Na primeira sessão de BIBLIOTECA DO PÁGINA UM, Pedro Almeida Vieira juntou os escritores brasileiros Victor Vidal (Prémio Leya 2023) e Stênio Gardel (Man Book Award 2023 para obra traduzida) para uma conversa sobre livros e o papel dos construtores de palavras.
Victor Vidal e Stênio Gardel vivem a uma distância superior à distância entre Lisboa e Amesterdão, mas são ambos brasileiros: o primeiro, vive no Rio de Janeiro; o segundo, em Limoeiro do Norte, no interior do Estado do Ceará. E ambos são escritores – aliás, escritores premiados, e logo ao primeiro romance. Victor Vidal recebe hoje, aos 33 anos, o Prémio Leya 2023 pelo seu romance ‘Não há pássaros aqui‘, enquanto Stênio Gardel, aos 43 anos, vê o seu romance ‘A palavra que resta‘, editado originalmente em 2021, ser agora publicado em Portugal, depois de ter vencido o Man Book Award em Novembro passado.
Stênio Gardel (em primeiro plano) e Victor Vidal, na Livraria Buchholz, em Lisboa, durante a conversa com Pedro Almeida Vieira.
Nesta primeira sessão de ‘A Biblioteca do Página Um”, Pedro Almeida Vieira conversa com estes dois escritores brasileiros – que não se conheciam até se cruzarem pela primeira vez em Lisboa – sobre a diversidade (e dificuldades) da língua portuguesa, sobre aquilo que faz alguém escrever um romance, sobre os desafios do segundo romance (depois de se começar no topo), sobre o papel social dos romancistas. E, claro, sobre a situação do Brasil – e do medo da violência.
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Advogado e ex-deputado do PCP, João Oliveira, de 44 anos, é o cabeça de lista da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta o Partido Comunista Português (PCP) e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV), nas eleições para o Parlamento Europeu. Em entrevista ao PÁGINA UM, o membro da Comissão Política do Comité Central do PCP criticou o facto de a União Europeia estar a servir, sobretudo, os interesses das multinacionais, incluindo nas suas políticas agrícolas e ambientais. Por outro lado, considera que a alternativa ao crescimento da extrema-direita e do populismo não são o federalismo nem o neoliberalismo, já que “convivem” bem entre si e convergem em diversas matérias. Esta é a 14ª (e última) entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
Estas eleições para o Parlamento Europeu representam uma batalha pela defesa da democracia na União Europeia. Este é o aviso deixado por João Oliveira, cabeça-de-lista da Coligação Democrática Unitária (CDU), que reúne o PCP e o Partido Ecologista Os Verdes (PEV). Em entrevista ao PÁGINA UM, o ex-deputado do PCP adiantou que a alternativa face às ascensão da extrema-direita e do populismo na Europa não é o federalismo nem o neoliberalismo, porque convergem em vários temas.
“O Pacto para as Migrações, que foi aprovado com esse amplo consenso entre todas essas forças políticas, é talvez o melhor exemplo da forma como os socialistas, populares europeus, liberais e extrema-direita convivem todos e se articulam entre si”, disse o candidato da CDU.
“Nenhum partido da extrema-direita põe em causa os interesses das grandes multinacionais, nenhum partido da extrema-direita põe em causa ou neoliberalismo. Isso corresponde a uma identificação de políticas e, não é por acaso, que a senhora Ursula von der Leyen [presidente da Comissão Europeia], que pertence ao Partido Popular Europeu, à família politica do PSD e do CDS em Portugal, não deixa de ter entendimentos com os liberais, com os socialistas, e inclusivamente com a extrema-direita”, apontou.
João Oliveira, cabeça-de-lista da CDU (PCP-PEV) nas eleições para o Parlamento Europeu. (Foto: D.R.)
Por isso, João Oliveira acredita que a CDU vai alcançar “bons resultados” nestas eleições europeias. Recorde-se que, nas eleições para o Parlamento Europeu de 2019, a CDU elegeu dois eurodeputados: João Ferreira e Sandra Pereira.
Para João Oliveira, o crescimento “de forças reaccionárias” na Europa “tornam esta batalha eleitoral numa batalha pela democracia” e “também na dimensão económica, social e cultural”.
Defendeu que o “verdadeiro desafio” que os europeus enfrentam é o rompimento “destas políticas de favorecimento das grandes empresas, das multinacionais, dos grandes grupos económicos e financeiros os quais a União Europeia serve”. Destacou que a CDU defende “a construção de uma Europa dos trabalhadores e dos povos”, mais “orientada para melhorar as condições de vida dos povos, garantir justiça social, garantir o progresso e desenvolvimento dos países”.
João Oliveira (ao centro), Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP (à direita), e Mariana Silva, porta-voz do Partidos Ecologista Os Verdes (à esquerda). (Foto: D.R.)
O candidato da CDU também defendeu que a soberania de Portugal deve ser respeitada, com as decisões a estarem mais colocadas nas mãos dos portugueses, incluindo na política monetária e relações externas com outros países, mas não só. “É incompreensível que o caminho que esteja a ser apontado para a União Europeia na saúde seja o de concentrar ainda mais poder nas instituições europeias, para satisfazer as grandes farmacêuticas e as grandes multinacionais dos medicamentos e dos grupos económicos que fazem o negócio com a doença”, lamentou.
Também na defesa do ambiente, frisou que existem vários exemplos “em que nós verificamos os grandes interesses económicos que estão em jogo e que determinam muitas das decisões políticas, desconsiderando as questões ambientais”. Neste tema, a CDU defende que “a resposta aos problemas ambientais esteja articulada com a resposta aos problemas económicos e sociais, e em que o ambiente se defenda, em vez de ser comprado e vendido” e usado como pretexto para criar fortunas e novos negócios.
Esta é a 14ª (e derradeira) entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
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Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, a coligação Aliança Democrática (AD), do PSD e do CDS-PP, foi convidada a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Sebastião Bugalho, de 28 anos, número um da lista da AD nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a terceira ausência no meio de 13 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao PS, e aproveita para divulgar as 13 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
Em 2019, integrou as listas do CDS-PP nas eleições legislativas, como independente, não sendo eleito. Agora, o ex-jornalista e comentador televisivo Sebastião Bugalho, de 28 anos, foi o escolhido para cabeça-de-lista da coligação Aliança Democrática (AD), do PSD e do CDS-PP nas eleições para o Parlamento Europeu. A nomeação de Bugalho causou surpresa e dividiu opiniões. Nas eleições europeias de 2019, o PSD elegeu 6 eurodeputados e o CDS-PP apenas um.
Sebastião Bugalho, cabeça-de-lista da Aliança Democrática às eleições europeias. (Foto: D.R.)
Perante a indisponibilidade do candidato da AD, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 13 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
Manuel Carreira, MPT-Partido da Terra
Rui Fonseca e Castro, Ergue-te
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Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, o Partido Socialista (PS) foi convidado a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Marta Temido, de 50 anos, número um da lista do PS nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a segunda ausência no meio de 13 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao PS, e aproveita para divulgar as 13 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
A antiga ministra da Saúde do governo de António Costa, Marta Temido, de 50 anos, foi a escolhida para cabeça-de-lista do Partido Socialista (PS) nas eleições para o Parlamento Europeu. Com um doutoramento em Políticas de Saúde, a antiga administradora hospitalar e actual deputada do PS irá em breve passar a ser eurodeputada. Nas europeias de 2019, o PS elegeu nove deputados para o Parlamento Europeu.
A presidente da concelhia do PS de Lisboa ficou mais conhecida pelo facto de ser ministra aquando da pandemia de covid-19, período que foi presença assídua nas televisões e na imprensa, em geral. Apesar dos media e alguns comentadores classificarem como um “sucesso” a gestão da pandemia em Portugal, os dados mostram uma realidade diferente, incluindo o nível de mortalidade em excesso em valores máximos e os efeitos drásticos nas crianças e jovens, nas empresas, nas famílias e na economia. Ao contrário, na Suécia, o país seguiu o protocolo habitual, mantendo escolas e negócios abertos, em geral, e a sociedade a funcionar normalmente, sem uso de máscara nem confinamentos, com pequenas exceções. Os resultados foram um nível de mortalidade em excesso residual, crianças e jovens mais saudáveis e sem perdas nos estudos, e uma economia menos penalizada.
Marta Temido, cabeça-de-lista do PS às eleições europeias. (Foto: D.R.)
Perante a indisponibilidade da candidata do PS, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 13 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
Manuel Carreira, MPT-Partido da Terra
Rui Fonseca e Castro, Ergue-te
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Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
O advogado Rui Fonseca e Castro, de 50 anos, é o cabeça-de-lista do partido Ergue-te nas eleições para o Parlamento Europeu. É também o presidente da Associação Habeas Corpus, a qual fundou em 2021. O antigo juíz ficou conhecido pelo seu activismo durante a pandemia de covid-19 contra as medidas impostas em Portugal, e que o levou à expulsão pelo Conselho Superior da Magistratura. Numa entrevista polémica ao PÁGINA UM, enquadrada na série de conversas com as forças partidárias (reconhecidas pelo Tribunal Constitucional) que concorrem às Europeias, o cabeça-de-lista do partido nacionalista e de extrema-direita acusa a existência de uma transferência de soberania para o exterior lamentando a perda da noção de patriotismo de outros tempos. Esta é a 13ª entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
Portugal tem vindo a perder soberania para entidades supranacionais e está a ser atacado e destruído por dentro. Este é o retrato que Rui Fonseca e Castro, cabeça-de-lista do Ergue-te, faz da actual situação do país.
“Estamos num país ocupado por um regime que é inimigo dos portugueses”, disse o candidato daquele partido nacionalista em entrevista ao PÁGINA UM. E lamentou que “hoje em dia, a noção de patriotismo é [saber] se a Selecção ganha ou perde”.
Segundo este advogado, que esteve envolvido num mediático processo de expulsão de juiz pelo Conselho Superior da Magistratura, hoje, “o Estado funciona como um extractor de riqueza”, que transfere dinheiro dos contribuintes para as “elites”, sem a população ter noção daquilo que se passa. E exemplifica: “Para a maioria das pessoas as vacinas foram gratuitas”.
Rui Castro, cabeça-de-lista do partido Ergue-te nas eleições para o Parlamento Europeu. (Foto: PÁGINA UM)
Rui Fonseca e Castro defendeu também que “precisamos desenvolver o nosso sector produtivo, a nossa indústria”, para que a economia cresça, mas defendeu que, para isso, há que acabar com proibição de uso de energia, referindo-se às medidas que visam acabar com o recurso a fontes de energia fósseis.
Sobre a imigração, o cabeça-de-lista do Ergue-te disse que é contra a abertura do país a imigrantes não europeus e avisou que não haverá integração dos migrantes que têm entrado em Portugal. “Defendo posições discriminatórias com base na nacionalidade portuguesa, em Portugal”, disse o candidato. “Portugal é a nossa casa e na nossa casa deixamos entrar quem nós queremos”, afirmou.
Falando sobre o seu futuro na política, Rui Fonseca e Castro disse que esta sua candidatura é um primeiro passo e pretende continuar. “Não estou, neste momento, filiado no Ergue-te e, por minha vontade, sim [prosseguia a sua actividade na política]”, afirmou
(Foto: PÁGINA UM)
Caso seja eleito como eurodeputado, Rui Fonseca e Castro garantiu que o Parlamento Europeu ficará mais animado. “Em primeiro lugar, iria imprimir o meu estilo no Parlamento Europeu. Ficaria mais animado não ficaria tão monótono”, afirmou.
Para o candidato do Ergue-te, existem muitos dogmas no Parlamento Europeu, uma lógica “de pensamento único em que se discute sem contestar dos dogmas”.
Nesta entrevista, o cabeça-de-lista do Ergue-te também deixou, a sua perspectiva sobre um recente incidente ocorrido junto à sede do Bloco de Esquerda, em Lisboa, durante uma acção de campanha.
Esta é a 13ª entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
PÁGINA UM – O jornalismo independente (só) depende dos leitores.
Nascemos em Dezembro de 2021. Acreditamos que a qualidade e independência são valores reconhecidos pelos leitores. Fazemos jornalismo sem medos nem concessões. Não dependemos de grupos económicos nem do Estado. Não temos publicidade. Não temos dívidas. Não fazemos fretes. Fazemos jornalismo para os leitores, mas só sobreviveremos com o seu apoio financeiro. Apoie AQUI, de forma regular ou pontual.
Manuel Carreira, de 65 anos, é vice-presidente do MPT-Partido da Terra e foi a escolha do partido para cabeça-de-lista nas eleições ao Parlamento Europeu, substituindo Wandique Magalhães dos Santos, pastor evangélico de nacionalidade brasileira, que estava apontado para número um da lista do MPT às europeias. Contudo, o Tribunal Constitucional rejeitou o nome por o candidato não ter cidadania de um Estado-membro da União Europeia, como exige a Lei. Em entrevista ao PÁGINA UM, Manuel Carreira, psicólogo clínico e forense no Centro Hospitalar de Leiria e antigo professor, destacou que a Europa precisa recuperar as suas “raízes”, os seus princípios e valores. Também defendeu políticas a pensar mais na “felicidade interna bruta” dos europeus e no ambiente. Esta é a 12ª entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
Voltar a ter uma voz no Parlamento Europeu e um dos desígnios do MPT-Partido da Terra nestas eleições europeias. Em 2014, o ‘trevo da sorte’ que é símbolo do partido, surtiu efeito, e o MPT teve dois eurodeputados. Agora, segundo Manuel Carreira, cabeça-de-lista do MPT nas eleições europeias, o desejo do partido era que voltasse a dar um contributo para as políticas europeias.
Em 2014, o MPT elegeu o antigo bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, como independente para o Parlamento Europeu, a par do número dois da lista naquelas eleições europeias, José Inácio Faria. Para Manuel Carreira, seria importante “haver um partido ecológico” no Parlamento Europeu, “não verde, mas ecológico”, um “partido liberal, de centro”, que defende a causa da defesa do ambiente.
Em entrevista em PÁGINA UM, o também vice-presidente do MPT – partido fundado pelo reputado arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles – defendeu que a Europa precisa voltar aos seus valores e princípios humanistas herdados de uma História assente na cultura judaico-cristã. “As raízes da Europa estão estragadas”, afirmou o candidato do MPT. “Ao perder estas raízes, começamos a entrar na desorientação”, afirmou.
Manuel Carreira, vice-presidente do MPT e cabeça-de-lista do partido nas eleições europeias. (Foto: PÁGINA UM)
Manuel Carreira defendeu que as políticas europeias deveriam pensar mais na “felicidade interna bruta” dos cidadãos, na ecologia e no humanismo. “A nossa campanha é uma campanha de causas e integração; integração das novas culturas, das novas pessoas; de causas como ecologia, humanismo, a parte do clima”, afirmou.
Crítico de políticas imediatistas e feitas com pressa na área da defesa do ambiente, Manuel Carreira questionou se algumas medidas que têm vindo a ser impostas, como os incentivos às viaturas eléctricas, não vão acabar por criar poluição no longo prazo. Deu o exemplo da exploração de lítio em Trás-os-Montes. “Esta parte do lítio é um exemplo muito claro de contraindicações de um medicamento que a gente fica sem saber muito bem se é melhor tomar o medicamento ou criarmos as nossas autodefesas”, afirmou.
No caso de Trás-os-Montes, apontou que está em causa “destruir uma montanha inteira”, prejudicar “os rios, as águas, as nascentes”, num processo em que já “não se volta atrás”. O candidato defendeu que a resposta não pode passar por “dar dinheiro àquelas populações para se calarem”.
Também apontou os problemas de poluição gerados no longo prazo pelas baterias dos carros eléctricos, que, “se calhar, não é menor do que a dos carros a gasóleo e gasolina” e referiu que o caminho pode passar por explorar alternativas ecológicas mais amigáveis, como eventualmente o hidrogénio ou a energia solar. “São questões que temos de reflectir e não termos uma resposta imediata”, disse.
(Foto: D.R.)
Por outro lado, referiu que “se um carro ainda está bom, o abate desse carro significa muita poluição. Temos que pensar muito as coisas e não ir pelos imediatismos nem o ‘dou-te 5.000 euros, dás-me o teu carro, levas aquele’”, numa lógica consumista.
Na área da educação e formação dos jovens, Manuel Carreira, que é também um antigo professor do ensino básico e universitário, defendeu que devem existir políticas que obriguem os jovens a desenvolver competências ao nível da formação humanística e cívica, incluindo o serviço militar obrigatório, com a opção alternativa de cumprimento de serviço social ou ambiental, por exemplo.
Sobre a crise na habitação, o candidato do MPT defendeu que o problema não é escassez mas má gestão. “Tanta gente sem casa, tanta casa sem gente”, referindo que existe muita “riqueza abandonada”, tal como na agricultura, com terrenos ao abandono. Assim, Manuel Carreira defendeu que sejam adoptadas políticas de incentivo ao uso das casas e terrenos que estão abandonados.
Esta é a 12ª entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
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Como sucedeu com todos os outros 16 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições para o Parlamento Europeu, o Bloco de Esquerda foi convidado a participar na rubrica HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal, que visa contribuir para uma democracia com maior pluralismo e diversidade, concedendo espaço para uma entrevista em pé de igualdade. Apesar das inúmeras insistências, Catarina Martins, de 51 anos, número um da lista do Bloco de Esquerda nestas eleições europeias, não mostrou disponibilidade, sendo por isso a primeira ausência no meio de 11 entrevistas (já publicadas), que incluíram partidos sem e com assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal, Livre e PAN). No total, contamos já com 14 entrevistas gravadas. O PÁGINA UM dedica assim uma ‘hora de silêncio’ ao Bloco de Esquerda, e aproveita para divulgar as 11 entrevistas que já publicámos anteriormente. Todas as entrevistas são divulgadas na íntegra em áudio, através de podcast, no PÁGINA UM e no Spotify.
A antiga coordenadora nacional do Bloco de Esquerda foi a escolhida para cabeça-de-lista do partido nas eleições para o Parlamento Europeu. A actriz e ex-deputada é, assim, o rosto do partido nestas eleições, cuja campanha assenta no lema “Por uma Europa justa, solidária, feminista, aberta ao Mundo e de Paz”. Nas últimas eleições europeias, o Bloco conseguiu eleger dois eurodeputados, Marisa Matias e José Gusmão. Já este ano, Marisa Matias abandonou o Parlamento Europeu onde foi substituída por Anabela Rodrigues para poder tomar posse como deputada no parlamento português.
Apesar das muitas insistências, Catarina Martins não se mostrou disponível para uma entrevista ao HORA POLÍTICA, uma iniciativa única na imprensa em Portugal que, nestas europeias, tem por objectivo dar voz aos 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem ao Parlamento Europeu. Esta iniciativa do jornal PÁGINA UM ouve todos os candidatos em igualdade de circunstâncias, sem discriminar ou beneficiar nenhum, seguindo as melhores práticas do Jornalismo e dando um contributo para que haja um maior pluralismo na imprensa em Portugal e também uma democracia mais saudável.
Catarina Martins, cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias. (Foto: PÁGINA UM)
Perante a indisponibilidade da candidata do Bloco de Esquerda, o PÁGINA UM aproveita para divulgar as 11 entrevistas já publicadas com os líderes das listas dos partidos que vão a votos a 9 de Junho.
Segue a lista de entrevistas, do partido mais jovem, ao mais antigo:
Ossanda Líber, Nova Direita
Duarte Costa, Volt Portugal
Márcia Henriques, RIR
António Tânger Corrêa, Chega
João Cotrim de Figueiredo, Iniciativa Liberal
Pedro Ladeira, Nós Cidadãos
Joana Amaral Dias, Alternativa Democrática Nacional (ADN)
Francisco Paupério, Livre
Gil Garcia, Movimento Alternativa Socialista (MAS)
Pedro Fidalgo Marques, Pessoas Animais Natureza (PAN)
José Manuel Coelho, Partido Trabalhista Português (PTP)
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Tem sido o rosto do PTP – Partido Trabalhista Português e é, de novo, o cabeça-de-lista do partido, desta vez nas eleições para o Parlamento Europeu. José Manuel Coelho, 71 anos, vice-presidente do PTP, já foi membro do PCP e antigo autarca e deputado na Madeira, tendo ficado conhecido por algumas das suas acções mediáticas. As suas bandeiras nesta campanha para as europeias são o combate à corrupção e a defesa da democracia e da liberdade de expressão. Nesta entrevista ao PÁGINA UM, o candidato do PTP alertou que a subserviência da Europa face ao “imperialismo americano” ameaça arrastar os países europeus para uma Terceira Guerra Mundial, o que teria efeitos catastróficos. Esta é a 11ª entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
O maior perigo para a União Europeia é a sua subserviência face aos Estados Unidos. Esta é a visão de José Manuel Coelho, cabeça-de-lista do PTP-Partido Trabalhista Português às eleições para o Parlamento Europeu.
Para o candidato madeirense, que é também o vice-presidente do PTP, a União Europeia corre o risco de ser arrastada para uma Terceira Guerra Mundial. “O que vejo que é perigoso é a subserviência europeia face ao imperialismo americano. [Aquele país] É um aliado perigoso. Eles metem-se em guerras e arrastam outros para lá”, disse José Manuel Coelho.
Em entrevista telefónica ao PÁGINA UM, no âmbito da rubrica Hora Política, o candidato do PTP deixou um alerta: “Os americanos só funcionam fabricando guerras e inventando guerras para alimentar o seu complexo militar industrial e, qualquer dia, estamos confrontados com uma Terceira Guerra Mundial de grandes proporções, cujo resultado é extremamente imprevisível, mas os resultados serão catastróficos”.
José Manuel Coelho, vice-presidente do PTP e cabeça-de-lista do partido nas eleições europeias. (Foto: PÁGINA UM)
O cabeça-de-lista do PTP destacou que as bandeiras do seu partido nestas eleições europeias são a defesa da democracia e da liberdade de expressão, bem como combate à corrupção e luta por uma maior transparência na política e nos negócios, tanto em Portugal como no espaço comunitário.
José Manuel Coelho considera que “as forças do fascismo estão de volta e estão a reagrupar-se para formar governos autoritários, porque não querem a democracia”. “Vejo a Europa a ir por um caminho que não será bom para os europeus, a menos que haja uma consciencialização colectiva”, afirmou. Em Portugal, defendeu mesmo que “todos os elementos do Tribunal Constitucional deviam ser demitidos e exonerados” por terem “legalizado” partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal, que “quer tudo privado”.
O candidato do PTP também criticou o facto de haver condicionamento da imprensa e perseguição dos que falam contra poderes instalados e alertam para casos de corrupção. “Para que haja verdadeira democracia e combate eficaz contra a corrupção, a liberdade de imprensa tem de ser total. Não tem de haver nenhuma restrição em nenhuma circunstância”, defendeu.
Citou o caso da prisão do jornalista Julian Assange, que se encontra detido numa prisão no Reino Unido, um país ocidental. “Nenhum democrata pode aceitar isso. Eu, sendo eleito pelo Partido Trabalhista para o Parlamento Europeu, vou combater isso; em primeiro lugar, a libertação desse homem. Esse homem merece uma estátua, merece ser louvado, porque ele é o expoente máximo do jornalismo mundial”, sublinhou.
(Foto: D.R./PTP)
Sobre a cobertura que a imprensa, e em especial as televisões em Portugal, estão a fazer das eleições europeias, José Manuel Coelho afirmou que os órgãos de comunicação social têm beneficiado os grandes partidos, não só por exclusão dos pequenos partidos dos debates, mas por via de darem tempo de antena a comentadores que são próximos de grandes partidos. “A RTP vai fazer um debate [com os pequenos partidos], mas é para inglês ver, para dizer que há pluralismo, mas não há. Porque eles [candidatos dos grandes partidos] são entrevistados em horário nobre, com grandes debates televisivos e os outros são relegados para a segunda divisão nacional”, lamentou.
Considerou que só é possível “combater a corrupção que existe na União Europeia através de uma imprensa livre e os cidadãos que exercem actividade cívica de vigilância não podem ser perseguidos, não podem ser processados. Os processos são formas de silenciar”.
Também aproveitou para defender uma maior transparência e escrutínio na atribuição dos fundos europeus e considerou urgente haver uma reforma na Justiça em Portugal, que funciona como “um Estado dentro de um Estado, e [é] uma organização totalmente fascista”.
Esta é a 11ª entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
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Activista e ambientalista, Pedro Fidalgo Marques, de 37 anos, é o cabeça-de-lista do partido PAN-Pessoas Animais Natureza nas eleições para o Parlamento Europeu. Licenciado em Dança e com uma pós-graduação em Ciência Política, o candidato do PAN já foi dirigente da Liga para a Protecção da Natureza. Agora, o membro da Comissão Política Nacional do PAN quer levar os mesmos ideais ambientalistas para o Parlamento Europeu, caso seja eleito. Entre as suas principais propostas nestas eleições, está a criação de um comissário da União Europeia para o Bem-estar Animal. Também quer por um fim aos subsídios europeus à indústria das touradas. Nesta entrevista ao PÁGINA UM, o candidato do PAN deixou também duras críticas à intenção de se construir o novo aeroporto de Lisboa em Alcochete. Esta é a 10ª entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
Levar as causas ambientais e animais ao Parlamento Europeu é o objectivo de Pedro Fidalgo Marques, membro da Comissão Política Nacional do PAN-Pessoas Animais Natureza e cabeça-de-lista do partido nas eleições para o Parlamento Europeu.
Nesta entrevista ao PÁGINA UM, o candidato do PAN falou sobre o seu programa eleitoral mas também aproveitou para deixar críticas ao grande projecto de obras públicas anunciado recentemente em Portugal, que envolve a construção de um novo aeroporto em Lisboa.
“O PAN é o único partido verdadeiramente ambientalista e animalista em Portugal. Uma das situações em que ficou bem claro foi no novo aeroporto em Alcochete. O PAN foi o único partido a demonstrar os graves riscos de impactos ambientais que esse aeroporto tem”, disse Pedro Fidalgo Marques.
Pedro Fidalgo Marques, cabeça-de-lista do PAN. (Foto: D.R.)
Alertou que “estamos a falar de destruir a maior reserva de água doce da península ibérica”, numa altura em que zonas do país enfrentam um cenário de seca extrema ou severa. “Podemos não ter água para beber daqui a alguns anos”, avisou.
Também destacou que a zona escolhida, é um local onde se encontram espécies de aves protegidas, além de ali existir risco sísmico “elevadíssimo”. “Do ponto de vista ambiental será um ecocídio”, lamentou, lembrando ainda que se prevê a destruição de milhares de sobreiros. O candidato do PAN defende que a opção poderia passar por Beja, Vendas Novas ou Santarém.
Sobre o seu programa eleitoral nestas eleições europeias, Pedro Fidalgo Marques destacou a proposta para a criação do cargo de comissário da União Europeia para o Bem-estar Animal. Mas o PAN também quer fechar a torneira aos subsídios europeus à indústria das touradas.
(Da esquerda para a direita) António Morgado, membro da Comissão Política Nacional (CPN) do PAN e deputado eleito para a Assembleia Municipal de Lisboa, Inês Sousa Real, membro da CPN e porta-voz, e Pedro Fidalgo Marques, membro da CPN e cabeça-de-lista do partido nas eleições europeias. (Foto: PÁGINA UM)
A redução do IVA sobre as rações animais e os cuidados médico-veterinários também está no programa do PAN, bem como a adopção de legislação “mais rigorosa de proteção animal em toda a União Europeia, incluindo o fim do confinamento em gaiolas, o transporte de animais vivos para países terceiros e a proibição de práticas cruéis, como a caça de troféus e os espetáculos tauromáquicos”.
Sobre o movimento que se vive de se querer arrastar a União Europeia para uma guerra, o candidato do PAN considera que “a Europa deve estar preparada”. Também defendeu que exista uma contribuição extraordinária sobre os lucros excessivos “da indústria de guerra” que permita “financiar ajuda humanitária e a parte ambiental [reparação de danos ambientais], que inclui a parte animal”.
Esta é a 10ª entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
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Para o MAS – Movimento Alternativa Socialista, concorrer às actuais eleições para o Parlamento Europeu é uma espécie de regresso. O partido não concorreu às últimas eleições legislativas já que aguardava uma confirmação por parte do Tribunal Constitucional sobre quem, efectivamente, liderava o MAS. Tiradas as dúvidas, Gil Garcia mantém-se no leme e é o cabeça-de-lista às europeias. Uma das suas propostas é a criação de um salário mínimo europeu. Mas, nesta entrevista, Gil Garcia aproveita para deixar críticas ao capitalismo e também ao movimento que tenta levar a Europa para a guerra. Esta é a nona entrevista da HORA POLÍTICA que pretende conceder voz aos cabeças-de-lista dos 17 partidos e coligações que concorrem às Europeias, em eleições marcadas para 9 de Junho. As entrevistas são divulgadas, seguindo a ordem crescente de antiguidade, na íntegra em áudio, através de podcast, no jornal e na plataforma Spotify.
As eleições para o Parlamento Europeu marcam o ‘regresso’ do MAS – Movimento Alternativa Socialista ao boletim de voto. O partido, considerado como de extrema-esquerda, esteve ausente das eleições legislativas enquanto aguardava por uma decisão do Tribunal Constitucional que era decisiva para definir quem, afinal, liderava o MAS. Tiradas as dúvidas, Gil Garcia mantém-se no comando e encabeça a lista do partido nestas europeias, tendo como número dois da sua lista Ângela Tavares, emigrante portuguesa e sindicalista junto da comunidade portuguesa na Suíça.
Nesta entrevista ao PÁGINA UM, Gil Garcia falou sobre as propostas e o programa eleitoral do partido nestas europeias, mas também aproveitou para criticar o capitalismo e o movimento actual que tenta arrastar a União Europeia para a guerra. “Queremos uma Europa de paz e não de guerra”, disse o líder do MAS, frisando que este movimento só está a acontecer porque a “Europa não tem uma política independente”, sendo um “menino súbdito da política americana”. “Estamos a prepararmo-nos para novas guerras”, lamentou Gil Garcia.
Gil Garcia, líder e cabeça-de-lista do MAS. (Foto: PÁGINA UM)
Forte crítico do capitalismo, o líder do MAS considera que a corrupção é um factor “endémico ao sistema capitalista”, já que pensa que “o capitalismo assenta em muita corrupção”, com os donos das multinacionais no comando.
Para Gil Garcia, 25 de Abril ainda está por cumprir e a esquerda em Portugal faz parte do regime, porque depende economicamente dele. Por isso, defende que é preciso uma esquerda que consiga combater a extrema-direita, com propostas que defendam a população.
Entre as medidas que o MAS propõe nestas eleições europeias, está a criação de de um salário mínimo europeu de 1.300 euros, o que diz que iria beneficiar 16 Estados-membro que têm salários mínimos nacionais abaixo daquele patamar. Em Portugal, a medida iria abranger “os 800 mil portugueses que vivem do salario mínimo nacional” e mais “cerca de um milhão” que aufere menos de 1.000 euros de vencimento mensal, segundo Gil Garcia.
(Foto: PÁGINA UM)
A segunda proposta do MAS é acabar com os privilégios e mordomias dos deputados europeus. O partido defende uma redução do salário dos deputados europeus que “em termos líquidos, é de 8.000 euros por mês”. Mas o MAS também quer cortar nas regalias “e mordomias”, incluindo os cerca de 28.000 euros a que os deputados têm direito para pagar a assistentes. “É inacreditável. São 720 deputados. São milhões de euros por ano”, apontou.
Esta é a nona entrevista do HORA POLÍTICA, que visa entrevistar os 17 cabeças-de-lista dos partidos que concorrem às eleições europeias que, em Portugal, têm data marcada para o dia 9 de Junho. A publicação obedece a uma ordem cronológica, do partido mais jovem ao mais antigo.
N.D.: Uma falha técnica do equipamento de gravação afectou três entrevistas do HORA POLÍTICA, que foram realizadas no mesmo dia. A gravação da entrevista ao cabeça-de-lista do MAS é uma das que apresenta pequenas falhas pontuais, incluindo no início da entrevista, quando Gil Garcia mencionou o nome da número dois da lista do partido nestas europeias, o qual ficou omitido na gravação. Trata-se de Ângela Tavares, emigrante portuguesa e sindicalista junto da comunidade portuguesa na Suíça. Pedimos as nossas desculpas aos leitores e ao entrevistado pelas falhas técnicas na gravação.
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