Autor: Elisabete Tavares

  • Investigação oficial revela que familiares de Biden receberam milhões de dólares através de empresas de fachada

    Investigação oficial revela que familiares de Biden receberam milhões de dólares através de empresas de fachada


    Hoje, no 121º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares comenta o anúncio oficial de que alegadamente, pelo menos, nove familiares de Joe Biden, actual presidente dos Estados Unidos, receberam 10 milhões de dólares provenientes do estrangeiro, através de empresas de fachada. Mas o valor pode ser superior. Segundo o Comité de Supervisão do Congresso, liderado pelo Republicano James Comer, a investigação prossegue e vai entrar agora numa nova fase, com base em mais informações. Os negócios ocorreram quando Biden ocupava a vice-presidência dos Estados Unidos.

    Acesso: LIVRE

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  • Ordem dos Psicólogos arquiva polémicos processos de delito de opinião

    Ordem dos Psicólogos arquiva polémicos processos de delito de opinião

    Eram dois os processos disciplinares em curso contra a psicóloga Laura Sanches, que durante a pandemia, se destacou como uma voz em defesa das crianças e de medidas baseadas na evidência. O segundo processo baseava-se numa denúncia anónima falsa, ou seja, Laura Sanches nunca afirmara ou escrevera aquilo que constava na acusação. O outro processo foi-lhe aberto porque a Ordem entendeu que a psicóloga não podia integrar um grupo de médicos que contestava a gestão política da pandemia. A comunicação dos arquivamentos surge menos de um mês após uma entrevista de Laura Sanches ao PÁGINA UM, onde este tema esteve em foco. Leia também aqui o editorial de Pedro Almeida Vieira sobre a postura da Ordem dos Psicólogos.


    A Ordem dos Psicólogos arquivou os dois polémicos processos que tinha em curso contra a psicóloga Laura Sanches, tendo a psicóloga já sido notificada da decisão.

    Em causa estavam dois processos que a Ordem abriu contra a psicóloga durante a pandemia. Num deles, a Ordem entendeu que Laura Sanches não podia integrar um grupo de médicos em defesa da Medicina baseada na evidência. O outro processo foi aberto com base numa denúncia anónima falsa, que indicou que a psicóloga fez afirmações nas redes sociais, que Laura Sanches não fez.

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    A psicóloga chegou a ser chamada pela Ordem dos Psicólogos para prestar esclarecimentos numa longa sessão.

    Além de ter abertos os dois processos, na sua convocatória para ouvir Laura Sanches, a Ordem proibiu a psicóloga de falar sobre os mesmos publicamente, sob a ameaça de ser alvo de um terceiro processo.

    A decisão da Ordem de arquivar os polémicos processos surge, por coincidência, depois de o PÁGINA UM ter entrevistado Laura Sanches, a qual detalhou os procedimentos levados a cabo pela Ordem dos Psicólogos.

    A actuação da Ordem dos Psicólogos neste caso esteve envolta em polémica, por aparentar tratar-se de uma eventual perseguição a Laura Sanches e a todos os psicólogos que deram a sua opinião publicamente sobre alguns temas relacionados com a pandemia.

    Laura Sanches, fotografada por André Carvalho, para a entrevista ao PÁGINA UM.

    Laura Sanches foi uma das vozes mais activas durante a pandemia em defesa das crianças e da aplicação de medidas baseadas na evidência. A psicóloga manifestou publicamente que estava contra algumas das restrições impostas na pandemia, nomeadamente o encerramento das escolas e a imposição do uso de máscara a crianças e jovens.

    Até ao momento, ainda não foi possível confirmar se outros processos que a Ordem dos Psicólogios abriu a profissionais do sector, relacionados com a partilha pública das respectivas opiniões, já foram ou não também arquivados.

    Em todo o caso, a Ordem dos Médicos, durante o mandato de Miguel Guimarães, foi muito mais activa na aplicação indiscriminada de processos disciplinares aos profissionais que tivessem uma postura distinta da defendida pelo Governo. Nesse lote encontra-se ainda, por exemplo, o fundador da AMI e ex-candidato à Presidência da República Fernando Nobre.

  • O trabalho tem alguma coisa a ver com espiritualidade?

    O trabalho tem alguma coisa a ver com espiritualidade?


    Hoje, no 112º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares fala sobre a onda conhecida como A Grande Demissão (The Great Resignation, em inglês) e os trabalhadores que descobrem uma nova forma de se sentirem realizados no trabalho, adoptando um estilo de vida mais saudável e equilibrado. E há futuro para os gestores que vêem os trabalhadores como apenas mais um recurso e um peso? E há falta de trabalhadores qualificados em Portugal? Ou o problema é o elevado nível dos impostos e a enorme exportação de talento para outros países, com melhores salários e uma cultura de trabalho mais avançada, que se preocupa com o bem-estar dos colaboradores?

    Acesso: LIVRE

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  • O adjunto que se pode transformar no perfeito bode expiatório deste Governo

    O adjunto que se pode transformar no perfeito bode expiatório deste Governo


    Hoje, no 111º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares comenta a situação preocupante e lamentável que ocorreu no Ministério das Infraestruturas, envolvendo um adjunto do ministro João Galamba. Obviamente, que qualquer acto de agressão ou violência é reprovável e exige consequências. Mas, seja como for, Frederico Pinheiro, o adjunto exonerado do ministro – que a jornalista conheceu em 2008 quando ele estagiou na Reuters – arrisca seriamente vir a ser um bode expiatório deste ministro e deste Governo.

    Acesso: LIVRE

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  • Petição pede retirada das esculturas “da vergonha” em Lisboa

    Petição pede retirada das esculturas “da vergonha” em Lisboa


    No 104º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares comenta a petição que foi criada para exigir a retirada de esculturas colocadas em Belém e na Praça do Município. A petição conta, para já, com mais de 330 assinaturas, incluindo de artistas. É positivo ver artistas a ter a coragem de exigir mudanças, neste caso no espaço público, quando muitas vezes se remeteram ao silêncio e pactuaram com políticas sinistras e a violação de direitos humanos e civis, como aconteceu na pandemia. Desde 2020, foram poucos os artistas que se manifestaram contra as políticas que deixaram um rasto de morte e danos na economia e no emprego, ameaçando a democracia e a liberdade de imprensa e de expressão.

    Acesso: SUBSCRIÇÃO (acesso livre ao fim de 10 dias)

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  • Seymour Hersh: como um jornalista vencedor de um Pulitzer é censurado pelo Facebook

    Seymour Hersh: como um jornalista vencedor de um Pulitzer é censurado pelo Facebook


    Hoje, no 103º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares fala sobre a censura e campanha de difamação lançada pelo Facebook, da Meta, em relação a Seymour Hersh, um reputado jornalista vencedor de um prémio Pulitzer. Para censurar uma notícia do jornalista, o Facebook usou como justificação a alegada verificação de factos ao artigo feita por um fact-checker norueguês ligado ao Estado. Na sua notícia, Hersh relata que os Estados Unidos terão estado por detrás da sabotagem do gasoduto russo Nord Stream que abastecia a Europa… com a ajuda do governo da Noruega. (Lá se foi o verificador de factos independente…)

    Acesso: LIVRE

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  • Fecho de escolas foi um grande erro, dizem investigadores

    Fecho de escolas foi um grande erro, dizem investigadores


    Hoje, no 101º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares comenta o alerta feito por investigadores num artigo científico que analisa o fecho de escolas na pandemia de covid-19. Segundo o análise, as escolas deveriam ter permanecido abertas mesmo nos períodos de maior transmissibilidade de covid-19, até porque citam dados que comprovam que o encerramento das escolas teve pouco ou nenhum impacto em travar a pandemia. Para os investigadores, é essencial que seja estudado o que correu mal na gestão da pandemia nos diversos países, para se permitir ter uma resposta mais adequada no futuro. E defendem que, seja como for, os dados apontam que a prioridade deve ser manter as escolas abertas e as crianças a terem acesso a aulas em sala com a presença do professor.

    Acesso: LIVRE

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  • Agora, a ultra esquerda woke portuguesa junta-se ao Chega contra a vinda de Lula?

    Agora, a ultra esquerda woke portuguesa junta-se ao Chega contra a vinda de Lula?


    Hoje, no 99º episódio de Caramba, ó Galamba, a jornalista Elisabete Tavares comenta o “tiro pela culatra” que saiu aos apoiantes ferverosos de Lula da Silva em Portugal. Os políticos, jornalistas e comentadores que são seguidores e fãs do Presidente do Brasil na sua maioria, de esquerda e crentes da religião woke , estão em choque com o contínuo apoio de Lula a uma saída diplomática para a guerra na Ucrânia. A par do Chega, já não querem que Lula venha discursar no 25 de Abril. Agora, ou engolem o sapo ou juntam-se à manifestação contra a vinda de Lula…

    Acesso: LIVRE

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  • Como se apaga a dignidade: dos professores aos jornalistas

    Como se apaga a dignidade: dos professores aos jornalistas


    O ano escolar terminou e chegou a hora da devolução à escola dos manuais escolares usados para serem reutilizados. Em escolas públicas do ensino básico, professores receberam uma tarefa de última hora, uma espécie de prémio de final de ano: apagar com borracha os milhares de páginas de todos os manuais que os seus alunos usaram ao longo do ano.

    A justificação para esta “prenda” é de que não há auxiliares de educação nem administrativos disponíveis para “limpar” os livros e apagar os exercícios feitos a lápis pelos alunos.

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    Assim, depois de um ano lectivo, ainda sem férias, há professores a rever uma a uma mais de 18.000 páginas de manuais escolares usados para apagar com borracha cada palavra, frase, gatafunho ou desenho feitos pelos alunos.

    Isto é normal? É. Mas não devia ser.

    Quando se ordena um professor a executar esta tarefa está-se, sobretudo, a desmotivar e a afastar cada vez mais os professores da escola pública. Se calhar é esse o objectivo. Está-se a abusar do professor, das suas competências, talento e experiência. Da sua função.

    Para os professores, este tipo de ordens soma-se à crescente burocracia e tarefas fora da sala de aula que são obrigados a cumprir.

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    Sempre que ouço professores e assisto a reuniões com directores de turma fico a pensar como ainda aguentam trabalhar assim, nas condições que hoje em dia enfrentam. O desgaste. Os fins-de-semana a trabalhar para pôr tarefas em dia.

    E os alunos é que pagam também, por esta relação tóxica que muitas escolas (e a tutela) assumem com professores.

    Sabe-se que em muitas escolas os meios são escassos. As escolas fazem o que podem para manter tudo a funcionar. Diz-se que “o país é pobre”, que “não há recursos”. Mas há. Para a TAP. Para o Novo Banco. Aquela obra pública cujo custo sai o triplo do orçamento previsto. Para os amigos de políticos e gestores públicos que ganham concursos e contratos de consultadoria. Para familiares de governantes. Para os amigos de autarcas.

    Só não há dinheiro para as escolas. Ou para centros de saúde. Para hospitais. Maternidades. Ainda se fossem companhias aéreas, bancos falidos, empresas desfalcadas…

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    Olho para este caso dos professores a apagar manuais usados, e penso nos jornalistas, nos polícias, e em todos os profissionais que acabam a ter de cumprir tarefas que não era suposto estarem a executar. Penso no abuso que sofrem muitos profissionais, apenas para manterem o salário e o emprego.

    No caso dos jornalistas, a desmotivação é grande. Hoje, os mais “antigos” nas redacções estão resignados e a contar os dias para a reforma ou saída antecipada. Entre os mais novos, muitos nem sabem o que é jornalismo porque começam logo a fazer “notícias” e cobrir conferências que são pagas por empresas ou organismos públicos, autarquias, etc.

    Muitos jornalistas hoje, quando escrevem notícias ou fazem entrevistas, fazem-no no âmbito de uma qualquer “parceria comercial” contratada. São encomendas que estão previstas em cadernos de encargos obscuros e secretos porque não são do domínio público.

    Isto é normal? É. Normalizou-se e hoje é o dia-a-dia das redacções nos grandes órgãos de comunicação social no país.

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    Deveria o regulador dos media exigir a divulgação de todos os contratos das chamadas “parcerias comerciais” feitas com grupos e órgãos de comunicação social? Obviamente. Mas não. Ficam no segredo dos deuses.

    Conhecem-se apenas os contratos com entidades do Estado e que obrigatoriamente são divulgados no Portal Base. E mesmo esses são publicados sem a respectiva e obrigatória divulgação dos cadernos de encargos. É lá que está descriminado o que é encomendado: quantas entrevistas e notícias o órgão de comunicação terá de publicar no âmbito daquela encomenda.

    Para quem não sabe, é proibido jornalistas executarem encomendas. Mas é isso que vemos todos os dias. É só ir à rede social LinkedIn e ver que a cada meia-hora há uma conferência em directo do Público, do Expresso e de outros jornais, rádios e TVs.

    Cada uma dessas conferências tem directores, editores ou jornalistas a executar encomendas previstas num caderno de encargos. Cada uma dessas conferências tem contratos assinados com entidades que pagam para que ali estejam jornalistas, editores, directores. Cada uma dessas conferências tem jornalistas a escrever sobre o que lá se está a passar e a fazer entrevistas com os “convidados”. É só ler os textos e as entrevistas, assistir a algumas dessas conferências para perceber que alguém – um autarca, um gestor, uma empresa, um produto, um sector – está a ser promovido. Uma “mensagem”, várias “mensagens” de marketing estão a passar para o público, para os leitores, os ouvintes, os telespectadores.

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    Há cadernos de encargos que são um autêntico filme de terror para quem ama o jornalismo. Mas mesmo os contratos mais “suaves” são de fugir. Porque são uma violação da Lei da Imprensa e do Estatuto do Jornalista.

    Dizem que “o país é pequeno”, “não há leitores”, que os jornais “estão em crise”. Dizem que são as parcerias comerciais que pagam os salários das redações. Podem até ser. Mas o que as redações fazem hoje, muitas vezes, não é jornalismo. Portanto, essas parcerias comerciais pagam para que os meios de comunicação social se transformem em máquinas de marketing e promoção, usando de forma abusiva a profissão, os jornalistas, o jornalismo.

    Se não há dinheiro para se fazer jornalismo, fazer notícias e entrevistas pagas não é a solução. Porque notícias pagas e entrevistas encomendadas é o oposto de jornalismo. É o anti-jornalismo. Mais vale assumir e fechar. Ou trabalhar a sério para se encontrar uma solução “para a crise”. Como desbastar os milhares de euros pagos a colunistas amigos e políticos. Como cortar salários e prémios na direcção. Como cortar em carros de empresa, cartões de crédito. Como debater de forma séria formas de financiar de forma sustentável um sector que é crucial para a democracia e o país. Terá de envolver financiamento público? Debata-se isso! Mas publicar notícias pagas travestidas de jornalismo é que não. Mais vale fechar.

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    Mas terá de passar por directores de jornais e TVs deixarem de querer ser “gestores”, “administradores” e ter futuros cargos políticos ou em grandes empresas. Terá de começar por haver directores que amem o jornalismo e queiram ser… jornalistas. Queiram fazer e honrar o jornalismo. Sem o vender ao desbarato, arruinando-o. Sem o usar para fins comerciais ou políticos.

    Mas terá de começar pelos jornalistas dizerem “não” e recusarem serem usados para “vender” bens e serviços, fazer marketing e executar cadernos de encargos de publicidade e comunicação.

    No caso dos jornalistas, como no dos professores, enquanto ninguém der um murro na mesa e disser “não”, a relação de abuso, o desgaste e o ambiente tóxico vão continuar.

    Até lá, perde o jornalismo e o ensino. Perdem os leitores. Os alunos. Perdemos todos.

  • Indiferente a polémicas, “Sound of Freedom” já facturou mais de 100 milhões de dólares

    Indiferente a polémicas, “Sound of Freedom” já facturou mais de 100 milhões de dólares

    Ainda sem data para estrear em Portugal, nos cinemas nos Estados Unidos o filme independente “Sound of Freedom” ultrapassou, em apenas três semanas, os 100 milhões de dólares de receita nas bilheteiras. Inspirado em acontecimentos reais, sobre o resgate de crianças vítimas de redes de tráfico sexual de menores, o filme foi bem recebido pela crítica e em vendas de bilhetes tem estado sempre no Top 3 dos mais vistos nos cinemas norte-americanos em Julho, rivalizando com filmes como a última sequela de “Indiana Jones”. O sucesso do filme contrasta com notícias negativas publicadas por alguma imprensa mainstream que, ainda assim, não travam este verdadeiro blockbuster de Verão. Sérgio Saruga, da distribuidora Pris Audiovisuais, diz que “há filmes mais polémicos na Netflix” e não exclui que pode vir a conseguir ter o filme em exibição em Portugal. Paulo Trancoso, presidente da Academia Portuguesa de Cinema, apela a que o filme seja visto como um filme, “despido” de polémicas.


    É um caso de sucesso de bilheteira nos Estados Unidos e rapidamente se tornou no filme sensação do Verão no país. Em apenas três semanas, “Sound of Freedom” , um filme baseado em eventos reais e protagonizado pelo actor Jim Caviezel, alcançou os 100 milhões de dólares de receita nas bilheteiras.

    Concluído em 2018, o filme foi colocado na prateleira pela Walt Disney Studios e acabou por ser comprado pela Angel Studios, uma distribuidora de filmes independente e plataforma de streaming que é orientada para conteúdos baseados na fé. Viu a luz do dia no dia 4 de Julho, data em que estreou no grande ecrã nos Estados Unidos.

    Apesar do seu orçamento de 14,5 milhões de dólares, o filme tem estado sempre no Top 3 dos filmes mais vistos nas salas de cinema do país rivalizando com filmes como a mais recente sequela de “Indiana Jones“, dos estúdios Disney.

    Uma cena do filme “Sound of Freedom”, com o actor Jim Caviezel como principal protagonista.

    O filme chegou a 3.285 salas de cinema, menos do que as 4.600 em que é exibido “Indiana Jones e o marcador do destino”. Mas, ao contrário do novo filme da saga “Indiana Jones”, o filme “Sound of Freedom” ainda não pode ser visto no grande ecrã em Portugal.

    A distribuidora Angel Studios adquiriu os direitos mundiais do filme e é provável que vá disponibilizar “Sound of Freedom” na sua plataforma de streaming.

    Em Portugal, a NOS indicou ao PÁGINA UM que não vai ter o filme em exibição nas suas salas. Segundo uma porta-voz da NOS, o filme não consta na sua lista de estreias, “para já até ao final do ano”.  Também a UCI não tem agendada a exibição do filme nas salas em Portugal.

    Cartaz a anunciar o filme que estreou no dia 4 de Julho nos cinemas nos Estados Unidos.

    Mas ainda há esperança para os cinéfilos portugueses que desejam assistir ao filme no grande ecrã. Um dos distribuidores de filmes em Portugal, a Pris Audiovisuais, não desistiu de trazer “Sound of Freedom” para ser exibido no país.

    Segundo Sérgio Saruga, da Pris Audiovisuais, as negociações para trazer o filme para Portugal ainda podem chegar a bom porto. Saruga indicou ao PÁGINA UM que “o filme ainda não tem distribuidor em Portugal mas os seus resultados nos Estados Unidos são bastante bons”, admitindo a possibilidade de vir a distribuir a película no país.

    Realizado e co-escrito por Alejandro Monteverde, “Sound of Freedom” relata a história verídica do agente Tim Ballard, que fundou a organização de combate ao tráfico sexual Operation Underground Railroad.

    O filme pertencia à 20th Century Fox mas esta foi comprada pela Disney, que acabou por colocar o filme na prateleira.

    Monteverde afirmou em entrevista que o adiamento até foi uma benção. “Para mim, este é o timing perfeito”, disse à Bounding Into Comics. “Eu acredito que se este filme saísse mais cedo, eu não acho que o público estava pronto. Neste momento, infelizmente, há publicidade para este filme, mas do lado errado. Todos os dias há estas atrocidades a acontecer nos noticiários por todo o lado. Crianças traficadas. Abusaram sexualmente de crianças por todo o lado.”

    Paulo Trancoso, presidente da Academia Portuguesa de Cinema, realçou que o filme “criou alguma expectativa”. “O filme vem bem classificado pela crítica e no IMDb tem uma classificação de 80%, o que é muitíssima qualidade, thriller bem feito”.

    A actriz Mira Sorvino numa cena do filme.

    Apesar de ter muito boas críticas e do sucesso de bilheteira, “Sound of Freedom” tem sido alvo de notícias negativas em alguma imprensa mainstream, como o The Guardian, que têm tentado colar o filme à direita e aos conservadores norte-americanos e ao fenómeno conspirativo QAnon – ligado a seguidores do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Entre os argumentos lidos em notícias negativas estão declarações públicas controversas de Caviezel.

    As notícias negativas surgem num contexto crescente da grande divisão que se assiste nos Estados Unidos, a que a imprensa mainstream não escapa, em que a generalidade dos temas são “arrumados” em “esquerda-direita”, “democratas-conservadores”.

    Sérgio Saruga, da Pris Audiovisuais, que assistiu a “Sound of Freedom”, “em Cannes, num circuito paralelo” disse que “há filmes bem mais polémicos na Netflix”. “Vejo que o filme pode ser mais polémico em outros países do que em Portugal”, adiantou.

    Paulo Trancoso destacou que, nos Estados Unidos, “estamos a falar de um país e uma sociedade divididos ao meio, em termos políticos”. Neste caso, disse, essa divisão acaba por “ajudar à notoriedade do filme”. Mas Paulo Trancoso defendeu que “o filme deve ser despido para ser visto como um filme de entretenimento”. “Tem que ser visto como um filme”, frisou.

    Certo é que, o público tem recebido bem o filme e, apesar das notícias negativas de alguma imprensa mainstream, as receitas deste blockbuster de Verão não param de crescer.

    E, numa sociedade norte-americana profundamente dividida ideologicamente, este filme independente arrisca não só acumular mais ganhos financeiros, como também tornar-se um exemplo de quão profunda se tornou a divisão na sociedade norte-americana, quando até um filme anti-tráfico sexual de crianças é visto como apenas mais um alimento para reforçar essa divisão.