Autor: Leonor Nazaré

  • Tanatoceno: parte II

    Tanatoceno: parte II

    VIDA NATURAL E VIDA ARTIFICIAL

    A expressão “vida artificial” (cara aos transhumanistas), é um oxímoro. Ou há Vida ou há um “artifício”, ou um simulacro de vida. A Vida não pode ser nunca artificial. Nada é mais oposto à Vida que as manipulações do mundo vivo pela tecnologia”[1].

    MOLÉCULAS QUIRAIS[2]

    A apreciação das dimensões macro e micro espaciais desse abismo pode passar pela avaliação da sua qualidade molecular. Setenta por cento da nossa constituição é água, e é essa a percentagem também da sua presença no planeta. Não será despiciendo sublinhar o quanto a qualidade das suas memórias e condição ambiental podem divergir e ser determinantes no mundo vivo.

    Para alguns, uma molécula de água de uma cascata montanhosa é indistinguível de uma molécula de água que sai de um tubo de escape. Os caminhos do materialismo científico conduziram a ciência a uma visão de tal forma estratificada da realidade que o mais elementar requisito duma Análise Global de Sistemas é ignorado. É possível provar com métodos como a cristalização sensível ou o efeito Kirlian[3] que, apesar de terem a mesma estrutura química, aquelas duas moléculas não são iguais. Um mesmo meio aquoso submetido a diferentes circunstâncias dá origem a formas geométricas dos cristais respetivos que são harmoniosas ou, pelo contrário, caóticas, como o provaram os trabalhos de Masaru Emoto (Japão). Jacques Benveniste e Luc Montagnier (França)[4] estudaram também a capacidade que tem a água de memorizar as características da matéria com que esteve em contacto. A água manifesta e transmite a qualidade vibratória das frequências que a percorrem e guarda memória delas[5]. Para estudar essa realidade da água é preciso aceitar ir para lá do dogma materialista da estrita composição química. Se dúvidas houver sobre a realidade ondulatória (a par da corpuscular) duma molécula, vejam-se por exemplo os trabalhos de Luc Montagnier que permitiram duplicar e reconstituir à distância uma molécula sem nenhuma base material[6].

    Quando Marie e Pierre Curie utilizavam a radiestesia na sua prática laboratorial, percebiam já que, para além de um comportamento corpuscular, toda a matéria tem também um comportamento ondulatório (ou vibratório), i.e. uma irradiação. A química desenvolveu uma compreensão própria dessa realidade ao abrir o capítulo da estereoquímica: o estudo da qualidade das moléculas que acrescenta à sua fórmula química, a configuração e arrumação dos átomos que as constituem no espaço tridimensional. As propriedades óticas duma molécula (comportamento do plano de luz polarizada que a atravessa quando cristalizada) diferem entre moléculas com a mesma constituição química. Umas são levogiras (têm um movimento rotativo para a esquerda), outras dextrogiras (para a direita) e outras sem nenhum desvio ou movimento. A título de exemplo, na molécula de ADN, 19 das 20 moléculas de aminoácidos que compõem as proteínas, assim como todos os açúcares naturais, são levogiras[7].

    As noções de quiralidade, isomeria, enantiomeria e de mistura racémica[8] permitiram estabelecer diferenças fundamentais entre a acção biológica (e por extensão farmacológica) de umas e outras[9]. Genericamente, Young, Pasteur e Fresnel demonstram que a matéria viva é assimétrica e quiral (a duplicação duma molécula no espelho não lhe é sobreponível, como as nossas duas mãos também não o são), e a matéria inerte, simétrica (ou aquiral)[10].

    A quiralidade só pode ter origem em fontes naturais. As moléculas artificiais nunca são quirais. Das quatro forças que existem no Universo, a força nuclear fraca será aquela na qual a quiralidade tem origem.

    Os seres vivos têm a capacidade de ir buscar moléculas aquirais ao exterior (alimentos naturais) e fabricar com elas compostos quirais de carbono, ou seja, elevar a frequência vibratória (qualidade ondulatória) dos alimentos de forma a transformá-los em matéria viva[11]. Mas não pode fazê-lo com as moléculas artificiais que, por isso, os intoxicam. Um organismo vivo caracteriza-se por trocar informação, matéria e energia com o exterior e por poder reproduzir-se: é preciso que nos interroguemos sobre o que possibilita esses saltos quânticos (a transformação da matéria inerte digerida em matéria viva ou a reprodução) e reconhecer que uma análise in vitro e outra in vivo apresentam forçosamente resultados muito diferentes. É preciso, simultaneamente, reconhecer que a distinção mais subtil entre matéria natural e não natural parece residir na quiralidade. A resistência do mundo vivo às inúmeras ameaças a que é submetido todos os dias há várias décadas, é aferível a partir dela. No coração da matéria, a vida natural é movimento predominantemente rotativo e a inércia é um indicador da sua ausência ou de uma inadequação biológica.

    A dissimetria especular que caracteriza a vida a este nível acontece também a nível macro cósmico. O eletrão é tendencialmente levogiro e a energia que liga as moléculas levogiras é maior do que aquela que liga as moléculas dextrogiras.

    O mesmo princípio funda a estereobotânica: a planta é uma sinergia num todo (princípio do Totum vegetal); a extracção duma molécula reduz o seu efeito. Entre elas, as plantas têm também sinergias. Na alimentação, em fitoterapia, gemoterapia ou aromaterapia o mundo vegetal oferece ao Homem os nutrientes e curativos mais importantes e a fonte desse conhecimento foi encontrada pelos ocidentais junto dos povos que colonizaram para depois dizimar e ridicularizar: as populações índias e aborígenes dos continentes americano e australiano. O mesmo tipo de conhecimento foi encontrado nos xamãs da Sibéria e dos Himalaias, nas heranças milenares da medicina tradicional chinesa e indiana, etc. O isolamento, por extracção, de uma molécula das outras que constituem a planta (agravado pela sua replicação sintética) altera e diminui a sua capacidade de actuação: a planta como um todo é adaptogénica, enquanto o princípio isolado actua numa só direção. A norma são as sinergias, segundo o princípio mais lato de “entourage”.

    Na sua lógica de poder, dominação e lucro, o ser humano não percebeu que o que a natureza dá não existe para ser patenteado e propriedade de alguns, e achou que podia recriar a molécula natural em processos de síntese laboratorial ignorando a importância da quiralidade, do totum vegetal, das sinergias intra e extra-espécies, das leis naturais e da ética a que estamos obrigados perante elas. Aventurou-se, desse modo, na criação de milhares de moléculas de síntese que hoje circulam em todo o planeta, intoxicando e desregulando a biodiversidade, o ar, a água, os minerais, as plantas, os animais, os seres humanos: os seus sistemas endócrinos, o seu terreno e meio interno, a sua eletrofisiologia e a sua imunidade. A criação de moléculas artificiais não permite a obtenção da qualidade quiral nem garante a separação dos duplos indesejados (pares de enantiómeros em compostos), e existem provas de que as misturas racémicas não são favoráveis à biologia dos seres vivos. Mas a comercialização de um racémico é muito mais barata do que a de um desdobrado[12].

    Não satisfeito com isso, o ser humano manipula geneticamente todos os estratos e cadeias da vida; ignora que ele próprio é uma realidade complexa em que interagem espírito, alma e corpo[13] e tende a considerar credíveis apenas os estudos científicos financiados e instrumentalizados pelas grandes indústrias[14].

    O DOGMA MATERIALISTA

    O entendimento das partículas da luz (fotões) ou da matéria em geral como tendo uma natureza e um funcionamento quânticos surge no início do século XX nas áreas da mecânica e da física, mas desenvolve-se, mais recentemente, nas ciências da vida como a biologia e a medicina. Aplicados à realidade complexa e global do ser humano, a interferência do investigador no seu objeto de estudo e os princípios de superposição, de entrelaçamento e de incerteza têm implicações filosóficas e antropológicas profundas [15]. Como vários autores sublinham, a dificuldade da física quântica reside no facto de ser uma espécie de metafísica e de perturbar, por isso mesmo, os dogmas mais sólidos e persistentes da ciência dos séculos XIX e XX.

    Diz-nos a Cosmologia que a matéria é apenas 4% de tudo o que existe no Universo[16]. É a expressão mais densa da energia. O espírito é o seu contraponto mais subtil. Isso significa que 96% de tudo o que existe escapa aos cinco sentidos a que a nossa educação e civilização nos restringem. Mas esse lado invisível e inaudível à grande maioria existe, é determinante e é suscetível de ser conhecido e estudado. A educação para essas funções do espírito, erradicada pela ciência positivista e atomista do século XIX, era frequente em grandes civilizações tradicionais.

    Num congresso realizado em 2014 em Canyon Ranch (E.U.A) vários cientistas de todo o mundo foram convidados a partilhar experiências de teor espiritual significativas que informaram o seu ponto de vista pós materialista da ciência. As discussões incluíram informação em neurociência, espiritualidade e doença, experiências de morte iminente (EMI) ou NDE (versão inglesa), parapsicologia e paradigmas psiquiátricos e antropológicos alternativos.

    No Manifesto para a Ciência Pós materialista que delas resultou é feita uma síntese do impacto da ideologia materialista na ciência e da influência do paradigma pósmaterialista emergente[17]. Um dos organizadores, Mario Beauregard, é autor de livros dedicados à ponderação da consciência como uma realidade independente do corpo e suscetível de se constituir como objeto de estudo[18].

    A importação da física quântica para a biologia permite, hoje, ver a célula como um suporte ou campo de ressonância e perceber que os mecanismos profundos da biologia são regidos por campos eletromagnéticos. A esta noção deve associar-se a de campos morfogenéticos de Rupert Sheldrake, a de campos magnetobiológicos de Émile Pinel, os estudos do ADN como campo de ressonância e teleacção por Lakhovsky, David Bohm, Luc Montagnier ou Garaiev e Poponin. Cannenpasse-Riffard[19] aborda questões fundamentais sobre a vida, o Universo e a consciência num livro pouco convencional de medicina e biologia quânticas. A separação entre espírito e corpo (ou entre energia e matéria) é o quadro geral dentro do qual a doença é lida atualmente como causada exclusivamente por agentes exógenos. Ultrapassada, para o autor, a física do século XIX continua a influenciar a biologia e a neurologia. Mas é a física quântica que, segundo ele, vai permitir um entendimento dos fenómenos de consciência[20].

    A Teoria Geral dos Sistemas (Ludwig von Bertalanfy 1968) e a Teoria dos Sistemas Abertos e dos Processos Irreversíveis (IlYa Prigogine), sublinham o princípio de emergência: um sistema aberto (como um ser vivo) interage em permanência com o exterior e, contrariamente aos fechados, que estão submetidos ao princípio da entropia (segunda lei da termodinâmica), é regido por uma força contrária à entropia, levando o sistema à regeneração, reorganização e homeostasia, para assegurar a sua perenidade: a neguentropia. Essa força tem de provir de alguma fonte, uma fonte de vida. Já descobrimos qual e onde se encontra?

    OUTROS FACTORES DE INTOXICAÇÃO

    Nas telecomunicações móveis são usadas frequências muito altas (radio frequências ou micro-ondas, não ionizantes), em ondas pulsadas, bastante agressivas para o organismo. A eletrofisiologia e a eletrobiologia do corpo humano são radicalmente perturbadas na sua voltagem natural, pela voltagem induzida por este tipo de radiação. O stress oxidativo é permanente. A generalização do 5G (a que se seguirão o 6 e 7 G) será letal para toda a vida no planeta. Tudo o que já foi possível investigar até ao presente nesta área justificaria largamente e, no mínimo, a aplicação de um princípio de precaução[21].

    Por outro lado, múltiplos programas têm sido desenvolvidos na área da geo-engenharia, com a acção conjugada de metais pesados em rastos químicos e de ondas eletromagnéticas [22]. As nuvens artificiais e a modificação intencional da ionosfera (Cf. projeto HAARP) modificam o clima da Terra e o seu equilíbrio; interrompem ciclos naturais; afetam a fotossíntese; interferem nos ventos e na pressão atmosférica; alteram a ressonância das ondas de Schumann[23] no ser humano; causam problemas ligados à alteração dos ciclos circadianos e à ingestão e inalação de metais tóxicos. 

    A questão alimentar é também nuclear: os modelos nutricionais e a nossa relação com os animais. Uma conexão com a Natureza conforme à das tradições e culturas ancestrais, com valores existenciais e utilitários harmonizados, favorece uma visão positiva da humanidade e da fruição do planeta. Havendo vontade política, é possível implementar a conversão da agricultura química e da monocultura em agricultura biológica e em biodiversidade e contribuir para a proibição de dezenas de milhar de moléculas sintéticas introduzidas no planeta.

    A carência em micronutrientes essenciais que hoje se verifica advém de produtos naturais adulterados, desvitalizados, mal conservados e intoxicados; a emancipação local e regional deveria favorecer a proximidade entre consumidor e produtor, a auto-suficiência económica e a verdadeira sustentabilidade[24].

    A jornalista francesa Stéphane Horel é uma das principais vozes de denúncia do funcionamento dos lobbies e dos bastidores da decisão política em matéria de consumo agroalimentar, química, petrolífera farmacêutica e industrial. Em dois livros que publicou[25] a autora expõe a estratégia das grandes indústrias mundiais no sentido de impedir, confundir, adiar, desacreditar qualquer estudo científico não pago e não enquadrado pelas próprias indústrias; ou qualquer projeto de lei ou normativo inspirado pelo princípio de precaução, nomeadamente na área dos perturbadores endócrinos e dos produtos cancerígenos.

    A MATRIZ UTÓPICA

    A ideologia do progresso alimenta, há pelo menos dois séculos, o imaginário de um permanente crescimento económico, logicamente insustentável; exalta a revolução tecnológica para lá do seu enquadramento ético; exacerba a pulsão territorial e as patologias do poder. De uma forma muito idealizada, presidiu a vários projetos arquitectónicos e urbanos utópicos dos anos 60: Ant Farm, na América que seguia Buckminster Fuller; “Helix City”(1961), de Os Metabolistas, no Japão; Archigram, de um grupo anglo-saxão de arquitetos.; Arcosanti, fundada por Frank Lloyd Wright, na sequência de Broadacre City. Auroville, criada em Pondichéry (Índia, 1968). Na mesma época, Germano Celant designa por “Arquitectura Radical” as iniciativas de grupos italianos como Archizoom, SuperStudio, 9999 e UFO [26].

    Mas a grande revolução que está por fazer é outra. Da micro realidade química, magnética e vibratória da molécula à macro realidade duma sociedade que polui, desresponsabiliza, adoece e aliena, a ciência, a medicina, a agricultura, a alimentação e a utilização prometeica da tecnologia já colocaram a atual civilização à beira de um colapso muito provável. A natureza extrema do seu malefício também acordou muitas consciências.

    A grande revolução que está por fazer é incrivelmente microscópica: tem a dimensão de uma molécula. A sua condição e contrapartida macroscópica surgirá da elevação dos níveis de consciência de todos aqueles que estiverem em condições de promover, em cadeia, as mudanças sociais que se impõem.

    A História ensina e prova que as grandes e mais importantes revoluções germinam num espaço onírico e criativo fecundo, necessariamente interior e individual e que começaram sempre por ser sonhos de pequenos grupos, considerados utopia.

    Leonor Nazaré é curadora de arte contemporânea.


    [1] Daniel Robin, Le Règne de l’intelligence artificielle. La fin de l’Anthropocène et l’avènement des posthumains, Grenoble : Le Mercure Dauphinois, 2022, p.16. Tradução nossa.

    [2] Com revisão científica e algumas notas de António Godinho (médico generalista).

    [3] Técnica fotográfica usada para capturar descargas elétricas coronais. O nome é uma homenagem ao cientista soviético Semyon Kirlian, que, em 1939, descobriu acidentalmente que se um objeto numa chapa fotográfica for conectado a uma fonte de alta tensão, será produzida uma imagem nessa chapa. A técnica tem sido conhecida também como eletrografia ou eletrofotografia.

    [4] Masaru Emoto, Les Messages Cachés de l’Eau, Paris. Ed. J’ai lu, 2004 ; Jacques Benveniste, Ma Vérité sur la Mémoire de l’Eau (publiée en 1988 dans la revue “Nature”), Paris, Albin Michel, 2005 ; de Luc Montagnier, entre outros : Des Virus et des Hommes, Paris, Ed. Odile Jacob, 1994.

    [5] É o princípio da homeopatia, em dinamizações muito altas.

    [6] Acerca da descoberta de Luc Montagnier (prémio Nobel de Medicina, em 2008), sobre a memória da água, ver https://www.youtube.com/watch?v=R8VyUsVOic0

    [7] Martin Gardner, L’Univers Ambidextre (1967), Paris : Seuil, 1994

    [8] Quiral significa assimétrico e aquiral, simétrico. Isomeria: fenómeno em que diferentes compostos partilham a mesma fórmula química, mas apresentam arrumação espacial diferente dos seus átomos; enantiomeria: fenómeno em que as moléculas de isómeros são imagens especulares não sobreponíveis. Mistura racémica: com partes iguais das duas metades. Nas moléculas consideradas antípodas óticos, apenas uma delas tem acção terapêutica. A maioria dos medicamentos alopáticos tem uma fórmula racémica, ou seja, sem eliminação dos duplos indesejados e inativa.

    Para uma compreensão acessível e rápida destes conceitos consultar, por exemplo, https://www.coursehero.com/file/210886636/3-Estereoqu%C3%ADmicapdf/.

    [9] Por exemplo, o esomeprazole é o isómero S do omeprazole, o qual é uma mistura racémica de isómeros S e R.

    [10]Cf. Jean Jacques, La Molécule et son double, 1992 ; Stéréochimie et chiralité en chimie organique, Ed. De Boeck, 1999.

    [11] Na fase pós prandial surge uma leucocitose a nível do aparelho digestivo que, inicialmente, se pensava ser uma resposta à incompleta degradação de algumas proteínas, o que não se confirmou, visto que se bebermos água isenta de matéria orgânica não surge leucocitose, a não ser que a água seja fervida; ou seja, tal como um íman perde as suas capacidades magnéticas a altas temperaturas, também os alimentos e mesmo a água, se aquecidos acima dos 90C, perdem o seu potencial elétrico que tem que ser restabelecido para que se faça a digestão (A.G.)

    [12] Nos compostos químicos, a desejável separação entre isómeros (moléculas quirais) é feita normalmente com base nas propriedades químicas, o que a torna muito difícil ou inoperante: a diferente arrumação no espaço raramente é tida em conta. A resposta biológica pode não ser a desejada e este é um grande problema da indústria farmacêutica que opta pelas soluções menos dispendiosas, ou seja pelas misturas racémicas. Estas contêm os dois isómeros (enantiómeros, antípodas óticos) em partes iguais e não apresentam desvio da luz polarizada (são inativas).

    Idealmente as moléculas preparadas para agir de modo terapêutico deveriam ser limpas dos seus duplos inúteis. Os fármacos quirais (com separação das metades especulares e determinação daquela que tem acção biológica, porque só uma delas a tem), interagem com recetores como as enzimas e as proteínas. Quase nunca são conhecidas as ações fisiológicas dos dois enantiómeros.

    [13] Segundo a tradição hermética.

    [14] A jornalista francesa Stéphane Horel é uma das principais vozes de denúncia do funcionamento dos lobbies e dos bastidores da decisão política em matéria de consumo agroalimentar, química, petrolífera farmacêutica e industrial. Em Intoxication. Perturbateurs endocriniens, Lobbyistes et eurocrates. Une Bataille d’influence contre la santé, Paris : Éditions La Découverte, 2015 e Lobbytomie. Comment les lobbies empoisonnent nos vies et la démocracie, Paris : Éditions La Découverte, 2018, a autora expõe a estratégia das grandes indústrias mundiais no sentido de impedir, confundir, adiar, desacreditar qualquer estudo científico não pago e não enquadrado pelas próprias indústrias; ou qualquer projeto de lei ou normativo inspirado pelo princípio de precaução, nomeadamente na área dos perturbadores endócrinos e dos produtos cancerígenos (A.G.).

    [15] Brian Greene, O Universo Elegante (1999), Lisboa : Gradiva, 2004 ; e Sven Ortoli e Jean Pierre Pharabod, Le Cantique des quantiques, Paris: Éditions La Découverte, 2007.

    [16] Ver, por exemplo, http://www.indesciences.com/matiere-noire-cote-obscur-de-lunivers/

    [17] Ver aqui.

    [18] Mario Beauregard, Un Saut quantique de la conscience. Pour se libérer enfin de l’idéologie matérialiste, Paris: Guy Trédaniel éditeur, 2018

    [19] Raphaël Cannenpasse-Riffard, Biologie, médecine et physique quantique, [1997-2015 ?], Embourg (Belgique): Résurgence, 2011.

    [20] Ibidem, pp. 88-89 e 91.

    [21] Por exemplo, Relatório BioInitiative. Em 2007, o BioInitiative Working Group divulgou um relatório que avalia os possíveis efeitos na saúde da exposição a campos elétricos e magnéticos (EMF). O relatório abrange as frequências baixas (ELF) EMF associadas com energia elétrica e as rádio-frequências (RF) EMF de fontes tais como telefones celulares e transmissores de comunicações.
    Em 2012, foi apresentada uma edição atualizada do mesmo Relatório. A partir desse ano tem havido sucessivas atualizações, sendo a última de 2022. A principal conclusão do Relatório BioInitiative é que os limites de exposição do público aos campos eletromagnéticos estabelecidos pela Comissão Internacional sobre Radiações Não-Ionizantes (ICNIRP), e pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE), e outras organizações, são insuficientes para proteger a saúde e exigem uma redução substancial. Cf. https://radiationrisks.geohabitat.pt/pt/3-1-Relatorio-Bioinitiative/Apresentacao-/

    [22] Por exemplo, Clive Hamilton, Les Apprentis Sorciers du Climat, Raisons et Déraisons de la géo-ingénierie, Paris : Ed. du Seuil, 2013, ou Nenki, Chemtrails. Les Tracés de la mort, Québec, Canada: Louise Courteau éditrice, 2003.

    [23] A Ressonância Schumann é o conjunto de picos no espectro da banda de frequências extremamente baixas (ELF) do campo eletromagnético terrestre, formado pela superfície da Terra e pelas camadas inferiores da ionosfera.

    [24] Marie-Monique Robin, Solutions locales pour un désordre global, https://odysee.com/@chouppa62:d/Solutions_Locales_Pour_Desordre_Global_:5

    [25] Intoxication. Perturbateurs endocriniens, Lobbyistes et eurocrates. Une Bataille d’influence contre la santé, Paris : Éditions La Découverte, 2015 e Lobbytomie. Comment les lobbies empoisonnent nos vies et la démocracie, Paris : Éditions La Découverte, 2018.

    [26] Jean-Louis Violeau, Les 101 mots de l’Utopie, à l’usage de tous, Paris, Archibooks + Sautereau Éditeur, 2009

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  • Tanatoceno: parte I

    Tanatoceno: parte I

    O mundo vivo está sob ameaça grave. Este texto dedica-se a escrutiná-la. Identificamos as principais ameaças que lhe são dirigidas, a nível macroestrutural, em questões de biopolítica global, tanto quanto em aspetos micro estruturais da distinção entre vida orgânica natural e vida ou inteligência artificiais. A distopia generalizada que estamos a viver ocupa-nos num primeiro momento deste texto. Completa-o, num segundo momento, a abordagem de questões científicas que especificam e ilustram essa circunstância civilizacional, com referência a diversos fatores gravosos de intoxicação ambiental.

    [Esta segunda parte será publicada na próxima edição]

    Passaram cinquenta anos sobre a revolução do 25 de Abril e quase um século sobre a instauração do regime fascista em Portugal, que desvitalizou e empobreceu física, cultural e animicamente o seu povo, durante meio século. Hoje os modelos totalitários não têm fronteiras: são globais e globalizados e tanto mais ameaçadores quanto mais dissimulados em formas ocas de democracia. Os países estão a perder a soberania em praticamente tudo, e os indivíduos, a liberdade. Vejamos como e porquê.


    I

    A MATRIZ DISTÓPICA

    A natureza do crime

    O contexto ideológico que conduziu o mundo à Segunda Grande Guerra revelou-se tão profundamente hediondo que nenhum discurso a seu favor voltou a parecer declaradamente possível a não ser em grupos de extrema-direita emergentes na última década, apesar de tudo minoritários à escala planetária.

    A partir dos anos de 1950 foi necessário deslocar as palavras, os conceitos e as ideias dessa matriz para zonas subterrâneas e escondidas onde continuassem o seu labor constante e de onde ressurgissem sob a máscara de novas palavras, métodos, propaganda e renovada abrangência. Muitos médicos e cientistas alemães do regime emigraram após a guerra e a sua experimentação radicalmente perversa sobre humanos, a par da sua imaginação eugenista delirante prolongaram raízes noutros países[1].

    A natureza do crime contra a humanidade que a matriz consubstancia, aquilo que veio a ser designado por “mal radical”, era e é duma espessura, duma densidade e duma latência tão ancoradas e esmagadoras que a imaginação da distopia claudica perante ela, no comum dos mortais ­– não há energia vital para ela, não há oxigénio, não há reservas de lucidez. O conceito precisou de uma economia, duma política, duma medicina e duma filosofia que lhe dessem expressão à escala global. Paciente e paulatinamente reuniu armas e esforços nos seguidores de Milton Friedman, no lobby farmacêutico, agroquímico e alimentar, na indústria e na pesquisa científica da guerra, nas sociedades secretas e nos clubes de países ricos, tanto quanto nos modelos totalitaristas[2], nos media, na ciência com resultados encomendados e em Sillicon Valley.

    As décadas de 1960 a 1990 foram tendencialmente hedonistas nas sociedades ocidentais ditas “civilizadas” e apesar das muitas revoluções e descolonizações e da alegria efémera da aparente liberdade, os seres humanos foram progressivamente orientados no sentido do consumo, do deslumbramento, do progresso tecnológico e da atomização crescente do conhecimento. Inebriado com a sua performance intelectual e artística, com o conforto e com a comunicação globalizada, o ocidental foi perdendo, sem dar por isso, o sentimento mais profundo de si, da sua razão de ser e de estar vivo. Perdeu raízes na terra (outra matriz) e no céu (outra semente). Insistiu no patriarcado, apesar das vozes femininas que se levantaram.

    No caminho em que se foram apagando muitas das suas estrelas, foi encontrando lampadários de néon e tungsténio que o confundiram e aceitou, sem resistência e com preguiça, todas as inevitabilidades artificiais propostas ao seu território anímico desertificado.

    Colapso iminente?

    No início dos anos de 2000, o coletivo de vários países estava disposto a acolher os grandes empreendimentos sustentados desde os anos de 1950 pelo paradigma distópico, só aparentemente adormecido, que estamos a referir: a aceleração da desigualdade (1% da população mais rica que os outros 99%, aquela que está destinada a fundir-se com as máquinas, desprezando a “fraqueza” duma maioria a subalternizar ou eliminar), a corrida a todas as formas de armamento convencionais e não convencionais (químicas, biológicas, psicotrónicas, eletromagnéticas, nucleares, agroquímicas, aditivas, genéticas), a criação artificial de problemas para imposição de soluções sociais pretendidas (a estratégia do choque[3] várias vezes utilizada em países ditos menos desenvolvidos), a criação especulativa de valor monetário sem qualquer correspondência com riqueza real (o sistema bancário, as Bolsas, a moeda digital), a fragilização das classes médias, a livre expressão de hierarquias religiosas no exercício da manipulação, do poder, da guerrilha e da falsa espiritualidade e a concomitante perseguição de todas as minorias e formas alternativas da sua procura, a imposição biopolítica de modelos médicos exclusivamente baseados na indústria química de moléculas artificiais que escamoteiam causas profundas das doenças, eliminando sintomas sem procurar causas profundas e, sobretudo, criando efeitos colaterais na necessária manutenção da doença, o segundo maior negócio do mundo.

    A toxicidade dos modelos ambientais, alimentares, terapêuticos[4], bélicos e acima de tudo discursivos (hegemonia mediática, egrégoras do medo e da insegurança, financiamento ideologicamente direcionado da investigação e divulgação científicas e estatísticas) encontrou dois fortes aliados nos modelos falsamente democráticos e na sujeição tecnológica que fomos aprendendo a ver como um privilégio. Por um lado, participamos em eleições livres e temos a ilusão da autodeterminação. Por outro lado, tudo se organiza para que a nossa pegada digital nos inscreva cada vez mais nos centros de controlo que há muito preparam a nossa entrega voluntária e incondicional à hipervigilância[5].

    A revolução que trouxe a democracia a Portugal em 1974 expõe-se agora a uma reversibilidade histórica trágica, a da perda da liberdade.

    Nos últimos anos, os colapsonautas têm escrito acerca do colapso iminente do nosso modelo civilizacional[6]: porque o planeta atingiu o seu limite, porque a falsidade e os verdadeiros interesses nunca foram tão descaradamente exibidos, porque o caos nunca foi tão gritante a todos os níveis.

    Os níveis de consciência da grande maioria são terrivelmente baixos. Assim foram mantidos, é certo, com particular eficácia, nas últimas décadas. Mesmo assim, os lançadores de alerta proliferam assim como os esforços de corajosas minorias na tessitura de outros modelos e na denúncia daquilo que nos destrói.

    Silicolonização do Mundo

    Transhumanismo é o nome assumido pela matriz distópica que temos vindo a apontar, no tempo presente, uma vez que persegue, no âmago do seu propósito, um ideal eugenista de eliminação dos mais fracos e manipulação genética dos restantes, para “melhoria da espécie”, procurando uma condição pós-humana[7]. A “silicolonização” do Mundo está a ser realizada há muito[8], dando agora passos de gigante em direção à meta final pretendida: as cidades inteligentes, a internet das coisas, dos corpos e das mentes, o domínio das tecnologias NBIC[9], a fusão do Homem com a máquina na construção do Homem 2, do cyborg, do transhumano, que supostamente vence a morte celular e desprograma doenças, se desliga do género e da sexualidade, esfria a sua recetividade emocional e se sujeita à obediência inescapável, já sem alma, sem liberdade, sem responsabilidade e tendo entregado de bandeja toda a sua energia vital e criativa.

    É este projeto que precisa da elevada performance das redes de telecomunicações, da nanotecnologia, das pandemias experimentais e da justificação do controlo. Que precisa da fragilização imunitária, desaconselhando os suplementos vitamínicos e desacreditando as terapias naturais; que espalha alumínio e outros metais pesados na atmosfera (geo-engenharia), na água canalizada e nas vacinas; que precisa de patentear sementes (OGM e transgénicos) e de destruir a agricultura tradicional e local; de envenenar alimentos com perturbadores endócrinos (caso do célebre glifosato); de extrair lítio para fabricar carros elétricos cujas baterias serão tão poluentes em fim de linha como lixo nuclear; que realiza o fracking em gigantescos crimes ambientais; que a pretexto da energia “limpa” promove o recurso à biomassa, conduzindo à destruição de gigantescas florestas[10]; que utiliza populações de regiões ou países inteiros como cobaias de experimentos médicos e tecnológicos[11]. “O Antropoceno é também o Tanatoceno”, escreve Edgar Morin[12].

    Frédéric Groz[13] propõe-nos pensar até que ponto desobedecer pode ser uma vitória contra a inércia do mundo e a sua profunda injustiça. A educação prepara à resignação política, mas desobedecer pode ser uma declaração de humanidade. Antígona escolhe desobedecer em nome duma obediência superior. Em Nuremberga, pela primeira vez, alguns homens foram punidos por ter obedecido. Que mérito existe em obedecer a leis monstruosas? O obediente por excelência é o escravo. Como tão bem explica La Boétie[14], a servidão torna-se uma segunda natureza do homem, com a força do hábito e do conformismo.

    Antonio Kehl ilustra ‘O Privilégio da Servidão’ de Ricardo Antunes. © Boitempo, 2018, 2020

    Num mundo tecno-burocrático, cada um concentra-se na sua parcela de atividade e especialização e a monstruosidade do conjunto deixa de ser visível. A origem duma lei ou diretiva (a tradição, o governo eleito, o senso comum, as determinações da OMS, os vizinhos, a família, a televisão…) justifica toda e qualquer barbárie? Hannah Arendt explica que a banalidade do mal é essa capacidade de se tornar a si mesmo um corpo desligado da alma, empenhado em não saber[15]. Preferimos a segurança à justiça e o consentimento sela a obediência, num contexto em que a justiça dos homens tem sido quase sempre a mesma farsa: o interesse do mais forte disfarçado de bem comum.

    Na sua conferência publicada Pourquoi Obéir?, Didi-Huberman afirma: “Quando me interroguei sobre as emoções fascistas, interroguei-me sobre a sua origem e percebi que a obediência estava no cerne da questão”[16].

    Objecção de consciência

    When injustice becomes law, resistance becomes duty[17]

    Thomas Jefferson

    Ousar saber reclama audácia; querer fazer bem significa pensar no futuro da espécie; a resistência e a desobediência civil podem manifestar uma democracia transcendental e o sentido nobre da política. A desobediência pode ser um dever de integridade espiritual, porque há um EU indenegável. “Se eu não for Eu quem o será por mim?” pergunta David Thoreau[18].

    Vivemos o tempo estreito em que podemos e devemos desobedecer em espírito (expressão de ideias, manifesta tomada de consciência) antes que seja necessário desobedecer em ato. A estratégia do choque, o molde infalível do medo, a manipulação fácil da informação e do seu efeito nocebo (inverso de placebo), as brechas da desorientação política, o trabalho voluntário e já antigo de fragilização da imunidade das pessoas, reforçado, durante a pandemia que atravessámos, com a subtracção ao sol, à natureza e ao efeito curativo dos laços afetivos e da alegria, têm trabalhado incansavelmente de mãos dadas com o vírus mais famoso dos três últimos anos, também ele, ao que tudo indica, fabricado[19]. Chegam agora ao palco de muitos países, os arautos da “necessária” revisão constitucional, favorável à perseguição individual, ao internamento compulsivo[20], à destruição do direito à privacidade e à sujeição totalitária, propostas como “protetoras”. A OMS, uma organização não eleita e financiada por interesses privados, sobrepõe-se à soberania de cada país, nas decisões sobre saúde pública[21]. Não aprendemos nada com a História, pelos vistos tão inútil, e esquecemos as frases preferidas de qualquer ditador: ” eu é que sei o que é melhor para ti” e “o interesse coletivo está acima do interesse individual”.

    É nesta faixa estreita de tempo em que agora vivemos, entre uma sensação porventura provisória de desconfinamento e a ameaça de novas recidivas pandémicas, que temos de realizar grandes tomadas de consciência. A denúncia e a objecção de consciência serão passos importantes para a dissolução da distopia que se estendeu no planeta sob a face progressista do transhumanismo e dos seus múltiplos consortes: o jornalismo enfeudado, os governos e parlamentos obedientes a grandes agendas, as multinacionais da perversidade eco e homicida, os bancos centrais e os psicopatas, tanto quanto os ingénuos, que protagonizam a aplicação do programa.

    As forças que verdadeiramente governam o mundo financiam e promovem publicamente a visão inflexivelmente materialista da realidade, da ciência e da medicina (aquela que desliga as massas da memória e da evidência de outra realidade, que não é material), mas recorrem da forma mais invertida e criminosa aos adquiridos das ciências ocultas, dos saberes tradicionais, da ufologia, da parapsicologia e da realidade quântica para o fabrico de armas invisíveis, da sujeição coletiva e do envenenamento dos seres vivos. Huxley e Orwell sabiam o que estava a ser preparado quando escreveram “ficção”.

    A revolução necessária é esta e é individual: querer, ousar, saber, informar, educar, intervir. Faça você mesmo. Por si e pelos outros, por todos os que estão a chegar e merecem outra vida, outro planeta e outra humanidade. A isto também se chama, vulgarmente, amar.

    Leonor Nazaré é curadora de arte contemporânea.

    NOTA: Este texto tem continuidade numa segunda parte a publicar na próxima edição.


    [1] Annie Jacobson ; Operation Paperclip. The Secret Intelligence Program that brought nazi scientists to America, Ed. Litle, Brown Book Group, 2015; (PDF) “The American Breed”: Nazi eugenics and the origins of the Pioneer Fund (researchgate.net), 2002; The Eugenics Crusade at 1080p (rumble.com), 2017

    [2] Cf. Arianne Bhileran, Psycho-pathologie du totalitarisme, Guy Trédaniel, 2023.

    [3] Cf. conferência de Naomi Klein em 2009 sobre esta estratégia, frequentemente utilizada ao longo do século XX.

    [4] Ver nota 36

    [5] Mathieu Terence, Le Transhumanisme est un Intégrisme, Paris, Les Editions du Cerf, 2016 ; Allain Gallerand, Qu’est-ce que le transhumanisme, Paris : Editions Vrin, 2021.

    Para um ponto de vista otimista fundamentado ver o trabalho do cientista Philippe Guillemant, em particular Le Grand Virage de l’Humanité. De la déroute du tanshumanisme à l’éveil de la Conscience, Paris: Ed. Guy Trénadiel, 2021.

    [6] Ver a título de exemplo, Yves Cocher, Devant l’Effondrement, Essai de Collapsologie, Paris: Éditions Les liens qui libèrent, 2019 ou Pablo Servigne, Paris: Une Autre fin du monde est possible, Éditions du Seuil, 2018.

    [7] Cf. Daniel Robin, Le Règne de l’intelligence artificielle. La fin de l’Anthropocène et l’avènement des posthumains, Grenoble : Le Mercure Dauphinois, 2022. Mathieu Terence opus cit. ; Allain Gallerand, opus cit., 2021.

    [8] Éric Sadin, La Silicolonisation du monde. L’irrésistible expansion du libéralisme numérique. Paris: Éditions L’Échapée, 2016.

    [9] Nano e biotecnologias, informática e ciências cognitivas.

    [10] Cf. o documentário de Michael Moore, Planet of the Humans, 2020.

    [11] James Corbet, The Corbet Report, 2020.

    [12] « L’Anthropocène est aussi le Thanatocène » : Edgard Morin, em Réveillons-nous ! Paris : Éditions Denöel, 2022, p. 39

    [13] Fréderic Gros, Désobéir, Paris, Albin Michel, 2017

    [14] Étienne de La Boétie, Discours de la servitude volontaire, 1574-1576.

    [15] No livro Eichmann em Jerusalém, 1960. Ver também o seu livro Desobediência Civil, 1972.

    [16] « Au moment où je me suis posé la question des émotions fascistes je me suis demandé d’où elles venaient, et j’ai compris que l’obéissance était au cœur de tout ça », em Georges Didi-Huberman, Pour quoi obéir?, Paris : Ed. Bayard, 2022. 

    [17] Atribuído a Thomas Jefferson, Papers of Thomas Jefferson, digital edition.

    [18] Inspirado em Fréderic Gros quando cita Thoreau, opus cit., ps. 111, 127, 143, 155, 160 e 173.

    [19] Ver, por exemplo, Patrick Jaulent, Jacky Cassou, Faux Virus. Fausse Pandemie. Vrais Coupables, Paris : Ed. Patrick Jaulent, 2021. Ver também o documentário Planet Lockdown, de James Patrick, 2022.

    [20] No contexto das propostas de revisão constitucional apresentadas em Portugal, está a ser ponderada a criação de uma alínea suplementar ao nº 3 do artigo 27 da Constituição, relativo ao direito à liberdade e à segurança, na qual se preveja o internamento compulsivo de pessoas consideradas em situação de infecção contagiosa. Recorde-se que a atual legislação, refletindo o Estatuto de Roma ratificado por Portugal em 1998, prevê pena de prisão para a imposição de um ato médico não consentido.

    [21] A proposta de um Tratado Pandémico que retira esta soberania aos países vai ser votada em maio deste ano.


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