metafísicas para influenciar resultados desportivos, dentro dos limites da decência e fora da jurisdição da UEFA. Foi, pois, a ele que me dirigi na passada quinta-feira, implorando — sem falsa modéstia — bruxedos benignos, exorcismos pontuais, pequenos sortilégios de ocasião. Coisas leves. Nada que envolvesse sangue de virgem ou pactos de corrupção.

    E o bom do Mafarrico — sempre solícito — lá me expôs o seu rol de receitas: sugeriu-me, em primeiro lugar, virar uma vela verde ao contrário e mergulhá-la num copo de vinagre, como forma simbólica de cortar a sorte leonina com a acidez própria dos destinos contrariados; depois, recomendou-me a construção de um leão de papel com patas de galinha — escárnio zoológico eficaz —, para ser estrategicamente escondido debaixo da cadeira onde assistiria ao jogo, de modo a retirar bravura à fera e incutir-lhe a cobardia penugenta do galináceo.

    A seguir, propôs que escrevesse “Guimarães campeão” sete vezes num papel preto — o número não era acaso, claro está — e que o queimasse com mirra, espalhando depois as cinzas sobre um cachecol do Sporting, para ungir os minhotos com um fervor sagrado. Por fim, aconselhou que pendurasse um cacho de uvas verdes, virado ao contrário, dentro do elevador de acesso à bancada da imprensa: símbolo de queda iminente e de que os frutos da glória sportinguista ainda estavam por amadurecer.

    Receitas simples, eficazes, isentas de crime e de pecado mortal, embora talvez roçando a venialidade supersticiosa. Ora, mas fiz eu alguma destas coisas? Não fiz!

    E porquê? Por cobardia? Por esquecimento? Não, pior: por vaidade faústica. Tive receio de que, ao usar tais meios, acabasse como o bom do Fausto — enriquecido de poderes, mas depois arrastado para o Inferno com cláusulas que não lera em letra pequenina. O Diabo, como sabemos, tem um excelente advogado. E eu não queria acabar, por uma vitória no campeonato, condenado a escrever crónicas de opinião política para a CNN Portugal ou, pior ainda, para o Público.

    E assim me abstive. Não invoquei o Diabo, não acendi velas, não queimei papéis, não inverti uvas. Fui incompetente. Fui pusilânime. E por minha culpa — minha tão grande culpa — o Sporting foi campeão e o Benfica tropeçou na Pedreira como quem escorrega numa casca de banana do Lidl.

    Não venham agora dizer que foi o Pote ou o Gyökeres por terem marcado contra o Guimarães na segunda parte. Não me falem da incompetência do Pavlidis ou do Bruno Lage, ou das tibiezas do António Silva. Não culpem os empates e as derrotas ridículas. A culpa foi minha!

    Tive ao meu dispor um arsenal de mezinhas, simpatias e sortilégios de primeira linha e nada fiz. E por isso me penitencio. E por isso escrevo esta crónica, à laia de confissão pública, para que saibam todos — sobretudo os benfiquistas de coração — que o Diabo me perdoe, mas fui fraco.

    Se me quiserem agora expulsar de sócio, que o façam. Farei como Dante: descerei ao Inferno e regressarei mais forte. Porque já prometi ao Mafarrico, ao verdadeiro, que no próximo domingo no Jamor não falharei. Se for preciso, vendo a alma por aquele caneco. Ou melhor: alugo-a, com cláusula de recompra, desde que o Benfica vença.

    Porque uma Taça é uma Taça. E eu, penitente ou não, já sou do tempo em que o Benfica ganhava sempre — mesmo quando jogava mal.

  • Advocacia portuguesa: orgulhosos e impreparados?

    Advocacia portuguesa: orgulhosos e impreparados?


    Neste sétimo episódio de A Corja Maldita aborda-se o estado da advocacia portuguesa, se se trata de uma classe orgulhosa e fechada, que recusa a multidisciplinariedade e despreza o saber científico fora do Direito.

    Fala-se também se os advogados são ou não capazes de trabalhar em rede, ou se estão agarrados ao formalismo, incapazes de acompanhar um mundo onde a Ciência, a Tecnologia e a prova concreta já não são opcionais.

    E haverá o cuidado da Justiça portuguesa em precaver erros ou insuficiência de defesa por parte dos advogados de defesa?

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    A Corja Maldita, o podcast que retira o verniz à Justiça portuguesa. Vozes, sem medo num país em surdina, que expõem abusos, desmontam rituais e denunciam os silêncios coniventes da Justiça, com factos, nomes e a coragem que falta ao comentário instituído.

    • Pedro Almeida Vieira, director do PÁGiNA UM e jornalista de investigação, num papel sobretudo de ‘moderação’ (ou ‘incitamento’)

    • João De Sousa, consultor forense e ex-inspetor da PJ, conhecedor profundo do sistema com a coragem para o enfrentar;

    • Miguel Santos Pereira, advogado de pensamento livre, crítico do formalismo cego e das ficções que se fazem passar por justiça. Neste espaço, a crítica é frontal e a análise é crua – e a Verdade não pede licença.